Linha de Chegada https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br O blog onde atletas amadores e ultramaratonistas correm lado a lado Mon, 06 Dec 2021 21:28:58 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Disputa por tênis de corrida mais rápido se acirra entre Nike e Adidas https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2020/11/05/disputa-por-tenis-de-corrida-mais-rapido-se-acirra-entre-nike-e-adidas/ https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2020/11/05/disputa-por-tenis-de-corrida-mais-rapido-se-acirra-entre-nike-e-adidas/#respond Fri, 06 Nov 2020 02:15:30 +0000 https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/files/2020/11/16046265435fa4a86f6387a_1604626543_3x2_md-300x215.jpg https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/?p=589 A corrida nas grandes maratonas do mundo e na preparação para a Olimpíada de Tóquio, em 2021, não se limita apenas ao asfalto.

As principais marcas de tênis do mercado –Nike e Adidas, em especial– têm batalhado cada vez mais para fornecer aos seus atletas tecnologia de ponta, que garanta performance melhores.

Essa disputa já ocorre há anos, mas ganhou novos holofotes quando os patrocinados da Nike passaram a devorar recordes com protótipos da linha Vaporfly e sua sucessora, a Alphafly.

Os primeiros modelos começaram a surgir na Olimpíada do Rio, em 2016. Desde então, o queniano Eliud Kipchoge conquistou feito histórico, ao correr os 42 km da maratona (em condições especiais, não reconhecidas como recorde) em menos de duas horas em 2019 com esses protótipos da Nike.

Ele também cruzou a linha de chegada em Berlim, em 2018, quando quebrou o recorde da prova (2h1min39) com um par experimental da empresa americana nos pés.

Sua conterrânea, Brigid Kosgei, calçava tênis do mesmo tipo ao conquistar a melhor marca da maratona feminina (2h14min04) em Chicago, em 2019. O também queniano Geoffrey Kamworor foi outro patrocinado pela empresa a quebrar um recorde, da meia maratona (58min01seg), em Copenhague, no ano passado.

Todos eles usavam protótipos exclusivos para os atletas da Nike. A federação internacional de atletismo, World Athletics, se viu fortemente pressionada para regulamentar melhor a questão.

Havia, inclusive, acusações de quebra de regulamento, pois a organização determinava que os tênis “devem ser elaborados de forma que não dê aos atletas qualquer ajuda ou vantagem injusta” e que os calçados deveriam estar “razoavelmente disponível para todos”.

Com um texto vago, a polêmica levou a World Athletics a estabelecer novas regras, divulgadas em janeiro deste ano. A principal norma para os eventos de rua é que os calçados não podem ter mais do que 40 mm na espessura da sola e não devem conter mais do que uma placa rígida de fibra de carbono incorporada.

No meio, especulava-se que os tênis usados por Kipchoge possuíam três placas do tipo. Segundo a agência de notícias Reuters, isso se baseava na patente da Nike de 2018 para um modelo contendo placas triplas.

A hegemonia da empresa americana, porém, parece ter sido abalada em 2020, com duas quebras de recorde na meia maratona em que os calçados que cruzaram a linha chegada eram de sua concorrente direta, a Adidas. A marca alemã lançou, no fim de junho, o Adizero Adios Pro para fazer frente ao Air Zoom Alphafly Next%.

No início de setembro, a queniana Peres Jepchirchir completou a Meia Maratona de Praga em 1h05min34seg e baixou em 37 segundos o recorde da prova feminina. Cerca de um mês e meio depois, ela tirou 18 segundos da própria marca no Mundial de Meia Maratona em Gdynia, na Polônia.

Tanto os calçados da Nike quanto os da Adidas trazem em sua tecnologia a placa de carbono, que ajuda na propulsão do atleta. Segundo o ortopedista Thiago Bittencourt, especialista em pés e tornozelos, a placa auxilia no ciclo da pisada e funciona como uma mola.

“Toda vez que se pisa no chão, o pé alterna entre dois modos, flexibilidade e rigidez. O primeiro é para absorver o impacto quando o corpo está no ar e o pé está caindo no chão”, explica.

“Logo depois, quando o corpo já jogou todo o peso no chão e esse peso já está para frente, o pé muda completamente a postura e fica rígido para transformar a força da musculatura em impulso, jogar a energia do músculo para o chão para se impulsionar para frente.”

É exatamente uma melhor performance desse ciclo que os novos tênis buscam, tendo na placa de carbono sua grande protagonista. “O que as empresas querem é espremer o resto de impulso que esse movimento do final que o desprendimento do hálux dá, a última parte da pisada no chão”, afirma Bittencourt.

O Alphafly traz uma placa de carbono única ao longo de toda a entressola, proporcionando “uma sensação de dinamismo a cada passada”, afirma a Nike. A empresa explica ainda ter ajustado a largura da placa de acordo com a ponta de cada calçado, para “torná-la mais macia para tamanhos menores e mais espessa para tamanhos maiores”.

Além disso, os calçados possuem duas cápsulas de ar na ponta do pé, para fornecer mais retorno de energia, e a espuma ZoomX, que oferece um amortecimento mais robusto que seus antecessores.

