Linha de Chegada https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br O blog onde atletas amadores e ultramaratonistas correm lado a lado Mon, 06 Dec 2021 21:28:58 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Qual distância deve ser mantida entre corredores devido ao coronavírus? https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2020/04/10/qual-distancia-deve-ser-mantida-entre-corredores-devido-ao-coronavirus/ https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2020/04/10/qual-distancia-deve-ser-mantida-entre-corredores-devido-ao-coronavirus/#respond Fri, 10 Apr 2020 22:17:49 +0000 https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/files/2020/04/1afef524e499e3c0417ddc5532ba9572f261cb5f9ab7cf34d86ca3c695be0a79_5e69ef4f84ebb.jpg https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/?p=463 Sair para correr continua deixando os atletas em dúvida mundo afora em meio à pandemia de coronavírus. Pode ou não pode sair? Se eu sair, quais os cuidados que devo tomar?

Sobre colocar o pé no asfalto, sim, é permitido, mas é preciso atenção, como já publicado por aqui. Quanto aos cuidados, um estudo realizado por engenheiros civis da Bélgica e da Holanda foi publicado recentemente para ajudar os corredores (e caminhantes e ciclistas também).

Eles analisaram as “slipstreams” —que pode ser traduzido como corrente de ar de expiração, que contém partículas— expiradas pelas pessoas durante a prática de caminhada, corrida e bicicleta para que uma distância segura pudesse ser definida.

No artigo técnico, os pesquisadores destacam que os dois metros recomendados são efetivos quando se está parado. Quando a pessoa está se exercitando, no entanto, essa distância deveria ser maior, de 4 metros durante caminhadas, 10 metros, em corridas e até 20 metros, por ciclistas de velocidade.

Simulação mostra a nuvem de partículas exalada por uma pessoa caminhando a 4 km/h (Reprodução)
Simulação mostra a nuvem de partículas exalada por uma pessoa caminhando a 4 km/h (Reprodução)

“Se alguém expira, tosse ou espirra ao caminhar, correr ou andar de bicicleta, a maioria das micropartículas são arrastadas numa corrente de ar de expiração atrás do ciclista ou corredor”, afirma no artigo Bert Blocken, professor de engenharia civil da Universidade de Tecnologia de Eindhoven (Holanda) e da Universidade Católica de Leuven (Bélgica).

Blocken explica que, se outra pessoa passar por esse lugar na sequência, irá atravessar essa nuvem de partículas, que segue o atleta da frente.

“Os ciclistas gostam de se posicionar no fluxo de outros [na frente] para reduzir a resistência do ar. Mas alguém que anda ou corre também tem tal fluxo. Vimos que, não importa como essa zona se forma, as gotículas acabam naquela corrente de ar. Portanto, é melhor evitar esse fluxo”, diz o professor.

Nas simulações, quem corre lado a lado tem chances consideravelmente menores de atravessar a nuvem de partículas do companheiro, uma vez que elas ficam para trás dos atletas. Na diagonal, a probabilidade também é pequena.

Simulação mostra a nuvem de partículas exalada por uma pessoa correndo a 14,4 km/h; os pontos vermelhos representam as partículas maiores, geralmente consideradas mais contagiosas, mas sem confirmação de pesquisa de virologia (Reprodução)
Simulação mostra a nuvem de partículas exalada por uma pessoa correndo a 14,4 km/h; os pontos vermelhos representam as partículas maiores, geralmente consideradas mais contagiosas, informação que depende de pesquisas de virologia (Reprodução)

O estudo, no entanto, tem sido contestado por não ter passado pela análise de outros pesquisadores, segundo o site britânico Independent.

Bill Hanage, professor associado no Centro de Dinâmica de Doenças Transmissíveis de Harvard, disse ao portal que o estudo “não é muito útil para epidemiologistas” e “a quantidade de transmissão nessa forma, mesmo se possível, é muito menor que de outras.”

“A recomendação de distanciamento social é mais para reduzir o risco de transmissão do que eliminá-lo completamente.”

Blocken, por outro lado, destacou que a pesquisa foi feita por especialistas em aerodinâmica, não por virologistas e avaliou a possibilidade de alguém passar por uma nuvem de partículas.

Além disso, o professor disse que o estudo nunca alegou avaliar o risco real de infecção. “Algumas pessoas acham que isso tudo surgiu do nada, mas são experimentos que faço há 20 anos”, afirmou ao Independent.

Ainda que as chances de ser contaminado por essa nuvem de partículas possam ser baixas, fica a recomendação de manter uma distância de 4 metros em caminhadas, 10 metros em corridas e 20 metros em saídas de bicicleta.

E A MÁSCARA, DEVO USAR?

A OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda o uso de máscaras por pessoas saudáveis apenas se estiverem cuidando de alguém que possa estar infectado. Já o Ministério da Saúde aconselha que todos usem, mas as de pano, caseiras, pois as médicas devem ficar reservadas a profissionais da área.

Para a médica americana Bindiya Gandhi, as pessoas devem, sim, estar de máscara se forem sair de casa. “Máscaras caseiras são para o público em geral, para que se protejam e principalmente se estiverem assintomáticos, para que não espalhem o vírus para outras pessoas.”

Ou seja, quando for sair para correr, é aconselhável que o atleta esteja de máscara. O corredor, porém, deve ter um cuidado especial.

“Se a máscara ficar molhada de suor, então não é efetiva, podendo abrigar o vírus e contribuir para o contágio de outras pessoas próximas”, explica Gandhi. “Dito isso, não encoste na máscara molhada e depois no seu rosto, porque espalhará o vírus.”

A médica recomenda ainda retirar cuidadosamente a máscara, lavar o item com água quente e detergente e lavar as mãos. “As máscaras caseiras podem ser utilizadas mais de uma vez, mas é preciso lavá-las diariamente. É tecido, então não é somente abrigo para o vírus, mas também para bactérias.”

