Linha de Chegada https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br O blog onde atletas amadores e ultramaratonistas correm lado a lado Mon, 06 Dec 2021 21:28:58 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Corridas retornam às ruas de São Paulo, e São Silvestre tem edição de 2021 confirmada https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2021/10/13/corridas-retornam-as-ruas-de-sao-paulo-e-sao-silvestre-tem-edicao-de-2021-confirmada/ https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2021/10/13/corridas-retornam-as-ruas-de-sao-paulo-e-sao-silvestre-tem-edicao-de-2021-confirmada/#respond Wed, 13 Oct 2021 22:20:09 +0000 https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/files/2020/03/maratona-sp-300x215.jpg https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/?p=836 Foram 19 meses de muita espera, mas o momento chegou: o Governo do Estado de São Paulo liberou a realização de eventos esportivos com 100% da capacidade a partir de 1º de novembro, o que permite o retorno das corridas de rua e a edição de 2021 da tradicional São Silvestre.

Antes desta data, as provas devem ocorrer com limite de 30% da capacidade até 15 de outubro, 50% até 31 de outubro, tendo como base as edições anteriores.

O anúncio veio após eventos-modelo que vinham sendo organizados desde julho. No fim de agosto, uma corrida teste ocorreu na marginal Pinheiros, já indicando o futuro das provas de rua. No caso do evento, foi necessário apresentar um teste negativo ou pagar para a realização de um ao buscar o kit.

O acesso à prova foi controlado apenas para inscritos, e dois questionários foram enviados aos participantes, para controle. Também foi oferecido um teste gratuito após uma semana do evento.

Já para as corridas que virão, os organizadores devem exigir um certificado com esquema vacinal completo, segundo o governo paulista. Quem não tiver concluído a imunização precisará apresentar um comprovante da primeira dose e um teste negativo para Covid-19 —PCR ou de antígeno realizados em até 48 e 24 horas antes do evento, respectivamente.

Por enquanto, também será necessário permanecer de máscara e manter o distanciamento. No caso do evento-modelo de fim de agosto, acompanhado pela Folha, ao longo do percurso alguns corredores retiravam o item de proteção, mas havia controle próximo à linha de chegada pedindo que fosse colocado de volta.

Uma das provas mais aguardadas neste fim de ano é a 96ª Corrida Internacional de São Silvestre. A principal corrida de rua da América Latina foi confirmada para o seu já tradicional dia, 31 de dezembro, e está com inscrições abertas.

A edição terá algumas novidades, como o Pelotão Premium —com kit mais completo e espaço de largada separado— e o treinão virtual, que pode ser tanto um preparativo para a prova como ser completado ao mesmo tempo que a competição.

Além da São Silvestre, outras provas que já estavam consolidadas no calendário paulistano também confirmaram edições. Uma delas é o Circuito das Estações – Etapa Inverno, que será no dia 7 de novembro. As inscrições também já estão abertas.

As corridas de rua haviam sido suspensas em março do ano passado, ainda no início da pandemia de coronavírus no Brasil. Com o avanço da vacinação, os eventos que geram aglomerações vêm sendo liberados. No estado de São Paulo, 82,1% já receberam ao menos uma dose e 61,1% estão com quadro vacinal completo.

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Desafio de corrida transforma quilômetros em limpeza dos oceanos https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2021/06/07/desafio-de-corrida-transforma-quilometros-em-limpeza-dos-oceanos/ https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2021/06/07/desafio-de-corrida-transforma-quilometros-em-limpeza-dos-oceanos/#respond Mon, 07 Jun 2021 18:57:35 +0000 https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/files/2021/06/2b8eb63b1c4e6597f9cd071ee3dc8321ff2036eccaa006d30a872660e89d1b6c_60b1283eb2a1b-300x215.jpg https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/?p=741 Quem já acompanha o blog e também pratica corrida sabe dos benefícios do esporte, seja da atividade física em geral para a imunidade ou mesmo da corrida para a saúde mental —algo que está sendo explorado ainda mais a fundo neste momento.

A corrida tem como um dos atrativos o fato de o praticante não depender dele mesmo (e de condições climáticas favoráveis). O esporte, porém, mostra que, apesar do individualismo, ele não precisa ser solitário, nem trazer benefícios apenas para o corredor.

Há diversos desafios beneficentes disponíveis, tanto presencialmente em tempos pré-pandemia como pelos aplicativos de corrida, mesmo antes de o coronavírus sacudir o nosso cotidiano. Um deles é o Run for the Oceans, uma iniciativa da Adidas com a Parley para transformar quilômetros em limpeza dos oceanos.

No desafio, para cada quilômetro corrido usando o aplicativo adidas Running, a parceria vai limpar o equivalente ao peso de 10 garrafas plásticas, até um total de 225 toneladas de resíduos plásticos marinhos removidos de praias, ilhas remotas e litorais.

Capitão de um dos grupos do Adidas Runners, Bruno Host participa da iniciativa desde o seu lançamento, em 2017. “O consumo consciente é muito importante”, diz o atleta. “Não sou hipócrita, consumo é uma parte de mim, mas acho que a gente tem que pelo menos minimizar seus impactos.”

A corrida sempre fez parte da vida esportiva do Bruno, mas normalmente permeando outro esporte. A prática em si começou por incentivo de um ex-namorado seu, há cerca de seis anos. Pouco tempo depois, ele entrou para o grupo formado pela Adidas, e viu que não precisava ser algo solitário. “Mudou essa relação, tirou essa questão do sozinho. A gente sempre se supera, mas durante provas pode ter alguém te auxiliando. As melhores vezes que eu corri, eu tinha algum suporte.”