O Adios Pro tem uma placa de carbono multidirecional, com cinco hastes no formato dos ossos dos pés, chamadas de EnergyRods, que proporcionam rigidez e limitam a perda de energia. Essas hastes são combinadas com uma placa de calcanhar de fibra de náilon e fibra de carbono, para alcançar “estabilidade da articulação do tornozelo e corrigir o comportamento de torção do pé”, segundo a Adidas.

Também traz tecnologia nova na entressola, batizada de LightstrikePRO, que “tem o material mais leve e ágil já lançado pela marca, para fornecer amortecimento máximo e mais armazenamento de energia​”, afirma a empresa. No solado, o calçado tem “uma borracha leve que fornece tração amortecida quando necessário, sem comprometer o peso do tênis”.

Um levantamento feito pelo jornal americano The New York Times no fim do ano passado confirmou o desempenho superior dos tênis da Nike. O estudo, feito com dois modelos da linha Vaporfly (4% e Next%), teve como base quatro metodologias.

Como os calçados se tornaram populares entre corredores americanos, milhares de dados foram compilados desde 2014, muito antes de os modelos serem lançados oficialmente no mercado.

Eles mostraram que quem usou o calçado correu de 4% a 5% mais rápido do que aqueles que usaram um par considerado mediano e de 2% a 3% mais rápido do que quem usou o que seria o segundo melhor tênis em velocidade disponível.

Não houve diferença significativa entre o 4% e o Next% quando seus efeitos foram medidos separadamente.

Segundo o New York Times, a diferença é vista independentemente de serem atletas profissionais, corredores rápidos ou lentos, frequentes ou ocasionais. O que se observa é que muito mais gente passou a usar esses tênis –especialmente aqueles que correm mais rápido.

Com a chegada do modelo da Adidas, de tecnologia semelhante, a disputa ficou mais acirrada, e os olhos dos espectadores das maratonas estarão tanto no relógio quanto nos pés dos atletas.

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Londres tem zebra, e Kipchoge perde 1ª maratona em 7 anos https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2020/10/04/maratona-de-londres-tem-zebra-e-etiope-kitata-vence-prova/ https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2020/10/04/maratona-de-londres-tem-zebra-e-etiope-kitata-vence-prova/#respond Sun, 04 Oct 2020 11:23:15 +0000 https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/files/2020/10/a4cf4bdf5847eaa73d618b0635fd3595e4077d08576b6cf9ffdaa48c74383a81_5f79b3389730a-300x215.jpg https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/?p=550 A caixa de surpresas que está sendo o ano de 2020 parece não ter fim. Favoritíssimo para a Maratona de Londres, o tetracampeão da prova e atual recordista da modalidade Eliud Kipchoge ficou para trás nos últimos dez minutos e chegou em oitavo lugar, sua pior marca. O queniano, que completou o percurso em 2h06min42seg, não perdia uma maratona desde 2013, e esta foi sua segunda derrota das 13 provas das quais participou.

Quem venceu foi o etíope Shura Kitata (2h05min41seg), quebrando a hegemonia do principal nome entre maratonistas da atualidade. Kip, como o queniano é chamado, detém o melhor tempo da distância, conquistado em Berlim, em 2018, e foi o primeiro atleta da história a percorrer 42 km em menos de duas horas –em evento não oficial.

Shura Kitata cruza linha de chegada da Maratona de Londres, seguido por Vincent Kipchumba e Sisay Lemma (Richard Heathcote/Reuters)
Shura Kitata cruza linha de chegada da Maratona de Londres, seguido por Vincent Kipchumba e Sisay Lemma (Richard Heathcote/Reuters)

Diferentemente do que está habituado, porém, ele teve companhia de cerca de oito atletas até pelo menos os 30 km, quando costuma liderar a prova sozinho. Foi depois disso que ele perdeu o ritmo e se descolou do pelotão da frente.

A disputa pelo primeiro lugar foi até a reta final, onde Kitata acelerou e ultrapassou o queniano Vincent Kipchumba, que terminou em segundo com 2h05min42seg, apenas um segundo atrás. Sisay Lemma, também etíope, chegou logo na sequência, em terceiro, em 2h05min45seg.

Em seu Instagram, Kipchoge disse que, após 25 km, seu ouvido bloqueou e não abriu mais. “Mas é assim que é o esporte, devemos aceitar a derrota e focar para a vitória na próxima vez. Obrigado pelo apoio.”

As surpresas da prova, no entanto, começaram já na sexta-feira (2), quando o etíope Kenenisa Bekele foi obrigado a desistir de participar da competição devido a uma lesão na panturrilha.

Havia uma grande expectativa para os amantes da corrida de rua pela disputa entre Kipchoge e Bekele, na prova que teve apenas a participação de atletas de elite na sua 40ª edição devido à pandemia de coronavírus. Em 2019, enquanto o queniano se preparava para o desafio Ineos 1:59, o etíope ficou a dois segundos do tempo do rival, atual recorde da modalidade.

“Eu estava em boa forma, mas senti algo na minha panturrilha esquerda após duas sessões de treino rápido feitas muito próximas nas últimas semanas de preparação”, afirmou o atleta ao jornal britânico The Guardian.