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Melhora significativa de performance? Tênis da Nike está sob escrutínio https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2019/12/14/melhora-significativa-de-performance-tenis-da-nike-esta-sob-escrutinio/ https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2019/12/14/melhora-significativa-de-performance-tenis-da-nike-esta-sob-escrutinio/#respond Sat, 14 Dec 2019 17:39:24 +0000 https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/files/2019/12/JT2_4061_1-1024x1024-300x215.jpg https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/?p=310 A linha Vaporfly da Nike ganhou os holofotes este ano. Foi com um modelo do tipo, exclusivo para a ocasião, que Eliud Kipchoge foi o primeiro a correr uma maratona em menos de duas horas. Brigid Kosgei, 24 horas depois, quebrou o recorde feminino dos 42,195 km, que não era superado desde 2003, também usando um par do modelo.

A marca lançou os tênis com a promessa de melhorar a performance em até 4%. Dois estão à venda apenas nos EUA –Zoom Vaporfly 4% e ZoomX Vaporfly Next%, a US$ 250 (R$ 1.027)–, mas os tempos alcançados pelos atletas profissionais levaram a World Athletics (associação internacional de atletismo, antiga Iaaf) a realizar um estudo aprofundado.

A organização reuniu um grupo de trabalho com ex-atletas e especialistas em ciência do esporte, ética e biomecânica, segundo a Fox Business. Os resultados desse estudo, que pode levar ao banimento dos tênis, estavam previstos para serem divulgados no fim deste ano, mas só devem vir a público no início de 2020.

O foco principal é definir se os tênis da Nike se enquadram na vaga regra definida pela associação: “Os tênis não podem ser desenvolvidos para que dê a atletas uma assistência ou vantagem injusta.”

“O desafio para a Iaaf é encontrar nas regras técnicas o equilíbrio correto entre incentivar o desenvolvimento e o uso de novas tecnologias no atletismo e preservar as características fundamentais do esporte: acessibilidade, universalidade e equidade”, afirmou a Iaaf, segundo a Fox Business.

Ao jornal americano The New York Times, um porta-voz da organização disse precisar de evidências para dizer que há algo errado com os calçados. “Nunca alguém trouxe provas para nos convencer.”

Já em comunicado no início deste ano, a World Athletics afirmou ser “claro que algumas formas de tecnologia forneceriam o atleta com uma assistência que vai de encontro aos valores do esporte.”

Sobre isso, a Nike sustenta que os modelos “estão de acordo com todos os requerimentos de produto da Iaaf e não demandam qualquer inspeção especial ou aprovação”, segundo o jornal americano.

Na quinta (12), a empresa divulgou comunicado em que disse respeitar “a Iaaf e a essência de suas regras, e não criamos nenhum tênis de corrida que devolva mais energia do que aquela gasta pelo corredor.”

Eliud Kipchoge (camiseta branca) e seus pacemakers durante o o desafio em que o queniano correu 42,195 km em 1h59min40seg (Divulgação Ineos 1:59 Challenge)
Eliud Kipchoge (camiseta branca) e seus pacemakers durante o o desafio em que o queniano correu 42,195 km em 1h59min40seg (Divulgação Ineos 1:59 Challenge)

A LINHA VAPORFLY

Mas esses tênis de fato melhoram a performance?

O New York Times publicou nesta sexta-feira (13) um estudo sobre os modelos Zoom Vaporfly 4% e ZoomX Vaporfly Next%, com base em quatro metodologias. E a conclusão é que, sim, eles significam um desempenho superior –talvez mais do que se imagina.

Como os tênis se tornaram populares entre corredores americanos, milhares de dados foram compilados desde 2014, muito antes de os modelos serem lançados.

Eles mostraram que quem usou o calçado correu de 4% a 5% mais rápido do que aqueles que usaram um par mediano e de 2% a 3% mais rápido do que quem usou o que seria o segundo melhor tênis em velocidade disponível.

E um detalhe: não houve diferença significativa entre o Vaporfly e o Next% quando seus efeitos foram medidos separadamente. Para a melhora acima ser alcançada, os resultados dos dois combinados foram usados nas estimativas realizadas pelo jornal.

Segundo o diário, a diferença é vista independentemente de serem atletas profissionais, corredores rápidos ou lentos, frequentes ou ocasionais. O que se observa é um aumento esmagador do uso desses tênis –especialmente por aqueles que correm mais rápido.

Em corridas com dados disponíveis, em cerca de 41% das maratonas completadas em menos de três horas os corredores o fizeram com um dos dois modelos, informa o jornal. Isso apenas nos últimos meses de 2019 (ou seja, na época do desafio de Kip).

O que leva a essa performance superior? Os tênis possuem lâminas de carbono e uma espuma elástica no meio da sola.

A primeira característica armazena e libera energia a cada passo e deve agir como uma espécie de estilingue ou catapulta para impulsionar os corredores. Já a segunda, pesquisadores dizem contribuir para aumentar a economia de energia da corrida.

SOBRE OS DADOS

Com dados do Strava, aplicativo de esporte que funciona como uma rede social de atletas, o jornal reuniu resultados de cerca de 577 mil maratonas e 496 mil meia maratonas de dezenas de países, realizadas entre abril de 2014 e dezembro de 2019.

A partir daí, foram quatro as metodologias usadas para fazer a comparação, combinando resultados do 4% e Next%.

Modelos estatísticos – análise dos tempos associados aos dois modelos;
Comparação entre grupos de corredores – dois atletas com performance similares tiveram as mudanças de desempenho comparadas;
Acompanhamento de corredores que passaram a adotar os tênis – aqueles que mudaram para um dos dois modelos;
Medida da probabilidade de alcançar um recorde pessoal.