O atleta do Adidas Runners, Bruno Host (Divulgação)
O atleta do Adidas Runners, Bruno Host (Divulgação)

Com o Run for The Oceans, ele viu que o sentimento de gratificação após a corrida ganha outra importância quando o benefício vai além da prática. “É muito bom se engajar com qualquer causa”, afirma. “Mas o gratificante é a gente estar tocando nesse assunto enquanto comunidade, enquanto corrida.”

Até hoje, o desafio já uniu mais de 3 milhões de corredores ao redor do globo, que acumularam 25,5 milhões de quilômetros. O objetivo da Adidas é que, até 2025, 40 milhões de pessoas já tenham participado da iniciativa ao longo dos anos.

O desafio fica disponível até esta terça-feira (8), então é preciso correr para participar!

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Por que o exercício físico nos faz tão bem? Uma pesquisa quer aprofundar a questão https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2021/06/02/por-que-o-exercicio-fisico-nos-faz-tao-bem-uma-pesquisa-quer-aprofundar-a-questao/ https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2021/06/02/por-que-o-exercicio-fisico-nos-faz-tao-bem-uma-pesquisa-quer-aprofundar-a-questao/#respond Wed, 02 Jun 2021 16:16:23 +0000 https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/files/2021/06/1e9178f1476603482f773ca3e333fb8c55d471deee44a774f543b5679c2e8f7d_6061fdc29289b-300x215.jpg https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/?p=732 Quem pratica corrida ou qualquer outro esporte sente no corpo e na mente a diferença. No corpo, a colheita dos benefícios é um investimento a longo prazo —uma maratona. Já na mente, é um sprint: o sentimento após o exercício, principalmente se aquela meta definida é cumprida, vem na hora.

Diversas pesquisas já comprovaram que a atividade física é benéfica para se manter saudável e aumentar o bem-estar. O que ainda é um certo mistério para os cientistas é como e por que se movimentar nos faz tão bem.

É para aprofundar nessas duas perguntas que uma iniciativa da marca japonesa Asics lançada nesta quarta-feira (2), Dia Mundial da Corrida, convida pessoas ao redor do globo para participar de uma grande pesquisa para mapear o impacto do esporte na saúde mental. O objetivo é alcançar um milhão de mentes até janeiro de 2022.

“A maioria das pesquisas até hoje foram feitas em meios muito artificiais, apenas indo a um laboratório ou a um scanner em um hospital, não é algo disponível para um grande número de pessoas”, afirma Brendon Stubbs, supervisor do estudo da Asics e pesquisador de exercícios e saúde mental no King’s College, em Londres.

“Portanto, a nossa compreensão dos mecanismos de por que a corrida e exercícios nos fazem sentir bem é limitada e, mais importante, como podemos medir isso.”

Para conseguir chegar à oferta de uma plataforma que possa ser usada em larga escala, duas fases do estudo foram realizadas em um grupo mais limitado de pessoas, tendo como foco a corrida.

Em uma primeira etapa, foram medidas as ondas cerebrais dos corredores por meio de um eletroencefalograma, cujos resultados são lidos por especialistas. Já na segunda, além dessa medição, um relatório com perguntas e um software de escaneamento facial foi usado para juntar a medição vista no exame com as respostas.

“Uma das coisas realmente empolgantes, que valida nossa abordagem com aplicativo daqui para frente e nos dá confiança para distribuir para mais de um milhão de pessoas, é a precisão da relação entre os dados do eletroencefalograma e o que capturamos no relatório pessoal e no escaneamento facial, que foi de 92% a 94%”, explica Stubbs.

“Isso é muito alto e nos dá uma enorme confiança de que, quando as pessoas usarem a ferramenta, serão capazes de medir de maneira confiável e precisa o verdadeiro impacto da corrida e do esporte em sua saúde emocional e cognitiva.”

Apenas com as duas primeiras fases, o estudo já conseguiu medir diferenças importantes na saúde mental dos participantes. Segundo Stubbs, 20 minutos de corrida significaram um aumento de 13,4% no nível de alerta, de 15,9% no de sensação de calma, 13,3% no de relaxamento, 9,5% no de energia e 2,9% no de foco.

Outro ponto central da pesquisa em que os primeiros resultados são animadores, explica o pesquisador, é a diferença na melhora cognitiva e emocional com base na quantidade de exercício praticada —se é algo que apenas atletas de elite se beneficiam ou se aqueles que praticam cotidianamente ou mesmo abaixo do recomendável também colhem frutos.

Tanto atletas de elite quanto os amadores apresentaram uma melhora de 14,1% no aspecto cognitivo e 11% no emocional, mas o benefício maior foi visto naquelas pessoas que praticavam menos do indicado por instituições como a Organização Mundial da Saúde. Houve uma melhora de 30% nas medições cognitiva e emocional desses participantes.

Esse tipo de avaliação foi possível, pois praticantes de diferentes níveis foram avaliados nestas duas fases, algo que é buscado, em uma escala ainda maior, nesta terceira. A plataforma já está disponível, exigindo um mínimo de 20 minutos de atividade entre 25 esportes diferentes.

