Linha de Chegada https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br O blog onde atletas amadores e ultramaratonistas correm lado a lado Mon, 06 Dec 2021 21:28:58 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Disputa por tênis de corrida mais rápido se acirra entre Nike e Adidas https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2020/11/05/disputa-por-tenis-de-corrida-mais-rapido-se-acirra-entre-nike-e-adidas/ https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2020/11/05/disputa-por-tenis-de-corrida-mais-rapido-se-acirra-entre-nike-e-adidas/#respond Fri, 06 Nov 2020 02:15:30 +0000 https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/files/2020/11/16046265435fa4a86f6387a_1604626543_3x2_md-300x215.jpg https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/?p=589 A corrida nas grandes maratonas do mundo e na preparação para a Olimpíada de Tóquio, em 2021, não se limita apenas ao asfalto.

As principais marcas de tênis do mercado –Nike e Adidas, em especial– têm batalhado cada vez mais para fornecer aos seus atletas tecnologia de ponta, que garanta performance melhores.

Essa disputa já ocorre há anos, mas ganhou novos holofotes quando os patrocinados da Nike passaram a devorar recordes com protótipos da linha Vaporfly e sua sucessora, a Alphafly.

Os primeiros modelos começaram a surgir na Olimpíada do Rio, em 2016. Desde então, o queniano Eliud Kipchoge conquistou feito histórico, ao correr os 42 km da maratona (em condições especiais, não reconhecidas como recorde) em menos de duas horas em 2019 com esses protótipos da Nike.

Ele também cruzou a linha de chegada em Berlim, em 2018, quando quebrou o recorde da prova (2h1min39) com um par experimental da empresa americana nos pés.

Sua conterrânea, Brigid Kosgei, calçava tênis do mesmo tipo ao conquistar a melhor marca da maratona feminina (2h14min04) em Chicago, em 2019. O também queniano Geoffrey Kamworor foi outro patrocinado pela empresa a quebrar um recorde, da meia maratona (58min01seg), em Copenhague, no ano passado.

Todos eles usavam protótipos exclusivos para os atletas da Nike. A federação internacional de atletismo, World Athletics, se viu fortemente pressionada para regulamentar melhor a questão.

Havia, inclusive, acusações de quebra de regulamento, pois a organização determinava que os tênis “devem ser elaborados de forma que não dê aos atletas qualquer ajuda ou vantagem injusta” e que os calçados deveriam estar “razoavelmente disponível para todos”.

Com um texto vago, a polêmica levou a World Athletics a estabelecer novas regras, divulgadas em janeiro deste ano. A principal norma para os eventos de rua é que os calçados não podem ter mais do que 40 mm na espessura da sola e não devem conter mais do que uma placa rígida de fibra de carbono incorporada.

No meio, especulava-se que os tênis usados por Kipchoge possuíam três placas do tipo. Segundo a agência de notícias Reuters, isso se baseava na patente da Nike de 2018 para um modelo contendo placas triplas.

A hegemonia da empresa americana, porém, parece ter sido abalada em 2020, com duas quebras de recorde na meia maratona em que os calçados que cruzaram a linha chegada eram de sua concorrente direta, a Adidas. A marca alemã lançou, no fim de junho, o Adizero Adios Pro para fazer frente ao Air Zoom Alphafly Next%.

No início de setembro, a queniana Peres Jepchirchir completou a Meia Maratona de Praga em 1h05min34seg e baixou em 37 segundos o recorde da prova feminina. Cerca de um mês e meio depois, ela tirou 18 segundos da própria marca no Mundial de Meia Maratona em Gdynia, na Polônia.

Tanto os calçados da Nike quanto os da Adidas trazem em sua tecnologia a placa de carbono, que ajuda na propulsão do atleta. Segundo o ortopedista Thiago Bittencourt, especialista em pés e tornozelos, a placa auxilia no ciclo da pisada e funciona como uma mola.

“Toda vez que se pisa no chão, o pé alterna entre dois modos, flexibilidade e rigidez. O primeiro é para absorver o impacto quando o corpo está no ar e o pé está caindo no chão”, explica.

“Logo depois, quando o corpo já jogou todo o peso no chão e esse peso já está para frente, o pé muda completamente a postura e fica rígido para transformar a força da musculatura em impulso, jogar a energia do músculo para o chão para se impulsionar para frente.”