E se o leitor-corredor compreende inglês, sugiro dar uma olhada na publicação completa do New York Times, agregada por gráficos comparativos.

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Por que correr é bom para a saúde mental dos mais velhos https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2019/11/07/por-que-correr-e-bom-para-a-saude-mental-dos-mais-velhos/ https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2019/11/07/por-que-correr-e-bom-para-a-saude-mental-dos-mais-velhos/#respond Thu, 07 Nov 2019 12:00:14 +0000 https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/files/2019/11/ab0df6785d0c95ae27e0d17e2b2033b3006eb6339842841e9a058a57b5f7a308_5dc3112fc4af5-300x215.jpeg https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/?p=265 Se perguntar para os corredores por que saem cedo da cama, mesmo com frio, para passar minutos ou até horas se desgastando, a maioria deve responder: porque a sensação depois faz valer a pena.

Claro, isso se o atleta gostar de correr —do contrário, vai parecer um sofrimento infindável. Mas a corrida (e o exercício físico em geral) libera endorfina, substância que gera prazer. Além, claro, de fazer bem à saúde por ser uma maneira de combater o sobrepeso e as doenças relacionadas.

O benefício, no entanto, chega até a mente do praticante, ainda que ele tenha começado no esporte tardiamente. Segundo o jornal The New York Times, um estudo da Universidade McMaster, no Canadá, testou quais exercícios podem ser mais efetivos em aumentar tanto a capacidade cardiorrespiratória quanto a memória.

Os pesquisadores reuniram 64 homens e mulheres com 60 anos ou mais e analisaram seus desempenhos físico e mental. O foco deste último foi a lembrança similar, como ir ao mesmo estacionamento dois dias seguidos, mas parar o carro em lugares diferentes. Esse tipo de memória normalmente diminui com a idade.

Os participantes foram divididos em três grupos: um de alongamento (grupo de controle), um de caminhada moderada e um de caminhada intervalada. No segundo, eles caminhavam três vezes por semana por cerca de 50 minutos.

Já no terceiro, o exercício leve era intervalado com o aumento da inclinação da esteira por três ciclos, para acelerar o batimento cardíaco, chegando em torno de 90% da frequência máxima de cada indivíduo.

Esses testes duraram 12 semanas, quando a análise dos desempenhos físico e mental foi repetida. Quem praticou exercícios leves não teve ganhos significativos, mas, quanto mais capacidade física a pessoa demonstrava, melhor era sua memória.

Segundo a supervisora do estudo, Jennifer Heisz, afirmou ao New York Times, a principal descoberta é que não é tarde para quem está na meia-idade ou já passou dela começar a fazer exercícios para proteger a mente. A atividade, porém, deve ter um nível de intensidade mais alto.

É neste ponto que entra a corrida. Num treino leve, os batimentos giram em torno de 60%, a depender do indivíduo (os meus, sempre na casa dos 70%), o que já garante uma intensidade mínima à prática. E as planilhas de treino raramente são compostas de apenas treinos leves, variando tanto em velocidade quanto em inclinação.

Mas sempre é bom lembrar: acompanhamento médico e profissional é indispensável, independentemente da idade. A supervisão, contudo, se torna ainda mais importante quanto maior for esse número.

E se você quer começar a correr, confere os posts sobre dicas para quem inicia no esporte, cuidados com os pés e as canelas, além de dicas de alongamento abaixo.

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‘Cada km é por ele’, diz atleta que buscou na corrida uma forma de lidar com a perda do irmão https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2019/10/17/cada-km-e-por-ele-diz-atleta-que-buscou-na-corrida-uma-forma-de-lidar-com-a-perda-do-irmao/ https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2019/10/17/cada-km-e-por-ele-diz-atleta-que-buscou-na-corrida-uma-forma-de-lidar-com-a-perda-do-irmao/#respond Thu, 17 Oct 2019 14:00:30 +0000 https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/files/2019/10/15712814665da7da3aeba43_1571281466_3x2_md-300x215.jpg https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/?p=229 Só quem já perdeu alguém próximo sabe que o processo de luto não é fácil e que cada um tem uma forma diferente de lidar. A jornalista e maratonista Mônica Magalhães encontrou na corrida esse consolo para a morte prematura do irmão em um acidente de carro.

Ela já praticava o esporte e tinha o irmão como seu grande incentivador. Foi ele quem a fez correr a São Silvestre e é com ele que ela conversa durante os quilômetros percorridos.

Tem uma história de superação na corrida ou participou de uma prova inspiradora? Envie seu relato para o email linhadechegadablog@gmail.com

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Reconheci que precisava de ajuda em meados de 2014. A ficha caiu ao ver uma foto minha. De repente, não me reconhecia na imagem. Naquele momento o sobrepeso já criava sérios problemas de autoestima. Eu sabia que estava caminhando para um quadro de depressão e não conseguiria dar a volta por cima sem apoio.

Com a ajuda da minha mãe, busquei auxílio profissional. Foi o primeiro passo. Eu estava preparada para mudar totalmente meu estilo de vida. Passei a frequentar a academia e a me dedicar a reeducação alimentar.

O convite para a corrida surgiu no mesmo ano e veio do meu pai. Tratava-se de uma prova beneficente, com o valor das inscrições revertido para as crianças de um orfanato em Itaquaquecetuba (SP). Tocada pela causa, aceitei o desafio. Para minha surpresa e felicidade, conclui os 6 km e subi ao pódio como terceira colocada na minha categoria.

Passei a fazer parte do Suando a Camisa —grupo de amigos corredores. Um ano depois, veio a primeira meia maratona. Desde então, tenho tido o privilégio de colecionar boas histórias de superação e bons amigos— chamados carinhosamente de ‘môs benzinhos’.