A quantidade de atividades é mais um avanço desta etapa já que, pelas restrições tanto do equipamento usado como do momento pandêmico, por enquanto as medições foram feitas em corredores.

É possível participar mais de uma vez de estudo, e, a partir de 1º de julho, os dados estarão compilados para que os resultados possam ser vistos e analisados individualmente no longo prazo e também qual vem sendo o impacto em uma escala maior —nas cidades, países e globalmente— no Mapa de Elevação Mundial.

Ainda que seja uma plataforma pública, com essa mensuração disponível, Stubbs diz que a participação é completamente anônima. Mesmo o escaneamento facial não é feito por meio de uma foto —a partir dele, é gerado um mapa do rosto no qual não é possível identificar a pessoa.

Demonstração do escaneamento facial feito pela plataforma da Asics (Divulgação)
Demonstração do escaneamento facial feito pela plataforma da Asics (Divulgação)

“Esta é uma tecnologia realmente nova, cada vez mais usada na ciência, para entender a expressão das emoções”, explica o pesquisador. “É realmente um software excelente para identificar emoções comuns, e validamos essas emoções expressas no rosto com os dados do eletroencefalograma e o relatório pessoal.”

O estudo vem em um momento em que a saúde mental ganhou ainda mais relevância na vida das pessoas, impactadas pelo isolamento social gerado pela pandemia de coronavírus há mais de um ano. Levantamento do Estudo Colaborativo de Resultados em Saúde e Funcionamento durante Tempos de Infecção (Coh-fit, na sigla em inglês) apontam um aumento de 50% nos níveis de estresse e até de 100% nos de ansiedade desde o início da crise sanitária.

“Então a necessidade de soluções escaláveis e baseadas em evidências para ajudar as pessoas a se sentirem melhor é agora mais importante do que nunca”, diz Stubbs.

Como participar
  1. Acesse o site e cadastre-se
  2. Escaneie seu rosto para registrar seu estado emocional
  3. Responda às perguntas desenvolvidas cientificamente para medir suas funções cerebrais
  4. Conclua pelo menos 20 minutos de exercício
  5. Repita os passos 2 e 3
  6. Veja os resultados do Mind Uplifter (o compartilhamento em redes sociais está disponível)
  7. Descubra como seus resultados estão contribuindo para o World Uplift Map (disponível a partir de 1º de julho)
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Em prova nos EUA, correr de roupa é opcional, mas máscara é obrigatória https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2020/09/02/em-prova-nos-eua-correr-de-roupa-e-opcional-mas-mascara-e-obrigatoria/ https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2020/09/02/em-prova-nos-eua-correr-de-roupa-e-opcional-mas-mascara-e-obrigatoria/#respond Wed, 02 Sep 2020 18:52:08 +0000 https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/files/2020/09/15989935495f4eb48df0d55_1598993549_3x2_md-300x215.jpg https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/?p=538 Muito se fala que a corrida é um esporte democrático, por não exigir nada além de um par de tênis. Para os participantes da Bouncing Buns Clothing Optional 5K (algo como 5K dos Bumbuns Saltitantes de Roupa Opcional), isso não poderia ser mais verdade.

A prova de 5 km, realizada em um resort de nudismo na Pensilvânia, reúne participantes de diferentes estados, vestidos de diferentes formas. Muitos usam apenas tênis, mas há mulheres de tops, corredores de chapéus e até mesmo aqueles que vão só pela corrida –ainda mais em um ano em que elas estão tão escassas– e participam de roupa. Um item, porém, foi obrigatório na edição de 2020: máscara (quando o atleta estivesse em meio a outros).

Autora da newsletter de corrida semanal do New York Times, Jen Miller participou da edição deste ano e contou sua experiência em um texto para o jornal americano. Ela afirma que, devido à pandemia, se interessou pela divertida prova, já que tantas outras foram canceladas.

O 5K dos Bumbuns Saltitantes é realizado há 13 anos no resort nudista Sunny Rest, fundado em 1945. Apesar da proposta divertida da corrida, os organizadores estão cientes do tabu em torno do nudismo e mantêm um certo anonimato ao publicar os resultados: somente se vê o primeiro nome, a inicial do último sobrenome e o estado do participante.

O tabu ligado à falta de roupas, no entanto, fica do lado de fora dos portões do resort. Em seu relato, Jen destaca que não sentiu, em nenhum momento, que as pessoas analisavam seu corpo, “desde as mulheres nuas em um trailer que torciam até o homem nu fazendo agachamentos no seu deque”.

“A corrida não tinha nenhuma sexualização, e eu não me preocupei com que partes do meu corpo não estavam perfeitamente lisas e macias, que partes mexiam a cada passada. Eu era apenas outro corpo em movimento”, relata Jen.

Um dos participantes da prova com quem a jornalista conversou corrobora a visão da iniciante. “Não é um ‘Girls Gone Wild’ (vídeos em que mulheres em festas se exibem para as câmeras, muitas vezes ficando nuas)”, afirmou Bruce Freeburger, 69, dono do site naked5k.com. Segundo a reportagem, ele acredita que corredores nus tendem a ser “altruístas e mais desportistas”.

E para receber esses atletas como vieram ao mundo, toda a equipe de apoio, inclusive na distribuição dos kits com camiseta e número de peito, seguia o “dress code” local, usando apenas luvas e máscaras. A (falta de) vestimenta se estendia também àqueles que acompanhavam a corrida.

