Linha de Chegada https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br O blog onde atletas amadores e ultramaratonistas correm lado a lado Mon, 06 Dec 2021 21:28:58 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Qual o papel do colágeno na prática esportiva? https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2021/02/13/qual-o-papel-do-colageno-na-pratica-esportiva/ https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2021/02/13/qual-o-papel-do-colageno-na-pratica-esportiva/#respond Sat, 13 Feb 2021 14:00:39 +0000 https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/files/2021/02/16131544406026c88841854_1613154440_3x2_md-300x215.jpg https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/?p=418 Queridinho dos produtos de beleza, o colágeno tem uma relação muito mais profunda com o corpo humano além da elasticidade da pele. A substância, uma proteína, está presente no chamado tecido branco —tendões, ligamentos, cartilagens, fáscia muscular, entre outras partes da anatomia.

Quando se fala em tendão e ligamento, logo se entende a sua importância para quem pratica esporte, em especial os de alta intensidade como a corrida. Nos últimos anos, porém, houve uma redução na ingestão dessa proteína, devido a mudanças na alimentação.

“As pessoas buscam comer a parte mais magra de uma carne, muito raramente mastigam o osso ou comem fígado, pele de galinha ou de peixe, mas são essas partes que fornecem o colágeno”, explica Suzane Leser, nutricionista esportiva e diretora de Comunicação Nutricional na Gelita, empresa alemã que fabrica suplementos a base de colágeno.

A especialista ressalta que, para vegetarianos e veganos, a queda no consumo é ainda maior, por ser uma proteína específica, que não existe em fontes não-animais. “Então se reduziu muito a ingestão de colágeno e isso pode ser associado com o fato de ter muita lesão hoje em dia quando se corre.”

A importância da reposição da substância, porém, foi descoberta apenas recentemente, segundo Leser. “Antigamente, pensava-se que o tecido branco é muito estável no nosso organismo, mas pesquisas mais recentes apontam que sua renovação é tão alta quanto a do músculo.”

Para quem corre, a utilização desse tecido é ainda maior, acelerando ainda mais a sua renovação. Ou seja, é preciso buscar a proteína na alimentação ou em suplementos. Segundo a nutricionista, o colágeno hidrolisado é capaz de fornecer aminoácido semelhante ao do tecido.

As opções disponíveis hoje em dia são inúmeras –e o aconselhamento de um especialista é fundamental. Leser explica que o colágeno da alimentação tem basicamente duas funções: uma puramente nutricional, que é fornecer os aminoácidos, e outra bioativa, que estimula as células do tecido cognitivo a produzir a substância no corpo.

Há suplementos que possuem essa função de estimulação, inclusive para fins específicos, como pele, tendão, ligamento etc. “Se o corredor tem lesão no tendão de Aquiles, pode procurar um colágeno direcionado para essa lesão”, afirma Leser.

Um estudo realizado com especialistas do Instituto Australiano de Esporte e da Universidade de Camberra em 2019 mostrou o benefício do uso de colágeno com fim específico em um grupo de 20 esportistas com idade entre 30 e 50 anos.

Os participantes possuíam sintomas de inflamação no tendão de Aquiles e não respondiam ao tratamento tradicional, o que impedia o treinamento. Durante três meses, eles receberam 5 gramas por dia do suplemento Tendoforte, fabricado pela Gelita, somados a um programa de fortalecimento das pernas e retorno à corrida. No fim, 12 deles conseguiram voltar a praticar o esporte.

O seu uso no dia a dia, seja para tratar lesão ou de forma preventiva, precisa ser recomendado por um médico ou um nutricionista, tanto para determinar quantidade como o protocolo, se antes ou após o treino, por exemplo.