“Meu tempo em Berlim no último ano me deu muita confiança e motivação e eu ansiava para mostrar isso de novo e trabalhei duro para isso”, disse Bekele ao jornal. “Sei que muitas pessoas ao redor do mundo estavam ansiosas para essa prova e lamento desapontar meus fãs, os organizadores e meus colegas competidores.”

A queniana Brigid Kosgei cruza a linha de chegada na 40ª Maratona de Londres (Richard Heathcote/Reuters)
A queniana Brigid Kosgei cruza a linha de chegada na 40ª Maratona de Londres (Richard Heathcote/Reuters)

Já entre as mulheres, não houve surpresa, e a queniana Brigid Kosgei venceu a Maratona de Londres. A recordista mundial Kosgei terminou os 42 km na primeira posição com folga, completando o percurso fechado no parque St. James em 2h18min58seg.

Kosgei confirmou seu favoritismo e cruzou a linha de chegada pouco mais de três minutos à frente da segunda colocada –nenhuma surpresa para a atleta que venceu a edição de 2019.

A emoção ficou por conta da disputa pela segunda colocação. Com um bom ritmo na segunda metade dos 42 km, a americana Sara Hall buscou a terceira posição, passando a etíope Ashete Bekere a pouco mais de dez minutos do fim da prova. Não só ela se manteve no pódio, como conseguiu diminuir a distância da então segunda colocada, a queniana Ruth Chepngetich.

Na reta final, em frente ao Palácio de Buckingham, quando as duas atletas já viam a linha de chegada, Hall deu um sprint e ultrapassou Chepngetich, terminando a prova em segundo lugar, quatro segundos à frente da queniana.

Hall foi a primeira americana em 14 anos a ocupar o pódio da Maratona de Londres –em 2006, Deena Kastor venceu a prova. Apesar do bom resultado, Hall está fora da equipe que representará os EUA nos 42 km da Olimpíada de Tóquio. Nas qualificatórias do país, ela foi desbancada pela iniciante Molly Seidel, que terminou a competição de Londres em sexto lugar este ano (2h25min13seg).

Resultados

MULHERES

  1. Brigid Kosgei (QUE) – 2:18:58
  2. Sara Hall (EUA) – 2:22:01
  3. Ruth Chepngetich (QUE) – 2:22:05
  4. Ashete Bekere (ETI) – 2:22:51
  5. Alemu Megertu (ETI) – 2:24:23

HOMENS

  1. Shura Kitata (ETI) – 2:05:41
  2. Vincent Kipchumba (QUE) – 2:05:42
  3. Sisay Lemma (ETI) – 2:05:45
  4. Mosinet Geremew (ETI) – 2:06:04
  5. Mule Wasihun (ETI) – 2:06:08

A MARATONA DE LONDRES

A 40ª edição da Maratona de Londres era para ser comemorativa, mas a pandemia do coronavírus impactou todo o calendário da corrida de rua deste ano. Em vez de fim de abril, a prova foi adiada para o primeiro fim de semana de outubro.

O percurso também foi impactado. Os atletas deram 19,6 voltas de 2.150 m no parque St. James, em frente ao Palácio de Buckingham, para completar os 42 km –isso sem a presença do público. Para tentar animar os corredores, os realizadores colocaram pessoas de papelão em alguns pontos, inclusive de personalidades como a rainha Elizabeth 2ª e o príncipe William.

Assim como a prova de Tóquio, Londres teve a participação apenas dos atletas de elite. As duas foram as únicas Majors –circuito mundial com as seis principais maratonas– realizadas este ano. As demais maratonas que compõem o sexteto sonho de muitos corredores (Berlim, Nova York, Chicago e Boston) foram canceladas devido à Covid-19.

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Organizadores confirmam realização da Maratona de Londres apenas com elite https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2020/08/06/organizadores-confirmam-realizacao-da-maratona-de-londres-apenas-com-elite/ https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2020/08/06/organizadores-confirmam-realizacao-da-maratona-de-londres-apenas-com-elite/#respond Thu, 06 Aug 2020 22:16:43 +0000 https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/files/2019/05/15565474555cc7077f3182e_1556547455_3x2_md-150x150.jpg https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/?p=530 Após meses de incerteza sobre a realização da 40ª Maratona de Londres, os organizadores confirmaram a realização da prova no dia 4 de outubro, mas com uma série de restrições, segundo comunicado publicado no site da competição nesta quinta-feira (6).

A primeira é que participarão apenas os atletas que compõem o pelotão de elite, para evitar aglomerações.

O percurso também será impactado. O parque St. James terá seu acesso limitado a moradores da região e usuários da área de lazer, e um circuito fechado será organizado para que os atletas percorram os 42 km da prova em um ambiente seguro, de acordo com a organização.

Já o público terá que acompanhar a transmissão pela TV, a princípio realizada pela BBC Sport.

Apesar das modificações, espera-se uma prova emocionante. Aguardada pelos fãs da modalidade, a disputa entre o atual recordista dos 42 km, o queniano Eliud Kipchoge, com o etíope Kenenisa Bekele, que ficou a dois segundos do tempo do rival em Berlim, em 2019, deve ocorrer na capital britânica, uma vez que os dois lideram o pelotão de elite masculino.