Jen, no entanto, não estava totalmente sem roupas. “Para me preparar para a experiência, eu tentei correr completamente nua em uma esteira no meu porão e decidi que ir sem top era impraticável para mim”, escreveu a jornalista. “Então eu decidi ir como o Pato Donald e usei um chapéu e um top, mas nada na parte de baixo.”

Além disso, ela usou muito protetor solar, já que a corrida foi em meio ao verão no hemisfério Norte (inverno no Brasil).

E por ter sido uma prova realizada durante a pandemia, além de um baixo número de participantes (115, segundo Jen), na largada e durante a prova o distanciamento era obrigatório. Na hora da partida, o organizador Ron Horn pediu para que todos estendessem o braço para os lados, para se certificar que mantinham uma distância mínima de seus colegas.

Fora a falta de roupas e as medidas de prevenção contra o coronavírus, Jen afirma que se sentiu como em uma prova normal. “A energia era um pouco mais animada do que nas corridas tradicionais –quase leviana.”

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Organizadores confirmam realização da Maratona de Londres apenas com elite https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2020/08/06/organizadores-confirmam-realizacao-da-maratona-de-londres-apenas-com-elite/ https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2020/08/06/organizadores-confirmam-realizacao-da-maratona-de-londres-apenas-com-elite/#respond Thu, 06 Aug 2020 22:16:43 +0000 https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/files/2019/05/15565474555cc7077f3182e_1556547455_3x2_md-150x150.jpg https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/?p=530 Após meses de incerteza sobre a realização da 40ª Maratona de Londres, os organizadores confirmaram a realização da prova no dia 4 de outubro, mas com uma série de restrições, segundo comunicado publicado no site da competição nesta quinta-feira (6).

A primeira é que participarão apenas os atletas que compõem o pelotão de elite, para evitar aglomerações.

O percurso também será impactado. O parque St. James terá seu acesso limitado a moradores da região e usuários da área de lazer, e um circuito fechado será organizado para que os atletas percorram os 42 km da prova em um ambiente seguro, de acordo com a organização.

Já o público terá que acompanhar a transmissão pela TV, a princípio realizada pela BBC Sport.

Apesar das modificações, espera-se uma prova emocionante. Aguardada pelos fãs da modalidade, a disputa entre o atual recordista dos 42 km, o queniano Eliud Kipchoge, com o etíope Kenenisa Bekele, que ficou a dois segundos do tempo do rival em Berlim, em 2019, deve ocorrer na capital britânica, uma vez que os dois lideram o pelotão de elite masculino.

Já a atual recordista entre as mulheres, a queniana Brigid Kosgei, que conquistou sua marca em Chicago, em 2019, encabeça o pelotão de elite feminino.

Os tempos registrados em Londres serão elegíveis para a qualificação dos atletas para a Olimpíada de Tóquio, em 2021.

A organização esclareceu, ainda, que os inscritos para a edição deste ano poderão escolher participar na maratona de 2021, 2022 ou 2023. Além disso, serão convidados a correr a 40ª edição de qualquer lugar do mundo, em um percurso de sua escolha.

Eles terão 24 horas para completar os 42 km, no dia 4 de outubro e deverão registrar seu resultado em um novo aplicativo da maratona, que está em desenvolvimento.

Para o próximo ano, os realizadores anunciaram que, ao invés de ocorrer em abril, sua data tradicional, a prova está marcada para 3 de outubro, para “dar a melhor chance da corrida completa retornar em 2021”, diz o texto.

“Temos trabalhado há meses com diferentes cenários, tendo a saúde e a segurança de nossos corredores, voluntários, patrocinadores, médicos, comunidades e cidade sempre como prioridade”, disse Hugh Brasher, diretor de Evento da maratona, segundo o comunicado publicado no site.

“Apesar de nossos esforços, o apoio fantástico de todos os nossos parceiros e o progresso que foi feito no planejamento para o retorno de eventos menores de participação em massa que não são nas suas, não foi possível ir adiante com uma corrida ou caminhada de massa adotando o distanciamento social.”

Desta forma, 2020 termina com nenhum atleta amador participando das Majors, circuito mundial com as seis principais maratonas. Em março, Tóquio foi realizada também apenas com os atletas de elite, e as edições de Boston, Berlim, Chicago e Nova York foram canceladas.

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Uso de máscaras e lesões na corrida: como fica a volta dos exercícios ao ar livre https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2020/07/14/uso-de-mascaras-e-lesoes-na-corrida-como-fica-a-volta-dos-exercicios-ao-ar-livre/ https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2020/07/14/uso-de-mascaras-e-lesoes-na-corrida-como-fica-a-volta-dos-exercicios-ao-ar-livre/#respond Tue, 14 Jul 2020 15:03:55 +0000 https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/files/2020/07/4bd708e0e03339d177076c19fac6a05e3e60d64c2f3962bbf5d8d6553ee3afa8_5f0ca4e9e2b7a.jpg https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/?p=516 Depois de quase quatro meses fechados, os parques reabriram em São Paulo nesta segunda-feira (13), ainda que com horários mais restritos e adoção de medidas de proteção.

Outras cidades já haviam flexibilizado o funcionamento dessas áreas, como em Florianópolis, que passou a fechar nos fins de semana após aumento de casos, ou permitido exercícios na rua, como no Rio.