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Vegetarianismo melhora desempenho, mas deve ter acompanhamento, diz atleta https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2019/05/31/vegetarianismo-melhora-desempenho-mas-deve-ter-acompanhamento-diz-atleta/ https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2019/05/31/vegetarianismo-melhora-desempenho-mas-deve-ter-acompanhamento-diz-atleta/#respond Fri, 31 May 2019 17:00:29 +0000 https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/files/2019/05/15327296755b5b994b72aae_1532729675_3x2_md-150x150.jpg http://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/?p=30 Pratos bem servidos, corpos esculturais e “dicas” sobre alimentação são itens de sobra nas mídias sociais. E nesse bufê cibernético também não faltam perfis sobre vegetarianismo, em que seus gerenciadores, influenciadores digitais ou não, pregam por uma vida sem proteína animal.

Além dos perigos de seguir orientações de quem não é especialista —podendo envolver inclusive escândalos como o da youtuber vegana que foi filmada comendo peixe—, dietas com muitas restrições trazem o alerta adicional da privação.

No caso do vegetarianismo, em que carne e derivados do leite estão fora da alimentação, a falta da proteína animal exige atenção redobrada. Diminuição do ferro —com uma possível anemia— e até perda de peso estão entre as preocupações, segundo Flavia Arruda, especialista em nutrição esportiva.

A nutricionista afirma, no entanto, que não há motivos para atletas de esportes de alta intensidade —como maratonistas— não adotarem uma dieta vegetariana caso queiram.

“É totalmente possível. Porém, o ideal é consultar um profissional capacitado para calcular a quantidade adequada de proteínas, carboidratos e lipídios, assim como analisar os exames bioquímicos e recomendar possíveis suplementações veganas.”

Vegetariano desde 2016, o educador físico Diego Zanotto adotou primeiro o ovolactovegetarianismo, em que se retira apenas a carne, para depois deixar de consumir qualquer produto derivado, como queijos e leite. Logo no início, percebeu a necessidade de procurar um nutricionista.

“Tive um pouco de dificuldade para ajustar minha alimentação”, conta. “Fiz uma consulta com uma nutricionista que abriu bem a minha mente e a partir de então consegui ajustar, suplementar o que precisava.”

Dentre as suplementações que toma está a vitamina B12, única que a dieta vegetariana não consegue suprir, e a proteína do arroz isolada. O consumo desta é como pós-treino, uma vez que Diego pratica corrida de obstáculos e natação de longa distância em águas abertas.

A rotina de exercícios de alta intensidade foi uma preocupação no início. “Como atleta, confesso que tive um receio no início, como era uma coisa um pouco nova para mim”. A hesitação, no entanto, passou quando o educador físico percebeu os benefícios.

“Minha energia melhorou muito, minha disposição, porque a digestão é mais rápida. Mesmo após uma refeição grande, em poucos minutos já sinto uma vitalidade maior”, diz. “Mas a grande diferença mesmo é a imunidade. Eu não fico mais doente.”

Diego afirma também que o desempenho pode ser afetado após a adoção do vegetarianismo por falta de um acompanhamento de um profissional. “Pode comprometer o fato de ser algo novo muitas vezes para a pessoa, e ela não ter um conhecimento suficiente, mas se sentir auto suficiente para controlar sua dieta e sua suplementação e acabar pecando pela deficiência de algum nutriente.”

Sem esse o acompanhamento, Flavia destaca que, além dos problemas citados acima, o atleta pode ter perda de massa magra e de desempenho durante as provas. “Caso não tenha nenhum conhecimento sobre os substitutos das proteínas de origem animal, ele pode vir a sofrer perda da massa magra, mas com ajuda de um profissional especializado esse quadro é totalmente reversível.”

A nutricionista destaca, ainda, o cuidado na hora de seguir dicas de outras pessoas e de perfis em redes sociais. “Cada organismo é único e tem uma individualidade bioquímica específica.”

E caso adote a dieta vegetariana, é importante prestar também atenção nos sinais que o corpo dá de que algo está errado. Flavia alerta para a dificuldade na recuperação dos treinos, a perda de peso ou de massa magra, a redução no desempenho durante as provas e a anemia ferropriva, decorrente da deficiência do ferro no sangue.

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