Meu irmão, meu grande companheiro de jornada, era também o meu maior incentivador e fã. Um dia, quando ele me perguntou por que eu não faria a São Silvestre, me lembro de ter rebatido, como quem olha assustada para um dinossauro. “Tá louco, gordinho?! São QUINZE quilômetros”. A resposta veio com descontração e orgulho: “Você consegue, Moniquinha! Você é atleta”. Ele nunca soube, mas no ano seguinte eu busquei a medalha da tradicional prova para ele.

Dez meses antes de eu cruzar a linha de chegada na avenida Paulista, o perdi em um acidente automobilístico, em fevereiro de 2018. A São Silvestre passou a ter um outro significado na minha vida.

Oito meses após o acidente, durante os primeiros quilômetros da minha primeira maratona trail, fui mais uma vez tomada pelas lágrimas da saudade avassaladora. Cheguei a pensar que não iria até o fim do percurso. Me lembrei daquele sorriso lindo, daquela alegria contagiante e passei a conversar com ele em pensamento. Aos poucos fui me acalmando.

Quando me dei conta, estava sorrindo e cantarolando as músicas que ele adorava. Naquele dia, cruzei a linha de chegada como a quarta colocada na minha categoria e subi ao pódio com o rosto dele estampado na camisa.

A cada medalha conquistada ainda ouço a voz do meu irmão dizendo orgulhoso: “Parabéns, Moniquinha!”. É o que me faz seguir em frente. Eu calço o tênis, não para correr, mas para encontrá-lo e homenageá-lo. É um momento nosso, meu e dele.

É o momento de relembrar os 27 anos em que tive o privilégio de ser a irmã, a cúmplice, a ‘parça’, e a Moniquinha do cara mais incrível que eu já conheci! Por isso, cada passada, cada quilometro é por ele. É para ele. O grande amor da minha vida!

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Queniano Cherono vence Maratona de Chicago 2019 https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2019/10/13/queniano-cherono-vence-maratona-de-chicago-2019/ https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2019/10/13/queniano-cherono-vence-maratona-de-chicago-2019/#respond Sun, 13 Oct 2019 14:43:20 +0000 https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/files/2019/10/000000000000000-300x215.jpg https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/?p=195 O queniano Lawrence Cherono venceu a 42ª Maratona de Chicago, nos Estados Unidos, neste domingo (13), com o tempo de 2h05min45seg. É o oitavo melhor tempo da prova registrado na categoria masculina.

Em segundo lugar, ficou o etíope Dejene Debela (2h05min46seg) e, em terceiro, seu conterrâneo, Asefe Mengstu (2h05min48seg). Bedan Karoki, do Quênia, chegou colado em quarto lugar (2h05min53seg).

Os quatro fizeram parte do pelotão líder durante toda a prova. Também chegaram a ficar à frente dos demais o belga Ashir Abdi (5º), o etíope Seifu Tura (6º) e o queniano Dickson Chumba (7º).

O britânico Mo Farah era o favorito para defender o título este ano –ele venceu a prova em 2018, com o melhor tempo de sua carreira (2h05min11seg)–, mas não foi páreo para os africanos. Farah chegou a largar junto do pelotão que liderou, mas perto dos 21 km acabou ficando para trás. Chegou em oitavo lugar (2h09min58seg).

RESULTADO FEMININO

As mulheres foram a estrela da Maratona de Chicago. Mais precisamente, a queniana Brigid Kosgei, que bateu o recorde mundial de maratonas neste domingo. Com o tempo de 2h14min04seg, ela passou a marca anterior, 2h15min25seg, da britânica Paula Radcliffe.

As etíopes Ababel Yeshaneh (2h20min51seg) e Gelete Burka (2h20min55seg) ficaram em segundo e terceiro lugar, respectivamente.

MARATONA DE CHICAGO

Enquanto a de Nova York se tornou uma prova globalizada, que reúne atletas de todo mundo, e Boston virou sinônimo de prestígio, por sua rigorosa qualificação, a Maratona de Chicago é onde os corredores vão para obter seus RPs (recordes pessoais).

Isso, claro, dentro dos Estados Unidos, uma vez que Londres e Berlim também são competições conhecidas por verem recordes mundiais.

A cidade do centro-oeste americano ganhou essa fama por seu clima ameno e percurso plano. Entre os 10 melhores tempos das mulheres na história da maratona, 2 foram lá conquistados. Chicago, no entanto, não figura no top 10 masculino.

E se o clima varia entre ameno e frio –na manhã deste domingo, o termômetro marcava 5ºC–, a população de Chicago faz uma recepção calorosa para os 45 mil atletas dos 50 estados americanos e de mais de cem países que participam da prova. Metade dos moradores da cidade, 1,5 milhão, vai para a rua acompanhar a maratona, que é uma das Majors, circuito mundial com as seis principais competições da modalidade.

Além dos espectadores, 12 mil voluntários trabalharam na edição deste ano em 20 postos de ajuda espalhados pelo percurso. Nessas estações há água, isotônico, auxílio médico, além de um spray com gelo a partir do quilômetro 30 para amenizar as dores comuns após este ponto.

Nem sempre, porém, a prova teve toda essa estrutura. Em 1987, dez anos após a estreia, foi realizada uma edição simbólica, que nem entra no histórico da competição. Isso porque não havia patrocinadores para aquele ano.