É exatamente uma melhor performance desse ciclo que os novos tênis buscam, tendo na placa de carbono sua grande protagonista. “O que as empresas querem é espremer o resto de impulso que esse movimento do final que o desprendimento do hálux dá, a última parte da pisada no chão”, afirma Bittencourt.

O Alphafly traz uma placa de carbono única ao longo de toda a entressola, proporcionando “uma sensação de dinamismo a cada passada”, afirma a Nike. A empresa explica ainda ter ajustado a largura da placa de acordo com a ponta de cada calçado, para “torná-la mais macia para tamanhos menores e mais espessa para tamanhos maiores”.

Além disso, os calçados possuem duas cápsulas de ar na ponta do pé, para fornecer mais retorno de energia, e a espuma ZoomX, que oferece um amortecimento mais robusto que seus antecessores.

O Adios Pro tem uma placa de carbono multidirecional, com cinco hastes no formato dos ossos dos pés, chamadas de EnergyRods, que proporcionam rigidez e limitam a perda de energia. Essas hastes são combinadas com uma placa de calcanhar de fibra de náilon e fibra de carbono, para alcançar “estabilidade da articulação do tornozelo e corrigir o comportamento de torção do pé”, segundo a Adidas.

Também traz tecnologia nova na entressola, batizada de LightstrikePRO, que “tem o material mais leve e ágil já lançado pela marca, para fornecer amortecimento máximo e mais armazenamento de energia​”, afirma a empresa. No solado, o calçado tem “uma borracha leve que fornece tração amortecida quando necessário, sem comprometer o peso do tênis”.

Um levantamento feito pelo jornal americano The New York Times no fim do ano passado confirmou o desempenho superior dos tênis da Nike. O estudo, feito com dois modelos da linha Vaporfly (4% e Next%), teve como base quatro metodologias.

Como os calçados se tornaram populares entre corredores americanos, milhares de dados foram compilados desde 2014, muito antes de os modelos serem lançados oficialmente no mercado.

Eles mostraram que quem usou o calçado correu de 4% a 5% mais rápido do que aqueles que usaram um par considerado mediano e de 2% a 3% mais rápido do que quem usou o que seria o segundo melhor tênis em velocidade disponível.

Não houve diferença significativa entre o 4% e o Next% quando seus efeitos foram medidos separadamente.

Segundo o New York Times, a diferença é vista independentemente de serem atletas profissionais, corredores rápidos ou lentos, frequentes ou ocasionais. O que se observa é que muito mais gente passou a usar esses tênis –especialmente aqueles que correm mais rápido.

Com a chegada do modelo da Adidas, de tecnologia semelhante, a disputa ficou mais acirrada, e os olhos dos espectadores das maratonas estarão tanto no relógio quanto nos pés dos atletas.

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Londres tem zebra, e Kipchoge perde 1ª maratona em 7 anos https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2020/10/04/maratona-de-londres-tem-zebra-e-etiope-kitata-vence-prova/ https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2020/10/04/maratona-de-londres-tem-zebra-e-etiope-kitata-vence-prova/#respond Sun, 04 Oct 2020 11:23:15 +0000 https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/files/2020/10/a4cf4bdf5847eaa73d618b0635fd3595e4077d08576b6cf9ffdaa48c74383a81_5f79b3389730a-300x215.jpg https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/?p=550 A caixa de surpresas que está sendo o ano de 2020 parece não ter fim. Favoritíssimo para a Maratona de Londres, o tetracampeão da prova e atual recordista da modalidade Eliud Kipchoge ficou para trás nos últimos dez minutos e chegou em oitavo lugar, sua pior marca. O queniano, que completou o percurso em 2h06min42seg, não perdia uma maratona desde 2013, e esta foi sua segunda derrota das 13 provas das quais participou.

Quem venceu foi o etíope Shura Kitata (2h05min41seg), quebrando a hegemonia do principal nome entre maratonistas da atualidade. Kip, como o queniano é chamado, detém o melhor tempo da distância, conquistado em Berlim, em 2018, e foi o primeiro atleta da história a percorrer 42 km em menos de duas horas –em evento não oficial.

Shura Kitata cruza linha de chegada da Maratona de Londres, seguido por Vincent Kipchumba e Sisay Lemma (Richard Heathcote/Reuters)
Shura Kitata cruza linha de chegada da Maratona de Londres, seguido por Vincent Kipchumba e Sisay Lemma (Richard Heathcote/Reuters)

Diferentemente do que está habituado, porém, ele teve companhia de cerca de oito atletas até pelo menos os 30 km, quando costuma liderar a prova sozinho. Foi depois disso que ele perdeu o ritmo e se descolou do pelotão da frente.