Na capital paulista, a reabertura é um convite para quem não via a hora de sair de casa e praticar uma atividade ao ar livre. O momento, no entanto, é de precaução extrema, não só devido à pandemia de coronavírus, que ainda não chegou ao seu pico no Brasil, mas também para evitar lesões.

“Neste momento, o mais importante é manter a condição física e tentar melhoras progressivas”, explica a especialista em medicina esportiva Renata Castro. “Treinos intensos podem reduzir a imunidade. Portanto, quem ficou parado durante todos esses meses de isolamento deve começar treinos de baixa intensidade e ir progredindo aos poucos.”

Com as corridas de rua suspensas e aquela prova alvo sem data marcada para acontecer, há tempo para que essa progressão seja feita sem pressa. É importante também não tentar voltar logo na primeira saída ao nível que se praticava no pré-isolamento, o que é um convite às lesões.

A prática da corrida deve ainda estar atrelada ao fortalecimento muscular. As academias ensaiam uma reabertura, mas nem todas estão em funcionamento. Há, porém, exercícios que se pode fazer de casa, com o peso do próprio corpo ou com utensílios domésticos, como garrafas d’água.

Além disso, e principalmente neste momento, é importante saber seus próprios limites, afirma Castro. “A individualidade de cada um deve ser respeitada. Por isso, considero prudente, sempre que possível, a busca de um profissional que possa individualizar seu treino.”

Outra questão frequente na prática de exercícios ao ar livre em meio à pandemia é o uso de máscaras. Ao mesmo tempo em que geram uma barreira para o coronavírus, esses equipamentos dificultam um pouco a passagem do ar.

Mas, afinal, há riscos de se exercitar de máscara? “Muitas pessoas comentaram que o uso da máscara poderia facilitar a reinalação do gás carbônico”, diz a médica. “O espaço que sobra entre nosso rosto e a máscara é insuficiente para acumular grandes quantidades. Além disso, o ar expirado não é formado 100% por este gás.”

Assim, não existe o perigo de reinalação tóxica com o uso da proteção.

Não é qualquer equipamento, porém, o adequado para usar durante a corrida. A máscara N-95, por exemplo, impede muito a passagem do ar e não deve ser usada a para a prática de atividade física.

Já as cirúrgicas, segundo um estudo na revista Clinical Research in Cardiology que avaliou a resposta de 12 homens durante o teste cardiopulmonar, apresentaram uma limitação relevante em atividades com intensidade de esforço muito intensa –e que devem ser evitadas nessa retomada pós-isolamento.

A adoção das máscaras durante a corrida pode ser difícil, afinal, todo novo hábito é. O fato é que elas são obrigatórias e não devem ser substituídas pela proteção de acrílico. Há algumas formas, entretanto, para tentar aliviar o desconforto.

“Escolha uma máscara que permita a passagem do ar, que não impeça de respirar em repouso e se adapte bem ao rosto, sem deixar folgas, mas também sem que seja muito desconfortável”, aconselha Castro.

É sensato testar em casa antes de sair correndo. “Verifique se está confortável. Se não estiver confortável em repouso, ela não é a máscara ideal para você praticar exercícios.”

No Ao Vivo em Casa da Folha sobre exercícios físicos, o educador físico Diego Zanotto recomendou ainda a adoção de um equipamento que seja estruturado, para não acompanhar o movimento da respiração, dificultando ainda mais a passagem do ar.

Por fim, é importante também que a máscara não fique molhada, o que diminui sua eficácia. Para evitar isso, recomenda-se levar um equipamento extra.

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Maratonas de NY e Berlim são canceladas devido ao coronavírus https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2020/06/24/maratona-de-ny-e-cancelada-devido-ao-coronavirus/ https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2020/06/24/maratona-de-ny-e-cancelada-devido-ao-coronavirus/#respond Wed, 24 Jun 2020 14:46:09 +0000 https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/files/2020/06/a7aaa5701d7c7163b438e82b04c72cb84564700352958f8e9f661e19010cc161_5ef3628824c9d.jpg https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/?p=495 ATUALIZADO ÀS 12h33

Depois de Boston, as maratonas de Nova York e de Berlim foram canceladas devido à pandemia de coronavírus. As duas provas fazem parte das Majors –circuito mundial com as seis principais competições da modalidade.

Tradicionalmente realizada no primeiro domingo de novembro, a competição americana, uma das maiores e mais globais, com atletas de 150 países, chegaria este ano a sua 50ª edição.

Autoridades da metrópole americana e os organizadores, a New York Road Runners, decidiram pelo cancelamento por considerar arriscado manter a realização da maratona, que atrai cerca de 50 mil corredores e reúne 10 mil voluntários.

A organização informou, em seu site, que os inscritos para a prova poderão pedir o reembolso da taxa de inscrição, usar o valor para participar das edições de 2021, 2022 ou 2023 ou doar aos programas comunitários realizados pela New York Road Runnners.

Já a prova europeia ficou famosa por seu circuito rápido, com vários recordes recentes tendo sido quebrados lá. Em seu Instagram, os realizadores da maratona afirma que, “por mais que tenham tentado, não é mais possível organizar” a edição deste ano.

Os inscritos poderão garantir sua participação para a competição no próximo ano ou obter o reembolso. O valor de serviços adicionais contratados será devolvido ao atleta independentemente da opção escolhida.

CORONAVÍRUS NO MUNDO

Ainda que a taxa de infecções venha caindo na região de Nova York, especialistas em saúde pública afirmam que grandes eventos, em especial aqueles que levam a aglomerações, continuarão sendo arriscados até que haja uma vacina contra a Covid-19, segundo o New York Times.