Melhores tempos de Chicago

Homens

  1. 2:03:45 – Dennis Kimetto (QUE) – 2013
  2. 2:04:11 – Eliud Kipchoge (QUE) – 2014
  3. 2:04:38 – Tsegay Kebede (ETI) – 2012
  4. 2:04:11 – Mo Farah (RU) – 2018
  5. 2:05:37 – Moses Mosop (QUE) – 2011
  6. 2:05:41 – Samuel Wanjiru (QUE) – 2009
  7. 2:05:42 – Khalid Khannouchi (EUA) – 1999
  8. 2:05:45 – Lawrence Cherono (QUE) – 2019
  9. 2:05:46 – Dejene Debela (ETI) – 2019
  10. 2:05:48 – Asefe Mengstu (ETI) – 2019
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Prova em São Paulo premia com vaga na Maratona de Berlim https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2019/08/28/prova-em-sao-paulo-premia-com-vaga-na-maratona-de-berlim/ https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2019/08/28/prova-em-sao-paulo-premia-com-vaga-na-maratona-de-berlim/#respond Wed, 28 Aug 2019 13:00:49 +0000 https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/files/2019/08/a6eb6eed5a23469a06c6a142b8a56922ffcee3fb932f3175d0c6b5b1fd593c4f_5ae1af4865742-300x215.jpg https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/?p=143 Completar uma maratona já é o sonho de muitos corredores. Se puder ser em uma tradicional, que integra o circuito das majors —principais provas do mundo—, como a de Berlim, chega até a dar uma palpitação.

Mas a corrida pode estar mais perto do que os 10 mil quilômetros que separam a capital paulista da alemã. Com uma proposta de prova democrática, a Adidas realiza em São Paulo a Boost Run SP, no dia 6 de outubro.

Os cem melhores classificados da prova individual de 15 km disputam com um tiro de 1 km uma vaga na Maratona de Berlim 2020, com passagem, hospedagem, alimentação e inscrição.

A distância da prova pode ser percorrida ainda em dupla, com uma primeira etapa de 5 km e uma segunda de 10 km. Também nesta modalidade, as cem primeiras duplas concorrem com um tiro de 1 km a uma vaga para a Meia Maratona de Buenos Aires 2020, com tudo pago.

A estrutura da prova deve contar com show de atração-surpresa, food park, especialistas em nutrição e fisioterapia para massagem desportiva, avaliação de bioimpedância e análise biomecânica da corrida, relaxamento e massagem. Todos os participantes terão direito a levar um acompanhante.

As inscrições são feitas pelo site e vão até 29 de setembro. Para a categoria individual, o corredor irá pagar R$ 129,99. Já para quem decidir participar em dupla terá que desembolsar R$ 119,99 por atleta.

O kit da prova será entregue diretamente na casa do inscrito que morar na Grande São Paulo e se inscrever até 20 de setembro. Ele inclui camiseta, chip, canudo reutilizável, voucher de R$ 50 nas lojas Adidas selecionadas, vale-experiências e descontos de parceiros.

Veja abaixo os prêmios oferecidos para cada categoria:

Individual (masculino e feminino)

1º Lugar: Viagem + Hospedagem + Passagens + Alimentação + Inscrição para a Maratona de Berlim 2020 + R$ 6.000 em produtos Adidas + 1 ano de assessoria de corrida MPR

2º Lugar: R$ 4.000 em produtos Adidas + 1 ano de assessoria de corrida MPR

3º Lugar: R$ 2.000 em produtos Adidas + 1 ano de assessoria de corrida MPR

Duplas (masculino, feminino e misto)

1º Lugar: Viagem + Hospedagem + Passagens + Alimentação + Inscrição para a Meia Maratona de Buenos Aires 2020 + R$ 6.000 em produtos Adidas + 1 ano de assessoria de corrida MPR

2º Lugar: R$ 4.000 em produtos Adidas + 1 ano de assessoria de corrida MPR

3º Lugar: R$ 2.000 em produtos Adidas + 1 ano de assessoria de corrida MPR

Boost Run SP – Campo de Marte – av. Braz Leme, 3258, Santana, São Paulo, SP. Dom. (6/10): a partir de 6h. Distâncias de 5 km + 10 km (dupla) e 15 km (individual). Inscrições R$ 119,99 (por pessoa da dupla) e R$ 129,99 (individual), pelo site

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‘A corrida ajudou a salvar a minha vida’, diz corredor que perdeu quase 70 kg https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2019/08/19/a-corrida-ajudou-a-salvar-a-minha-vida-diz-corredor-que-perdeu-quase-70-kg/ https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2019/08/19/a-corrida-ajudou-a-salvar-a-minha-vida-diz-corredor-que-perdeu-quase-70-kg/#respond Mon, 19 Aug 2019 12:00:52 +0000 https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/files/2019/08/15659892075d5719572ffc6_1565989207_3x2_md-300x215.jpg https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/?p=129 A corrida é sinônimo de superação para todos que a praticam. Seja em alcançar a linha de chegada dos seus primeiros quilômetros, diminuir o pace ou vencer pela sétima vez uma maratona, cada treino e cada prova geram uma satisfação única.

Mas o jornalista Carlos Manoel diz que o esporte tem um significado maior: quando começou a correr, renasceu. Até pouco mais de um ano atrás, pesava quase 140 quilos. “Chegou um momento em que meu corpo cansou e gritou por socorro.”

Com sua primeira meia maratona completada no fim de julho —o que reconhece ter sido um risco com pouco tempo de prática—, ele agora quer percorrer ainda mais quilômetros.

Tem uma história de superação na corrida ou participou de uma prova inspiradora? Envie seu relato para o email linhadechegadablog@gmail.com

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Há pouco mais de um ano eu renasci. Pode parecer exagerado para alguns essa minha afirmação, mas sinto que ganhei uma nova chance de viver no dia 20 de julho de 2018. Eu era obeso. Pesava quase 140 quilos na época. Tinha hipertensão arterial e por muito pouco não sofri uma crise hepática devido à grande quantidade de gordura no fígado.

Vivia com dores de cabeça, quase que diárias, além de sérios problemas no estômago, como a gastrite. Colesterol e diabetes estavam sempre no limite. Saía de casa apenas para comer e beber. E comia e bebia como se não houvesse o amanhã, que quase não existiu.