Já a atual recordista entre as mulheres, a queniana Brigid Kosgei, que conquistou sua marca em Chicago, em 2019, encabeça o pelotão de elite feminino.

Os tempos registrados em Londres serão elegíveis para a qualificação dos atletas para a Olimpíada de Tóquio, em 2021.

A organização esclareceu, ainda, que os inscritos para a edição deste ano poderão escolher participar na maratona de 2021, 2022 ou 2023. Além disso, serão convidados a correr a 40ª edição de qualquer lugar do mundo, em um percurso de sua escolha.

Eles terão 24 horas para completar os 42 km, no dia 4 de outubro e deverão registrar seu resultado em um novo aplicativo da maratona, que está em desenvolvimento.

Para o próximo ano, os realizadores anunciaram que, ao invés de ocorrer em abril, sua data tradicional, a prova está marcada para 3 de outubro, para “dar a melhor chance da corrida completa retornar em 2021”, diz o texto.

“Temos trabalhado há meses com diferentes cenários, tendo a saúde e a segurança de nossos corredores, voluntários, patrocinadores, médicos, comunidades e cidade sempre como prioridade”, disse Hugh Brasher, diretor de Evento da maratona, segundo o comunicado publicado no site.

“Apesar de nossos esforços, o apoio fantástico de todos os nossos parceiros e o progresso que foi feito no planejamento para o retorno de eventos menores de participação em massa que não são nas suas, não foi possível ir adiante com uma corrida ou caminhada de massa adotando o distanciamento social.”

Desta forma, 2020 termina com nenhum atleta amador participando das Majors, circuito mundial com as seis principais maratonas. Em março, Tóquio foi realizada também apenas com os atletas de elite, e as edições de Boston, Berlim, Chicago e Nova York foram canceladas.

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Maratona de Berlim é adiada devido ao coronavírus, e prova não tem data definida https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2020/04/22/maratona-de-berlim-e-adiada-devido-ao-coronavirus-e-prova-nao-tem-data-definida/ https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2020/04/22/maratona-de-berlim-e-adiada-devido-ao-coronavirus-e-prova-nao-tem-data-definida/#respond Wed, 22 Apr 2020 19:24:39 +0000 https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/files/2020/04/b3e44caafa69fe74e659118a0aa1659450a0e5feceda9bb90e607bdd2c8e16e5_5d906668726df-1.jpg https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/?p=473 Uma das principais provas de corrida do mundo, a Maratona de Berlim foi adiada para data ainda indefinida, segundo anunciou a organização do evento nesta terça-feira (21).

A competição estava marcada para 27 de setembro, mas o Legislativo de Berlim proibiu eventos com mais de 5.000 pessoas até 24 de outubro.

No Instagram, a organização da prova afirmou que “lidará com as consequências do adiamento, coordenando os próximos passos e informando assim que possível”.

Uma das Majors, circuito mundial com as seis principais maratonas, Berlim é uma prova rápida, e 6 dos 10 últimos recordes mundiais dos 42 km foram conquistados na capital alemã. O mais recente, do queniano Eliud Kipchoge, foi em 2018.

Já na edição de 2019, o etíope Kenenisa Bekele ficou a três segundos de alcançar o melhor tempo da história em competições oficiais.

A edição deste ano era aguardada pelos fãs da modalidade, pois poderia ter o duelo entre Kipchoge e Bekele. O queniano não participou no ano passado, já que se preparava para o Ineos 159 Challenge, marcado para duas semanas depois, em que quebrou a marca de 2 horas nos 42 km.

O tempo que não entra para o ranking por não ter sido registrado em uma competição com mais de um corredor, além de outras exigências.

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Em 2019, o homem correu 42,2 km em 1h59min https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2019/12/31/em-2019-o-homem-correu-422-km-em-1h59min/ https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2019/12/31/em-2019-o-homem-correu-422-km-em-1h59min/#respond Tue, 31 Dec 2019 05:00:37 +0000 https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/files/2019/12/15775632235e07b4575fbc3_1577563223_3x2_md-300x215.jpg https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/?p=329 Com Tiago Ribas e Luciano Veronezi

Atleta do ano pela federação internacional de atletismo, o queniano Eliud Kipchoge reafirmou, em 2019, seu direito a um espaço na história do esporte. Além de atual recordista mundial da maratona, ele foi o primeiro corredor da história a percorrer 42,195 km em menos de duas horas (1h59min40). O feito não entrou para o ranking oficial por não ter sido alcançado em prova regular. Ele era seu único adversário, em trajeto milimetricamente planejado para que a marca fosse batida.

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Melhora significativa de performance? Tênis da Nike está sob escrutínio https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2019/12/14/melhora-significativa-de-performance-tenis-da-nike-esta-sob-escrutinio/ https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2019/12/14/melhora-significativa-de-performance-tenis-da-nike-esta-sob-escrutinio/#respond Sat, 14 Dec 2019 17:39:24 +0000 https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/files/2019/12/JT2_4061_1-1024x1024-300x215.jpg https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/?p=310 A linha Vaporfly da Nike ganhou os holofotes este ano. Foi com um modelo do tipo, exclusivo para a ocasião, que Eliud Kipchoge foi o primeiro a correr uma maratona em menos de duas horas. Brigid Kosgei, 24 horas depois, quebrou o recorde feminino dos 42,195 km, que não era superado desde 2003, também usando um par do modelo.