A decisão do cancelamento da prova vem após a Casa Branca ter anunciado, no fim de semana, que se prepara para uma nova onda de infecções no outono do hemisfério norte, primavera no Brasil. O vírus tem ganhado terreno no país recordista em contágio e mortes, com um aumento de 15% nos casos nas duas últimas semanas.

A região de Nova York, porém, tem mostrado uma estabilidade nos registros diários, mostra levantamento do New York Times. Os EUA somam mais de 2,3 milhões de casos e 121 mil mortes, segundo a Universidade Johns Hopkins.

Na Europa, a Alemanha, além de Grécia de Bélgica, precisou retomar restrições parciais devido a novos surtos após o desconfinamento.

Algumas dessas medidas foram mais duras, e uma nova quarentena foi imposta após um surto que começou na semana passada em um frigorífico em Gütersloh, no estado da Renânia do Norte-Vestfália, o mais populoso do país.

Mais de 1.500 dos 7.000 funcionários do frigorífico tiveram teste positivo para a Covid-19, no que o primeiro-ministro da região, Armin Laschet, chamou de o “maior surto” dessa epidemia no país. Todos os funcionários do frigorífico foram colocados em isolamento.

Além do distrito de Gütersloh, as novas restrições vão atingir parte do distrito vizinho, de Warendorf, afetando cerca de 370 mil pessoas. Apenas pessoas de uma mesma família ou no máximo duas de famílias diferentes podem se encontrar em público.

SOBRE AS PROVAS

A Maratona de Nova York é a mais global das Majors –circuito mundial com as seis principais competições da modalidade. Participam 50 mil atletas de quase 150 países.

A prova não é, no entanto, tradicional nos recordes –a cidade americana não vê um desde a década de 1980. As condições meteorológicas até são boas em meio ao outono no hemisfério norte, com umidade do ar agradável e temperaturas entre amenas e frias, mas a altimetria não colabora.

O Brasil já teve seu destaque na prova. Em 2006, Marilson Gomes dos Santos surpreendeu e venceu a maratona, feito repetido em 2008. Em 2019, ele passa a integrar o Hall da Fama da NYRR (Corredores de Rua de Nova York, na sigla em inglês).

A prova de Berlim é conhecida como a maratona dos recordes. Desde sua primeira edição, em 1974, 11 recordes já foram quebrados lá, sendo 8 no masculino e 3 no feminino. Dos 10 melhores tempos conquistados por homens, 6 foram alcançados na capital alemã —os outros 4, em Londres. A melhor marca atual, 2h01min39seg, foi conquistada no ano passado pelo queniano Eliud Kipchoge, em Berlim.

Já entre as mulheres, apenas 1 dos 10 melhores tempos está na lista berlinense —o 8º. No ano passado, a queniana Gladys Cherono completou o percurso em 2h18min11seg.

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Como diminuir a perda de condicionamento físico durante o isolamento por coronavírus https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2020/06/22/como-diminuir-a-perda-de-condicionamento-fisico-durante-o-isolamento-por-coronavirus/ https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2020/06/22/como-diminuir-a-perda-de-condicionamento-fisico-durante-o-isolamento-por-coronavirus/#respond Mon, 22 Jun 2020 18:30:45 +0000 https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/files/2020/06/08fff7e62f5709b2766eb49906388c528b843fad822b2801459ded45e5645907_5e72e12627b78.jpg https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/?p=485 Saudades de correr, né, meu (minha) filho (a)?

A pandemia forçou os corredores a pendurarem seus tênis por um longo período que, na cidade de São Paulo, já passa dos 60 dias desde o fechamento de academias e comércio em geral.

Correr na rua não está proibido, mas parques foram fechados para impedir aglomerações. Além disso, é preciso estar sempre com equipamentos de proteção individual, como máscaras –e, claro, não fazer parte dos grupos de risco, não apresentar sintomas e ir sozinho (a).

E são com essas medidas de proteção que alguns corredores se deparam com problemas. Entre eles, a dificuldade de respirar com uma máscara atrapalha (e muito) a prática, mesmo que seja apenas uma corrida leve para sentir um pouco o vento no rosto e o asfalto embaixo dos tênis.

Para não ficar parado, o jeito tem sido fazer do lar uma pequena academia. E há diversos exercícios que podem ser feitos em casa, com um colchonete, uma cadeira e o peso do próprio corpo.

A corrida, porém, tem demandas específicas, e manter um condicionamento físico mínimo em casa é desafiador. “A corrida de rua se caracteriza por ser uma modalidade contínua e de longa duração. Portanto, a principal demanda cardiorrespiratória está relacionada ao metabolismo aeróbico, em que ocorre aumento da frequência cardíaca, da frequência respiratória e aumento da pressão arterial”, explica Renata Castro, especialista em medicina esportiva.

“Por ser uma atividade de longa duração e de impacto, os sistemas muscular e ósseo também devem estar preparados”, complementa.

A médica destaca que exercícios como pular corda, subir escada, correr no mesmo lugar com elevação de joelhos e calcanhares, além de polichinelos, são recomendados para manter ou diminuir a perda do condicionamento cardiorrespiratório.

Já o muscular, é preciso focar membros inferiores, com agachamentos, saltos, elevação de panturrilha, avanço e elevação de pernas, por exemplo.