Não tinha disposição para subir escadas, passear com os cachorros, muito menos praticar atividade física. Sofria para amarrar o meu próprio tênis.

Mas até então, para mim essas condições e limitações não tinham importância. Eu simplesmente aceitava e, infelizmente, não fazia nada para mudar.

Só que chegou um momento em que meu corpo cansou e gritou por socorro. A mente demorou um pouco para entender a necessidade, mas acabou atendendo ao pedido e decidi mudar. Fui salvar a minha vida.

No dia 20 de julho de 2018 fui submetido a uma gastrectomia vertical. E consegui superar a obesidade. Hoje peso aproximadamente 70 quilos, não uso mais medicamentos para controlar a pressão arterial e meu fígado é saudável. As dores de cabeça e os problemas no estômago acabaram. Colesterol e diabetes foram totalmente controlados.

O jornalista Carlos Manoel em julho de 2018, quando pesava quase 140 kg (Arquivo pessoal)
O jornalista Carlos Manoel em julho de 2018, quando pesava quase 140 kg (Arquivo pessoal)

E nesse processo de emagrecimento/salvamento de vida, encontrei na corrida uma maneira prazerosa de voltar a praticar atividade física. E desde os primeiros treinos, que tiveram início somente em dezembro passado, após um árduo pós-operatório com direito a dores nas costas e a perda de quase toda massa magra, não parei mais.

Fui evoluindo aos poucos, adquirindo condicionamento físico e em janeiro, exatamente seis meses após a cirurgia, participei da minha primeira corrida. Uma prova de apenas quatro quilômetros aqui na capital paulista, mas o suficiente para ver que estava no caminho certo e que eu tinha que seguir em frente.

Após esta prova vieram os seis quilômetros, oito, 10, 15 e uma meia maratona. Sim, no último dia 27 de julho, pouco mais de um ano após o meu ‘renascimento’, participei de uma meia maratona, a SP City.

E aquilo que era inimaginável para mim e para todos aqueles que me conheciam, aconteceu. Corri 21,097 quilômetros em 2h18min pelas principais ruas e avenidas de São Paulo, a cidade que escolhi para viver e me acolheu tão bem.

Me precipitei em participar de uma meia maratona com pouco mais de seis meses de treino? Talvez. Mas, encarar uma prova desse tamanho era algo desafiador para mim. E eu, como muitos que acompanham o blog, sou movido a desafios. São eles que me fazem sentir vivo.

Mas, assim como tudo o que aconteceu comigo nos últimos meses, a corrida não foi fácil. A ansiedade na largada no Pacaembu, o frio no Minhocão, a emoção em passar pelo centro da cidade, a superação para subir a 23 de Maio, o controle para descer para o Ibirapuera, o cansaço para atravessar os túneis e chegar na marginal Pinheiros e, por fim, a superação, a força que veio do fundo da alma para completar a prova no Jockey Club.

21 quilômetros correndo e pensando em tudo o que aconteceu comigo nos últimos meses, em tudo o que fiz para conseguir superar mais um desafio. E essa reflexão durante o percurso, em meio a centenas de pessoas com os mais variados objetivos, me fez ter ainda mais certeza em continuar correndo, na busca por novos desafios.

A corrida ajudou a salvar a minha vida. Me sinto outra pessoa, literalmente. O próximo passo é me tornar um maratonista. E eu vou conseguir.

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É possível manter a prática da corrida durante a gravidez? https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2019/08/17/e-possivel-manter-a-pratica-da-corrida-durante-a-gravidez/ https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2019/08/17/e-possivel-manter-a-pratica-da-corrida-durante-a-gravidez/#respond Sat, 17 Aug 2019 13:00:27 +0000 https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/files/2019/08/15659897475d571b734166b_1565989747_3x2_md-300x215.jpg https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/?p=127 A descoberta da gravidez pode ser um momento de muita alegria, ansiosamente esperado por mulheres que desejam ter filhos. Junto com ele, vem uma série de preocupações com um novo estilo de vida a ser adotado, pois as atitudes agora impactam duas vidas.

Em meio aos questionamentos para essa nova fase da vida, as gestantes que praticam corrida podem ficar em dúvida se devem ou não continuar a prática.

“Assim que a paciente engravida, orientamos primeiro a avaliar a gestação com o médico, ver realmente se o embrião implantou, se corre bem, não tem descolamento de placenta. Se for gestação normal e não houver nenhum outro risco, está autorizada a fazer a atividade física”, explica a obstetra Lilian Fiorelli.

A atividade, no entanto, deve ser feita com extrema atenção e acompanhamento. Isso porque, com a gestação, já existe uma sobrecarga natural do corpo. “Para poder gerar e nutrir o bebê, a mulher aumenta a quantidade de sangue que circula no corpo em 20%, e a sobrecarga do coração também aumenta em 20%”, diz Fiorelli.

Outra sobrecarga ocorre na região lombar, devido ao crescimento da barriga, que muda o centro de gravidade da gestante. Além disso, por conta do aumento da taxa de progesterona, ligamentos e articulações ficam mais propensos a lesões.

“Se colocar uma gestante para correr, vai forçar ligamentos e articulações que já estão sobrecarregados, forçar assoalho pélvico e coração que já está sobrecarregado.”

Então não pode correr? “Não é proibido. É muito recomendável que faça exercícios, pois liberação hormonal dá sensação de bem estar”, afirma a obstetra. “É importante ter em vista que, se a mulher já corria, vai diminuir um pouco o ritmo para fortalecer musculatura para que não tenha lesão.”

O fortalecimento muscular é importante para todos os corredores, mas, de acordo com Fiorelli, é imprescindível para as gestantes. E, assim como na corrida, é preciso diminuir a carga a que a atleta está habituada.