A marca lançou os tênis com a promessa de melhorar a performance em até 4%. Dois estão à venda apenas nos EUA –Zoom Vaporfly 4% e ZoomX Vaporfly Next%, a US$ 250 (R$ 1.027)–, mas os tempos alcançados pelos atletas profissionais levaram a World Athletics (associação internacional de atletismo, antiga Iaaf) a realizar um estudo aprofundado.

A organização reuniu um grupo de trabalho com ex-atletas e especialistas em ciência do esporte, ética e biomecânica, segundo a Fox Business. Os resultados desse estudo, que pode levar ao banimento dos tênis, estavam previstos para serem divulgados no fim deste ano, mas só devem vir a público no início de 2020.

O foco principal é definir se os tênis da Nike se enquadram na vaga regra definida pela associação: “Os tênis não podem ser desenvolvidos para que dê a atletas uma assistência ou vantagem injusta.”

“O desafio para a Iaaf é encontrar nas regras técnicas o equilíbrio correto entre incentivar o desenvolvimento e o uso de novas tecnologias no atletismo e preservar as características fundamentais do esporte: acessibilidade, universalidade e equidade”, afirmou a Iaaf, segundo a Fox Business.

Ao jornal americano The New York Times, um porta-voz da organização disse precisar de evidências para dizer que há algo errado com os calçados. “Nunca alguém trouxe provas para nos convencer.”

Já em comunicado no início deste ano, a World Athletics afirmou ser “claro que algumas formas de tecnologia forneceriam o atleta com uma assistência que vai de encontro aos valores do esporte.”

Sobre isso, a Nike sustenta que os modelos “estão de acordo com todos os requerimentos de produto da Iaaf e não demandam qualquer inspeção especial ou aprovação”, segundo o jornal americano.

Na quinta (12), a empresa divulgou comunicado em que disse respeitar “a Iaaf e a essência de suas regras, e não criamos nenhum tênis de corrida que devolva mais energia do que aquela gasta pelo corredor.”

Eliud Kipchoge (camiseta branca) e seus pacemakers durante o o desafio em que o queniano correu 42,195 km em 1h59min40seg (Divulgação Ineos 1:59 Challenge)
Eliud Kipchoge (camiseta branca) e seus pacemakers durante o o desafio em que o queniano correu 42,195 km em 1h59min40seg (Divulgação Ineos 1:59 Challenge)

A LINHA VAPORFLY

Mas esses tênis de fato melhoram a performance?

O New York Times publicou nesta sexta-feira (13) um estudo sobre os modelos Zoom Vaporfly 4% e ZoomX Vaporfly Next%, com base em quatro metodologias. E a conclusão é que, sim, eles significam um desempenho superior –talvez mais do que se imagina.

Como os tênis se tornaram populares entre corredores americanos, milhares de dados foram compilados desde 2014, muito antes de os modelos serem lançados.

Eles mostraram que quem usou o calçado correu de 4% a 5% mais rápido do que aqueles que usaram um par mediano e de 2% a 3% mais rápido do que quem usou o que seria o segundo melhor tênis em velocidade disponível.

E um detalhe: não houve diferença significativa entre o Vaporfly e o Next% quando seus efeitos foram medidos separadamente. Para a melhora acima ser alcançada, os resultados dos dois combinados foram usados nas estimativas realizadas pelo jornal.

Segundo o diário, a diferença é vista independentemente de serem atletas profissionais, corredores rápidos ou lentos, frequentes ou ocasionais. O que se observa é um aumento esmagador do uso desses tênis –especialmente por aqueles que correm mais rápido.

Em corridas com dados disponíveis, em cerca de 41% das maratonas completadas em menos de três horas os corredores o fizeram com um dos dois modelos, informa o jornal. Isso apenas nos últimos meses de 2019 (ou seja, na época do desafio de Kip).

O que leva a essa performance superior? Os tênis possuem lâminas de carbono e uma espuma elástica no meio da sola.

A primeira característica armazena e libera energia a cada passo e deve agir como uma espécie de estilingue ou catapulta para impulsionar os corredores. Já a segunda, pesquisadores dizem contribuir para aumentar a economia de energia da corrida.

SOBRE OS DADOS

Com dados do Strava, aplicativo de esporte que funciona como uma rede social de atletas, o jornal reuniu resultados de cerca de 577 mil maratonas e 496 mil meia maratonas de dezenas de países, realizadas entre abril de 2014 e dezembro de 2019.

A partir daí, foram quatro as metodologias usadas para fazer a comparação, combinando resultados do 4% e Next%.

Modelos estatísticos – análise dos tempos associados aos dois modelos;
Comparação entre grupos de corredores – dois atletas com performance similares tiveram as mudanças de desempenho comparadas;
Acompanhamento de corredores que passaram a adotar os tênis – aqueles que mudaram para um dos dois modelos;
Medida da probabilidade de alcançar um recorde pessoal.