Castro ressalta ainda que é preciso estar atento à execução correta do exercício para evitar lesões e ao nível de intensidade que se consegue manter. “É importante lembrar que cada pessoa tem um nível de treinamento, e a carga e a progressão deverão respeitar a individualidade de cada um.”

Nessa questão, a médica explica que as lives de exercício ajudam a manter o condicionamento, mas apresentam perigos a pessoas pouco condicionadas ou com doenças, por vezes desconhecidas.

“[Essas pessoas] terão maior risco de se lesionar ou mesmo apresentar sintomas cardiovasculares ao tentar realizar os exercícios de uma aula que não é individualizada e, muitas vezes, é bastante intensa.”

O respeito aos limites do próprio corpo é fundamental ainda para não reduzir a imunidade, pois treinos intensos podem enfraquecer o sistema imunológico. “Neste momento, o mais importante é manter a condição física e tentar melhoras progressivas.”

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Qual distância deve ser mantida entre corredores devido ao coronavírus? https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2020/04/10/qual-distancia-deve-ser-mantida-entre-corredores-devido-ao-coronavirus/ https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2020/04/10/qual-distancia-deve-ser-mantida-entre-corredores-devido-ao-coronavirus/#respond Fri, 10 Apr 2020 22:17:49 +0000 https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/files/2020/04/1afef524e499e3c0417ddc5532ba9572f261cb5f9ab7cf34d86ca3c695be0a79_5e69ef4f84ebb.jpg https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/?p=463 Sair para correr continua deixando os atletas em dúvida mundo afora em meio à pandemia de coronavírus. Pode ou não pode sair? Se eu sair, quais os cuidados que devo tomar?

Sobre colocar o pé no asfalto, sim, é permitido, mas é preciso atenção, como já publicado por aqui. Quanto aos cuidados, um estudo realizado por engenheiros civis da Bélgica e da Holanda foi publicado recentemente para ajudar os corredores (e caminhantes e ciclistas também).

Eles analisaram as “slipstreams” —que pode ser traduzido como corrente de ar de expiração, que contém partículas— expiradas pelas pessoas durante a prática de caminhada, corrida e bicicleta para que uma distância segura pudesse ser definida.

No artigo técnico, os pesquisadores destacam que os dois metros recomendados são efetivos quando se está parado. Quando a pessoa está se exercitando, no entanto, essa distância deveria ser maior, de 4 metros durante caminhadas, 10 metros, em corridas e até 20 metros, por ciclistas de velocidade.

Simulação mostra a nuvem de partículas exalada por uma pessoa caminhando a 4 km/h (Reprodução)
Simulação mostra a nuvem de partículas exalada por uma pessoa caminhando a 4 km/h (Reprodução)

“Se alguém expira, tosse ou espirra ao caminhar, correr ou andar de bicicleta, a maioria das micropartículas são arrastadas numa corrente de ar de expiração atrás do ciclista ou corredor”, afirma no artigo Bert Blocken, professor de engenharia civil da Universidade de Tecnologia de Eindhoven (Holanda) e da Universidade Católica de Leuven (Bélgica).

Blocken explica que, se outra pessoa passar por esse lugar na sequência, irá atravessar essa nuvem de partículas, que segue o atleta da frente.

“Os ciclistas gostam de se posicionar no fluxo de outros [na frente] para reduzir a resistência do ar. Mas alguém que anda ou corre também tem tal fluxo. Vimos que, não importa como essa zona se forma, as gotículas acabam naquela corrente de ar. Portanto, é melhor evitar esse fluxo”, diz o professor.

Nas simulações, quem corre lado a lado tem chances consideravelmente menores de atravessar a nuvem de partículas do companheiro, uma vez que elas ficam para trás dos atletas. Na diagonal, a probabilidade também é pequena.

Simulação mostra a nuvem de partículas exalada por uma pessoa correndo a 14,4 km/h; os pontos vermelhos representam as partículas maiores, geralmente consideradas mais contagiosas, mas sem confirmação de pesquisa de virologia (Reprodução)
Simulação mostra a nuvem de partículas exalada por uma pessoa correndo a 14,4 km/h; os pontos vermelhos representam as partículas maiores, geralmente consideradas mais contagiosas, informação que depende de pesquisas de virologia (Reprodução)

O estudo, no entanto, tem sido contestado por não ter passado pela análise de outros pesquisadores, segundo o site britânico Independent.

Bill Hanage, professor associado no Centro de Dinâmica de Doenças Transmissíveis de Harvard, disse ao portal que o estudo “não é muito útil para epidemiologistas” e “a quantidade de transmissão nessa forma, mesmo se possível, é muito menor que de outras.”

“A recomendação de distanciamento social é mais para reduzir o risco de transmissão do que eliminá-lo completamente.”

Blocken, por outro lado, destacou que a pesquisa foi feita por especialistas em aerodinâmica, não por virologistas e avaliou a possibilidade de alguém passar por uma nuvem de partículas.

Além disso, o professor disse que o estudo nunca alegou avaliar o risco real de infecção. “Algumas pessoas acham que isso tudo surgiu do nada, mas são experimentos que faço há 20 anos”, afirmou ao Independent.

Ainda que as chances de ser contaminado por essa nuvem de partículas possam ser baixas, fica a recomendação de manter uma distância de 4 metros em caminhadas, 10 metros em corridas e 20 metros em saídas de bicicleta.