“Se já fazia [musculação], diminui metade da carga e vai aumentando aos poucos para ver se não está ofegante, se não tem dor local.”

A médica chama a atenção para os exercícios de abdominais, que não são proibidos, mas pouco recomendados. “A barriga vai distendendo e tem maior tendência a diástase, que é o afastamento da parede abdominal.”

Apesar de ser um critério subjetivo, Fiorelli recomenda que a gestante observe sua respiração enquanto pratica a atividade para evitar a sobrecarga. “Se está muito ofegante, entrecorta as palavras para respirar, já passou do limite, precisa reduzir a intensidade.”

E a recomendação principal continua sendo: siga as orientações do seu médico, pois cada caso é único.

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Volta à Ilha foi a primeira e a última corrida de aventura para mim, diz atleta https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2019/08/06/volta-a-ilha-foi-a-primeira-e-a-ultima-corrida-de-aventura-para-mim-diz-atleta/ https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2019/08/06/volta-a-ilha-foi-a-primeira-e-a-ultima-corrida-de-aventura-para-mim-diz-atleta/#respond Tue, 06 Aug 2019 14:00:51 +0000 https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/files/2019/08/15650412575d48a269c4744_1565041257_4x3_md-300x215.jpg https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/?p=117 Participar da Volta à Ilha pode ser o sonho de muito corredor espalhado pelo Brasil, principalmente daqueles que não contam com a variedade de terrenos disponíveis em Florianópolis.

O corredor Wesley Faraó Klimpel —que também é jornalista da Folha e marido desta blogueira— morou por seis anos na ilha, mas foi ouvir falar da prova pela primeira vez quando já estava em São Paulo. Decidiu, neste ano, topar o desafio proposto por seu instrutor à época da prova.

Ele pratica corrida regularmente há cinco anos e já participou de provas com diversas distâncias, desde 5 km até a tão desejada maratona, todas em terreno regular. Mas descobriu que, no esporte, sua praia não é feita de areia —prefere mesmo é o tênis no asfalto.

Tem uma história de superação na corrida ou participou de uma prova inspiradora? Envie seu relato para o email linhadechegadablog@gmail.com

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Corro regularmente desde 2014, quando passei a ter acompanhamento de uma assessoria esportiva. A parceria era a distância, e o técnico, de Florianópolis, enviava as planilhas por email ou por aplicativo, enquanto eu, em São Paulo, fazia o treino e preenchia digitalmente. Foi assim por cinco anos e várias provas, entre elas quatro meias e uma maratona. Com esse treinamento, cheguei ao pace 4’21” em corridas de rua.

Como dizem, a corrida é um esporte individual, o que me faz ser o meu principal companheiro e adversário. Uso os longões para debater internamente questões pessoais e as provas para superar meus ‘eus’ passados. Mas sempre gostei de esportes coletivos e de ter novas experiências. Por isso, quando meu técnico falou sobre a Volta à Ilha, fiquei prontamente interessado.

Você nunca ouviu falar na prova? Nem eu, mesmo tendo morado em Florianópolis por seis anos. Como o próprio nome diz, é uma volta no “pedacinho de terra perdido no mar” que forma boa parte da capital catarinense. Equipes de duas a dez pessoas correm 144 km, que circundam quase totalmente a ilha.

De São Paulo, eu via postagens em redes sociais sobre a prova, mas não tinha noção de como ela era. Quando minha assessoria esportiva começou a falar a respeito, meses antes da prova, eu me inscrevi, sem pesquisar o trajeto. Esse foi o primeiro erro da minha experiência.

Foi criado um grupo de WhatsApp semanas antes da prova. Por morar em SP, desconhecia a maior parte da equipe. Logo vi que a turma era rápida, com pace médio entre 4’30” e 5’.

Acostumado com as provas de rua, em que me inscrevo, pego o kit de competidor um dia antes e apareço no local e horário da corrida, fiquei surpreso com a logística necessária para a Volta à Ilha, uma competição que começa antes das 7h e termina à noite.

Nossa equipe (de oito pessoas) teria uma van e uma moto, ambas com motorista para dar conta do esquema: enquanto um corredor larga no ponto A, o competidor do trecho seguinte deve ir ao ponto B para receber o bracelete e seguir correndo.

Os atletas que não estivessem participando estariam na van, que faria grande parte dos trajetos. A moto seria usada nos momentos de maior trânsito ou maior urgência. A van teria também um estoque de frutas, água e energéticos, para que todos pudessem se alimentar entre seus trechos. E todos deveriam levar seus próprios alimentos.

A prova é dividida em 18 trechos, com níveis como “fácil”, “moderado”, “difícil”, “muito muito difícil” e “o mais difícil”, e distâncias de 4 km a 16,4 km. Para completar o quadro, há diferentes tipos de terreno, como asfalto, praia, trilha e estrada de terra.

O instrutor, que também era integrante da equipe, fez uma divisão para que todos percorressem ao menos dois trechos durante o dia, com um bom intervalo de descanso para cada um. Pelo meu pace em asfalto, fui escalado para fazer um trajeto entre a Praia Brava e a Praia dos Ingleses, de 5,2 km, em que teria praia, trilha e praia, e a famigerada Estrada do Sertão, o pedaço mais difícil e o mais longo, de 16,4 km.

Por coincidência, semanas antes da prova passei alguns dias em Floripa, de férias, e pude treinar na tal Estrada do Sertão. Numa manhã de céu nublado, eu, descansado, subi o morro de terra correndo. Após 500 metros parei. Tentei ver o lado positivo da situação e pensei que estava só fazendo um reconhecimento do percurso. Continuei o trecho alternando entre caminhadas e corridas, em meio a subidas e descidas íngremes.