E se o leitor-corredor compreende inglês, sugiro dar uma olhada na publicação completa do New York Times, agregada por gráficos comparativos.

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Atleta de apoio surpreende e vence Maratona de Abu Dhabi https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2019/12/07/atleta-de-apoio-surpreende-e-vence-maratona-de-abu-dhabi/ https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2019/12/07/atleta-de-apoio-surpreende-e-vence-maratona-de-abu-dhabi/#respond Sat, 07 Dec 2019 14:57:23 +0000 https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/files/2019/12/74694931_185444325967217_5382364734708436674_n-300x215.jpg true https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/?p=303 O queniano Reuben Kypiego deveria correr a 2ª Maratona de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, apenas até o quilômetro 30, nesta sexta (6). Ele era um dos pacemakers —atletas que determinam o ritmo da prova, normalmente acompanhados do líder—, estipulado para participar até certa altura da competição, mas decidiu cruzar a linha de chegada. E o fez em primeiro lugar, com o tempo de 2h04min40seg.

Em segundo e terceiro lugar vieram seu conterrâneo Joel Kimurer, com 2h06min21seg, e o etíope Fikadu Girma, com 2h09min16seg. O atleta de 23 anos acabou levando o prêmio principal da prova de 42,195 km, de US$ 100 mil (R$ 415 mil).

“Para mim, as condições eram ideais, e o trajeto era lindo”, Kipyego disse aos organizadores da prova, segundo o site Runners World. “Já estou ansioso para retornar a Abu Dhabi e defender meu título.”

Entre as mulheres, a queniana Vivian Kiplagat venceu a prova com o tempo de 2h21min11seg, o melhor resultado de sua carreira.

Ainda que seja incomum, é permitido aos pacemakers concluírem a prova, e o queniano não foi o primeiro a fazê-lo. Em sua primeira maratona, em Reims, na França, em 1994, Vanderlei Cordeiro de Lima (o que teve em seu caminho um padre na maratona da Olimpíada de Atenas em 2004), estava estipulado para correr até o quilômetro 20.

Como se sentiu à vontade, optou por continuar junto do pelotão de elite e finalizou a competição em primeiro lugar, com o tempo de 2h11min06seg. A partir daí, decidiu seguir carreira como maratonista.

 

 

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Os atletas do ano, segundo a associação internacional de atletismo https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2019/11/25/os-atletas-do-ano-segundo-a-associacao-internacional-de-atletismo/ https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2019/11/25/os-atletas-do-ano-segundo-a-associacao-internacional-de-atletismo/#respond Mon, 25 Nov 2019 23:49:40 +0000 https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/files/2019/11/atletas-do-ano-300x215.jpg https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/?p=292 Recém-renomeada World Athtletics, a associação internacional de federações de atletismo anunciou no sábado (23) os atletas do ano. O queniano Eliud Kipchoge levou o troféu entre os homens e a americana Dalilah Muhammad foi a grande vencedora entre as mulheres.

Aos 29 anos, ela quebrou o recorde dos 400 m com obstáculos duas vezes em 2019 —a primeira vez em julho, com tempo de 52,2 segundos, durante o campeonato americano, desbancando a marca anterior que datava de 2003. Já em Doha, no Mundial de Atletismo, ela conseguiu superar seu próprio tempo e concluiu a prova com 52,16 segundos.

Já Kipchoge, além de ter conquistado o melhor tempo da Maratona de Londres, em abril, quebrou a marca das 2 horas da modalidade. Considerado o melhor maratonista do momento, ele completou o Ineos 1:59 Challenge (desafio montado especialmente para que o tempo sub-2h fosse alcançado) com uma performance de 1h59min40seg —tempo não catalogado no ranking por não ser de prova oficial.

Também foram premiados na noite de sábado, em Mônaco, como Estrelas em Ascensão Selemon Barega, 19 (medalha de ouro nos 5.000 m no Mundial de Doha), e Yaroslava Mahuchikh, 18 (campeã do salto em altura no Mundial).

Já o corredor da Guiné-Bissau Braima Suncar Dabo levou o reconhecimento por Fair Play, após ter ajudado seu colega Jonathan Busby, de Aruba, que passou mal durante a rodada de abertura dos 5.000 m no Mundial de Atletismo em Doha.

Derartu Tulu foi eleita a Mulher do Ano, atual presidente da Federação de Atletismo da Etiópia e que ganhou medalha de ouro nos 10.000 m das Olimpíadas de 1992 e 2000. Vikki Orvice, morta em fevereiro devido a um câncer, levou o Prêmio dos Presidentes por sua atuação à frente da Bawa (Associação de Escritores de Atletismos Britânicos, na sigla em inglês), além de cargos executivos na Associação de Escritores de Futebol e na Mulheres no Futebol.

Por sua trajetória como treinador durante 40 anos, o missionário irlandês Colm O’Connell levou o prêmio “Coaching Achievement”. Ele treinou 25 campeões mundiais e quatro medalhistas de ouro em Olimpíadas.