A disputa pelo primeiro lugar foi até a reta final, onde Kitata acelerou e ultrapassou o queniano Vincent Kipchumba, que terminou em segundo com 2h05min42seg, apenas um segundo atrás. Sisay Lemma, também etíope, chegou logo na sequência, em terceiro, em 2h05min45seg.

Em seu Instagram, Kipchoge disse que, após 25 km, seu ouvido bloqueou e não abriu mais. “Mas é assim que é o esporte, devemos aceitar a derrota e focar para a vitória na próxima vez. Obrigado pelo apoio.”

As surpresas da prova, no entanto, começaram já na sexta-feira (2), quando o etíope Kenenisa Bekele foi obrigado a desistir de participar da competição devido a uma lesão na panturrilha.

Havia uma grande expectativa para os amantes da corrida de rua pela disputa entre Kipchoge e Bekele, na prova que teve apenas a participação de atletas de elite na sua 40ª edição devido à pandemia de coronavírus. Em 2019, enquanto o queniano se preparava para o desafio Ineos 1:59, o etíope ficou a dois segundos do tempo do rival, atual recorde da modalidade.

“Eu estava em boa forma, mas senti algo na minha panturrilha esquerda após duas sessões de treino rápido feitas muito próximas nas últimas semanas de preparação”, afirmou o atleta ao jornal britânico The Guardian.

“Meu tempo em Berlim no último ano me deu muita confiança e motivação e eu ansiava para mostrar isso de novo e trabalhei duro para isso”, disse Bekele ao jornal. “Sei que muitas pessoas ao redor do mundo estavam ansiosas para essa prova e lamento desapontar meus fãs, os organizadores e meus colegas competidores.”

A queniana Brigid Kosgei cruza a linha de chegada na 40ª Maratona de Londres (Richard Heathcote/Reuters)
A queniana Brigid Kosgei cruza a linha de chegada na 40ª Maratona de Londres (Richard Heathcote/Reuters)

Já entre as mulheres, não houve surpresa, e a queniana Brigid Kosgei venceu a Maratona de Londres. A recordista mundial Kosgei terminou os 42 km na primeira posição com folga, completando o percurso fechado no parque St. James em 2h18min58seg.

Kosgei confirmou seu favoritismo e cruzou a linha de chegada pouco mais de três minutos à frente da segunda colocada –nenhuma surpresa para a atleta que venceu a edição de 2019.

A emoção ficou por conta da disputa pela segunda colocação. Com um bom ritmo na segunda metade dos 42 km, a americana Sara Hall buscou a terceira posição, passando a etíope Ashete Bekere a pouco mais de dez minutos do fim da prova. Não só ela se manteve no pódio, como conseguiu diminuir a distância da então segunda colocada, a queniana Ruth Chepngetich.

Na reta final, em frente ao Palácio de Buckingham, quando as duas atletas já viam a linha de chegada, Hall deu um sprint e ultrapassou Chepngetich, terminando a prova em segundo lugar, quatro segundos à frente da queniana.

Hall foi a primeira americana em 14 anos a ocupar o pódio da Maratona de Londres –em 2006, Deena Kastor venceu a prova. Apesar do bom resultado, Hall está fora da equipe que representará os EUA nos 42 km da Olimpíada de Tóquio. Nas qualificatórias do país, ela foi desbancada pela iniciante Molly Seidel, que terminou a competição de Londres em sexto lugar este ano (2h25min13seg).

Resultados

MULHERES

  1. Brigid Kosgei (QUE) – 2:18:58
  2. Sara Hall (EUA) – 2:22:01
  3. Ruth Chepngetich (QUE) – 2:22:05
  4. Ashete Bekere (ETI) – 2:22:51
  5. Alemu Megertu (ETI) – 2:24:23

HOMENS

  1. Shura Kitata (ETI) – 2:05:41
  2. Vincent Kipchumba (QUE) – 2:05:42
  3. Sisay Lemma (ETI) – 2:05:45
  4. Mosinet Geremew (ETI) – 2:06:04
  5. Mule Wasihun (ETI) – 2:06:08

A MARATONA DE LONDRES

A 40ª edição da Maratona de Londres era para ser comemorativa, mas a pandemia do coronavírus impactou todo o calendário da corrida de rua deste ano. Em vez de fim de abril, a prova foi adiada para o primeiro fim de semana de outubro.