E A MÁSCARA, DEVO USAR?

A OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda o uso de máscaras por pessoas saudáveis apenas se estiverem cuidando de alguém que possa estar infectado. Já o Ministério da Saúde aconselha que todos usem, mas as de pano, caseiras, pois as médicas devem ficar reservadas a profissionais da área.

Para a médica americana Bindiya Gandhi, as pessoas devem, sim, estar de máscara se forem sair de casa. “Máscaras caseiras são para o público em geral, para que se protejam e principalmente se estiverem assintomáticos, para que não espalhem o vírus para outras pessoas.”

Ou seja, quando for sair para correr, é aconselhável que o atleta esteja de máscara. O corredor, porém, deve ter um cuidado especial.

“Se a máscara ficar molhada de suor, então não é efetiva, podendo abrigar o vírus e contribuir para o contágio de outras pessoas próximas”, explica Gandhi. “Dito isso, não encoste na máscara molhada e depois no seu rosto, porque espalhará o vírus.”

A médica recomenda ainda retirar cuidadosamente a máscara, lavar o item com água quente e detergente e lavar as mãos. “As máscaras caseiras podem ser utilizadas mais de uma vez, mas é preciso lavá-las diariamente. É tecido, então não é somente abrigo para o vírus, mas também para bactérias.”

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Pode sair para correr durante a pandemia? https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2020/04/07/pode-sair-para-correr-durante-a-pandemia/ https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2020/04/07/pode-sair-para-correr-durante-a-pandemia/#respond Tue, 07 Apr 2020 13:00:53 +0000 https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/files/2020/04/38bc4561c64b223d738d21821f85844b46f8a9679a478a2c5f6c1b18a830ac2f_5e87731de7864.jpg https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/?p=453 A pandemia de coronavírus pegou em cheio os atletas, tanto os profissionais quanto os amadores. O calendário esportivo foi completamente impactado, com adiamento da Olimpíada, de campeonatos de atletismo e de corridas de rua.

Se para quem se preparava para Tóquio, a nova data pode significar problemas, nós, humanos corredores, ficamos na dúvida: sair ou não sair de casa para treinar?

A recomendação é isolamento para evitar a propagação do vírus —e há inúmeros exercícios para se fazer dentro de casa. Ainda assim, para quem encontrou na corrida uma paixão não poder colocar o tênis no asfalto parece um desafio maior do que completar uma ultramaratona no deserto.

Os médicos divergem quanto aos treinos externos, mas a notícia pode ser boa —ao menos para a maioria. “O exercício físico pode ser praticado, sim”, afirma o infectologista Lucas Chaves. “A grande questão é respeitar o limite, dois metros de contato entre as pessoas. Se for praticar, que seja preferencialmente sozinho.”

Chaves esclarece que, ao se exercitar com alguém, acaba acontecendo uma aproximação física, menor que dois metros. “Quer queira quer não, vai conversar. Se por acaso algum dos dois estiver no começo da transmissão, é difícil controlar que não vão trocar vírus entre si, não só corona, como qualquer vírus que circula nessa época.”

Sair sozinho é necessário, alerta o médico, pois o coronavírus está presente em secreções como saliva, em gotículas que acabam saindo durante as conversas, além de quando se tosse e espirra. Nesse sentido, o ideal é buscar locais em que não haja circulação de pessoas, como ciclovias e ruas mais afastadas.

O infectologista chama a atenção, porém, que devem permanecer em isolamento aqueles que apresentam sintomas. “Tem qualquer um dos sintomas [respiratório ou febre], não é pra sair de casa. Não é mesmo, não dá para fazer exercício.”

O risco, nesse caso, vai além da contaminação. “Se a pessoa tiver sintoma e for um caso suspeito, o ideal é não forçar muito porque pode intensificar falta de ar”, explica Chaves. “Talvez essa pessoa não precisasse ir ao hospital, mas porque sobrecarregou demais o corpo, é possível que se sinta mais desconfortável e vá ao hospital até desnecessariamente.”

Já Renata Castro, especialista em medicina esportiva, não faz ressalvas e diz que o melhor é ficar em casa. “Até o momento, conhecemos o contágio pelo novo coronavírus em dois formatos: a inalação direta de aerossóis contendo o coronavírus e o contato de mucosas com objetos (ou mãos) contaminados.”

Como não há como limpar o ar por onde circulamos, ela destaca um estudo publicado na New England Journal of Medicine. “Apesar de ter sido realizado em condições de laboratório, este estudo alerta para o risco de contágio, mesmo que não tenha contato direto com uma pessoa infectada.”

Isso quer dizer que, se alguém infectado tossiu ou espirrou sem proteger boca e nariz, o vírus poderá ficar viável naquele ambiente por pelo menos três horas, segundo a médica.

“Então, teoricamente, se você passar pelo mesmo local neste período, existe o risco de contaminação”, explica. “Neste momento em que novas informações são geradas a cada dia, o mais prudente é permanecer em casa, evitando as corridas em ambiente externo.”

Chaves, no entanto, destaca que, mesmo lugares da Europa e nos EUA, onde a quarentena é mais rígida do que no Brasil, têm adaptado a vida exatamente para as pessoas não ficarem absolutamente confinadas.

E, no fim de tudo, vale o bom senso. Tem sintomas? Fique em casa. Faz parte do grupo de risco? Fique em casa. Não consegue correr em locais com pouco movimento? Você já sabe… fique em casa.

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