E uma radiante Shelly-Ann Fraser-Pryce foi a protagonista da foto de atletas do ano, quando levou seu quarto título de campeã nos 100 m do mundial de atletismo. O clique foi feito pelo espanhol Felix Sanchez Arrazola, que já havia ganhado o troféu em 2018.

 

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Quem é Kipchoge, o queniano que atingiu marca histórica e completou maratona em menos de 2 h https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2019/10/12/quem-e-kipchoge-o-queniano-que-conseguiu-bater-a-marca-de-2h-na-maratona/ https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2019/10/12/quem-e-kipchoge-o-queniano-que-conseguiu-bater-a-marca-de-2h-na-maratona/#respond Sat, 12 Oct 2019 08:16:07 +0000 https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/files/2019/10/1007f5e0-6b9d-42bd-90b2-df984a638aee-300x215.jpg https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/?p=176 Ele conseguiu. Em uma manhã fria vienense, o queniano Eliud Kipchoge, 34, conquistou seu espaço na história das corridas ao completar os 42,195 km da maratona em menos de duas horas. Ele cruzou a linha de chegada do Ineos 1:59 Challenge a 1h59min40seg.

Kip, como é conhecido, há alguns anos já faz parte da calçada da fama dos corredores. Em Berlim, em 2018, bateu o recorde da modalidade, com o tempo de 2h01min39seg. Em abril deste ano, poucas semanas antes de o desafio deste sábado (12) ser anunciado, ele estabeleceu a melhor marca da prova em Londres: 2h02min37seg.

Era a segunda melhor da história até o etíope Kenenisa Bekele vencer a Maratona de Berlim em 2019 com incríveis 2h01min41seg. Ainda assim, Kip detém 3 dos 10 melhores tempos em maratonas.

Apesar dos 10°C que marcavam o termômetro às 8h15 durante a largada em Viena, a população local e turistas apaixonados por corrida estava lá para apoiar o maratonista desde cedo. A maior concentração estava, como era de se esperar, na linha de chegada. Pela internet, a transmissão ao vivo pelo Youtube alcançou mais de 700 mil que acompanhavam o desafio à distância.

E ainda que uma leve neblina cobrisse a capital austríaca, não havia vento para atrapalhar o queniano na seu objetivo de completar a distância da maratona em menos de 2 horas. Ele o fez com o ar tranquilo de quem passeia no parque.

A estratégia adotada, segundo os comentaristas da transmissão oficial, foi correr a segunda metade tão rápida quanto a primeira. Com essa estabilidade, ele percorreu todo o trajeto dez segundos abaixo do seu tempo alvo.

O feito de Kip foi histórico, mas não entra para os melhores tempos. Por ter condições (quase) perfeitas, o desafio não obedece aos requisitos necessários para constar no ranking.

São três os principais fatores para a conquista não entrar para a lista oficial de recordes. Kip não competia com ninguém —o evento foi criado para ele bater a marca. Também os pontos de largada e chegada não possuíam a distância mínima de 21,097 km entre si exigida pela Iaaf (Associação Internacional de Federações de Atletismo). E a utilização de pacemakers —atletas que acompanham o líder na prova para determinar o ritmo— em esquema tático especial para que a melhor performance pudesse ser alcançada.

No total, 41 corredores foram escalados para a tarefa. Como era de se esperar, a mistura de fundistas e meio-fundistas de diferentes nacionalidades contava com alguns dos homens mais rápidos do mundo.

Com seis reservas, as cinco equipes de sete atletas cada contornavam Kip durante o trajeto, sendo cinco na frente e dois atrás. A cada 9,6 km, dois pacemakers eram substituídos.

Um deles era o jovem etíope Selemon Barega, 19, que ganhou a medalha de prata dos 5.000 metros no Mundial de Atletismo de Doha este ano. Ele é o recordista nos 3.000 metros e detém o segundo melhor tempo nos 5.000 metros e nos 10.000 metros.

Outro que acompanhou Kip foi o também queniano Eric Kiptanui, 29, especialista em meia maratonas que ocupa o sétimo lugar no ranking de melhores marcas da modalidade.

Mas quem é Eliud Kipchoge, o maratonista mais rápido da história?

Caçula de cinco filhos, seus pais são pequenos agricultores em Kapsisiywa, a 315 km da capital do Quênia, Nairóbi. Pouco se sabe do pequeno vilarejo onde a estrela da corrida nasceu, em 5 de novembro de 1984, estudou em uma escola para meninos e até hoje treina nas proximidades, no Global Sports Camp, em Kaptagat, a 67 km dali.

Foi na escola que começou a correr, casualmente. O esporte era tanto um hobby que Kip nunca alcançou o nível das competições de seu distrito. Seu cotidiano era dividido entre o hobby, as aulas —o queniano gostava de estudar— e a rotina da pequena fazenda, onde cuidava dos animais e ia buscar água no rio próximo, junto a sua mãe.

Em uma carta escrita pelo próprio atleta para sua versão mais jovem, publicada no site da Iaaf, ele diz: “Crescer em uma fazenda no Quênia rural irá ajudá-lo a desenvolver habilidades que o levarão longe no esporte. Desde cedo, você já possui uma boa ética no trabalho e autodisciplina.”