Dias depois, refiz o trajeto, mais rápido, mas ainda assim alternando entre caminhadas e corridas, e desapontado comigo mesmo por não conseguir subir tudo correndo. Torci para que eu estivesse em melhor forma no dia da Volta à Ilha.

Chegada a data, estava no ponto de encontro antes das 5h. De lá, partiriam as três equipes da assessoria esportiva: uma masculina, uma feminina e a minha, mista. Ali entendi que precisa ter experiência para organizar um time, já que todos tinham uma van e uma moto ou então dois carros. Foi ali, também, que conheci os demais integrantes do meu grupo.

Eu era o último da minha equipe a largar, e vi um a um fazer seu trecho e voltar cansado ao carro. Os primeiros percursos, mais fáceis, eram no asfalto, ainda antes do amanhecer. Mas, quando o sol começou a ficar mais forte, senti que a situação complicaria para o meu lado.

Larguei por volta das 10h, com sol forte e areia fofa. O pior, porém, foi na trilha. Escorregadia, íngreme e cheia de pedras, tive que alternar entre corrida e caminhada para poder escolher as rochas em que pisaria, além de deixar passar outros competidores. Finalizei meu trecho com pace de 6’14”.

Enquanto esperava meu próximo trajeto, vi atletas subindo morros íngremes, embaixo de um sol escaldante, e comecei a me arrepender de estar ali —eu já havia corrido 4 horas seguidas, com chuva em alguns momentos, e não entendia o sentido de ficar o dia todo em um carro, pegando trânsito, para percorrer trajetos insalubres.

Chegou então minha hora de enfrentar a Estrada do Sertão, mas agora para valer. Tive a companhia do sol apenas no início, na praia, mas o calor foi constante por todo o trecho. No morro, repeti a toada dos treinos: caminhada e corrida. Ali, todos os competidores faziam a mesma coisa, exceto duas pessoas, que subiram a colina toda sem caminhar. Quando superei o morro, me toquei que ainda teria cerca de 7 km em asfalto, com subidas e descidas leves. Mesmo assim, cansado, continuei intercalando as velocidades.

Só queria tomar banho, comer e descansar quando finalizei meu trecho. Mas ainda precisava esperar minha equipe completar outros dois percursos. Seguimos para a linha de chegada, onde todos os competidores se reuniriam. Aos poucos, foram chegando os atletas que estavam correndo o derradeiro trecho do dia.

Um atleta da minha equipe falou que adora corridas com trilhas ou meias e maratonas, e que não faz provas de 10 km porque não desenvolve velocidade. Percebi, em Floripa, que minha praia é a corrida no asfalto, em que posso desenvolver velocidade, sem me preocupar com pedras escorregadias, galhos de árvores ou buracos de terra batida. No fim das contas, a Volta à Ilha foi a primeira e última corrida de aventura para mim.

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Você pode estar correndo torto; saiba como corrigir https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2019/08/01/voce-pode-estar-correndo-torto-saiba-como-corrigir/ https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2019/08/01/voce-pode-estar-correndo-torto-saiba-como-corrigir/#respond Thu, 01 Aug 2019 04:15:18 +0000 https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/files/2019/07/15646028925d41f20c97eab_1564602892_3x2_md-300x215.jpg https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/?p=107 Pronada, supinada ou neutra? Para quem pratica corrida há algum tempo, os termos referentes aos tipos de pisada não soam estranho —e provavelmente o corredor fez um teste para descobrir qual é a sua.

Por outro lado, há quem não saiba as diferenças entre elas e como podem influenciar nos treinos.

O ortopedista especialista em pés e tornozelos Thiago Bittencourt explica que, dentro dos pés, os ossos estão interligados e funcionam como uma engrenagem. “Quando movimentamos uma parte do pé, há uma transmissão e a outras partes também se movimentam.”

Isso significa que um tipo de pisada vai executar certas funções melhores em detrimento de outras.

Para descobrir de que maneira você distribui seu peso durante a corrida existem, resumidamente, três formas: O seu médico, em um exame em que o paciente fica em pé, identificará sua pisada observando a forma como pé toca o chão.

Também é possível saber por meio de aparelhos que medem a pressão do pé na superfície, disponível em algumas lojas de tênis.

A maneira mais simples, no entanto, é o próprio corredor observar como gasta a sola dos seus sapatos. Quando o calçado desgasta mais do lado de fora, significa que o pé é supinado. Já quando o desgaste está mais do lado de dentro, pronado.

Os tênis específicos ajudam a compensar esse desvio natural dos pés, mas Bittencourt reforça que eles não têm capacidade de corrigir os casos de desvios
mais problemáticos.

Ainda não entendeu as diferenças? O blog explica ao leitor corredor o básico de cada pisada.

PISADA SUPINADA

A parte de fora do pé é mais exigida, pois a curvatura do arco é maior e o tornozelo fica apontado para dentro. É a que causa mais lesões. O pé é mais rígido, tem menor mobilidade e capacidade de amortecimento. Isso leva à sobrecarga na parte óssea e nos tendões por não absorver bem o impacto, além de aumentar as chances de torções

PISADA NEUTRA

O corredor com esse tipo de pisada tem sorte: não há alterações ou torções. Mesmo assim, todos estão sujeitos a lesões e é necessário fazer o acompanhamento com profissionais da saúde e do esporte. É preciso ficar atento na hora de escolher um tênis para não haver uma compensação desnecessária da pisada

PISADA PRONADA

A curvatura do arco do pé é mais plana e o tornozelo aponta para dentro. O corredor exige mais da parte interior do pé, que é mais flexível, dando mais espaço para os ossos manobrarem. Neste caso, o amortecimento é muito bom, mas a flexibilidade exige uma musculatura mais forte, e o atleta tende a ter mais câimbras e distensões

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