Após se formar, Kip treinava por conta própria e começou, em 2001, a participar de provas locais de cross-country (em que o terreno varia de terra a grama, montanhoso a plano, e as distâncias ficam entre 4 km e 12 km).

Numa série de competições, ficou em segundo lugar no geral e chamou a atenção do holandês Jos Hermens, seu representante até hoje. Era o começo de uma carreira de precisão infalível, mas que encontrou seus atrasos pelo caminho.

Nas provas que o levariam para o Campeonato Mundial de Cross Country em Dublin, em 2002, ele despontou. Mas ficou doente antes da competição e terminou em quinto. No mesmo ano, triunfou na seleção dos 5.000 metros para o Campeonato Mundial Júnior, a malária, porém, o tirou das pistas da Jamaica.

Sua carreira iria começar a decolar mesmo no ano seguinte, quando um jovem franzino de 18 anos do interior queniano venceu o Mundial de Cross Country em Lausanne, na Suíça. E ainda em 2003, o mundo viu o atleta de 1,67 m de altura vencer os 5.000 metros Mundial de Atletismo de Paris.

Ele superou o marroquino Hicham El Guerrouj, quatro vezes campeão dos 1.500 metros, e o etíope Keninsa Bekele, que vencera os 10.000 metros naquele mundial. Um ano mais tarde, na Olimpíada de Atenas, conquistou a medalha de bronze na modalidade.

Durante os nove anos seguintes, Kip alternou anos em que ia bem nas competições com outros em que sua performance era aquém do esperado. O ponto mais baixo de sua carreira como fundista e meio-fundista foi em 2012, quando ficou de fora da Olimpíada de Londres nos 5.000 metros e 10.000 metros.

Foi nesse mesmo ano, porém, que o queniano fez uma curva em direção à maratona. Em setembro, fez seus primeiros 21,097 km na prova em Lille, na França. Terminou em terceiro lugar. Correu mais algumas provas na distância ainda em 2012 e em 2013 —ano que estreou na modalidade que alçaria seu nome entre os principais atletas do mundo.

Em abril daquele ano, venceu a Maratona de Hamburgo, na Alemanha. Em setembro, perseguiu Wilson Kipsang (que bateu recorde mundial na ocasião) na Maratona de Berlim, mas ficou em segundo lugar. É a única prova da modalidade, das 12 que participou até hoje, em que carrega uma derrota.

A sequência de bons resultados o levou ao desafio Breaking2, da Nike, que o patrocina até hoje. A meta era tão ambiciosa quanto a de agora, mas, por 26 segundos, ele não conseguiu quebrar a barreira das duas horas.

E para além das vitórias em maratonas, a vida do queniano tem duas presenças marcantes: o treinador, Patrick Sang (que o atleta vê muito mais como um mentor e figura paterna, já que nunca conheceu seu pai) e os livros. Ele adora obras de auto-ajuda e biografias.

“Quem Mexeu no Meu Queijo” é o favorito. Para Kip, é tão relevante para um homem de negócios quanto para um atleta e excelente para ajudar a lidar com as mudanças. O queniano já mudou a história da maratona. E agora, qual será seu próximo feito?

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Desafio para quebrar marca de 2 horas na maratona será sediado em Viena https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2019/07/08/desafio-para-quebrar-marca-de-2-horas-na-maratona-sera-sediado-em-viena-2/ https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2019/07/08/desafio-para-quebrar-marca-de-2-horas-na-maratona-sera-sediado-em-viena-2/#respond Mon, 08 Jul 2019 12:07:34 +0000 https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/files/2019/07/m798_159May-129-1-300x215.jpg http://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/?p=60 A capital da Áustria foi escolhida para sediar o desafio Ineos 1:59, que pretende quebrar a barreira de duas horas na maratona. A prova será no parque Prater Hauptallee, um corredor verde no coração de Viena que possui uma inclinação de 0,06%.

Os organizadores definiram também a data: 12 de outubro, com uma janela de oito dias até o o dia 20 para que se busque condições perfeitas. A temperatura nesta época costuma ser em torno de 10°C. O período escolhido, no entanto, coloca em dúvida se Eliud Kipchoge, atual recordista da modalidade e estrela do desafio, participará da Maratona de Berlim.

Sobre a escolha da cidade, o atleta afirmou, em diário publicado no site do Ineos 1:59, que acredita ter sido perfeita a decisão por Viena.

“O tempo deve estar bom. A cidade adora esporte e o percurso é reto e sem curvas. Nunca estive em Viena, mas estou ansioso para correr lá, porém primeiro tenho de continuar a focar minha preparação diária e lidar com as situações dia a dia na minha busca para uma histórica maratona sub-duas-horas.”

Segundo a organização do desafio, um trajeto rápido e plano, as consistentes condições ideais de outubro e o ar fresco do que é conhecido como “pulmão verde” de Viena foram alguns dos motivos pela escolha da capital austríaca e da data. O local possui ainda um fuso horário de três horas de diferença de onde Kipchoge treina.

Veja abaixo o vídeo que mostra o trajeto e seus dados técnicos.

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