O percurso também foi impactado. Os atletas deram 19,6 voltas de 2.150 m no parque St. James, em frente ao Palácio de Buckingham, para completar os 42 km –isso sem a presença do público. Para tentar animar os corredores, os realizadores colocaram pessoas de papelão em alguns pontos, inclusive de personalidades como a rainha Elizabeth 2ª e o príncipe William.

Assim como a prova de Tóquio, Londres teve a participação apenas dos atletas de elite. As duas foram as únicas Majors –circuito mundial com as seis principais maratonas– realizadas este ano. As demais maratonas que compõem o sexteto sonho de muitos corredores (Berlim, Nova York, Chicago e Boston) foram canceladas devido à Covid-19.

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Organizadores confirmam realização da Maratona de Londres apenas com elite https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2020/08/06/organizadores-confirmam-realizacao-da-maratona-de-londres-apenas-com-elite/ https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2020/08/06/organizadores-confirmam-realizacao-da-maratona-de-londres-apenas-com-elite/#respond Thu, 06 Aug 2020 22:16:43 +0000 https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/files/2019/05/15565474555cc7077f3182e_1556547455_3x2_md-150x150.jpg https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/?p=530 Após meses de incerteza sobre a realização da 40ª Maratona de Londres, os organizadores confirmaram a realização da prova no dia 4 de outubro, mas com uma série de restrições, segundo comunicado publicado no site da competição nesta quinta-feira (6).

A primeira é que participarão apenas os atletas que compõem o pelotão de elite, para evitar aglomerações.

O percurso também será impactado. O parque St. James terá seu acesso limitado a moradores da região e usuários da área de lazer, e um circuito fechado será organizado para que os atletas percorram os 42 km da prova em um ambiente seguro, de acordo com a organização.

Já o público terá que acompanhar a transmissão pela TV, a princípio realizada pela BBC Sport.

Apesar das modificações, espera-se uma prova emocionante. Aguardada pelos fãs da modalidade, a disputa entre o atual recordista dos 42 km, o queniano Eliud Kipchoge, com o etíope Kenenisa Bekele, que ficou a dois segundos do tempo do rival em Berlim, em 2019, deve ocorrer na capital britânica, uma vez que os dois lideram o pelotão de elite masculino.

Já a atual recordista entre as mulheres, a queniana Brigid Kosgei, que conquistou sua marca em Chicago, em 2019, encabeça o pelotão de elite feminino.

Os tempos registrados em Londres serão elegíveis para a qualificação dos atletas para a Olimpíada de Tóquio, em 2021.

A organização esclareceu, ainda, que os inscritos para a edição deste ano poderão escolher participar na maratona de 2021, 2022 ou 2023. Além disso, serão convidados a correr a 40ª edição de qualquer lugar do mundo, em um percurso de sua escolha.

Eles terão 24 horas para completar os 42 km, no dia 4 de outubro e deverão registrar seu resultado em um novo aplicativo da maratona, que está em desenvolvimento.

Para o próximo ano, os realizadores anunciaram que, ao invés de ocorrer em abril, sua data tradicional, a prova está marcada para 3 de outubro, para “dar a melhor chance da corrida completa retornar em 2021”, diz o texto.

“Temos trabalhado há meses com diferentes cenários, tendo a saúde e a segurança de nossos corredores, voluntários, patrocinadores, médicos, comunidades e cidade sempre como prioridade”, disse Hugh Brasher, diretor de Evento da maratona, segundo o comunicado publicado no site.

“Apesar de nossos esforços, o apoio fantástico de todos os nossos parceiros e o progresso que foi feito no planejamento para o retorno de eventos menores de participação em massa que não são nas suas, não foi possível ir adiante com uma corrida ou caminhada de massa adotando o distanciamento social.”

Desta forma, 2020 termina com nenhum atleta amador participando das Majors, circuito mundial com as seis principais maratonas. Em março, Tóquio foi realizada também apenas com os atletas de elite, e as edições de Boston, Berlim, Chicago e Nova York foram canceladas.

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Recordista mundial da maratona, queniana participa da São Silvestre https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2019/12/29/recordista-mundial-da-maratona-queniana-participa-da-sao-silvestre/ https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2019/12/29/recordista-mundial-da-maratona-queniana-participa-da-sao-silvestre/#respond Sun, 29 Dec 2019 19:46:43 +0000 https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/files/2019/10/0-300x215.jpg https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/?p=338 A Corrida Internacional de São Silvestre nesta terça-feira (31) contará com uma presença ilustre na sua 95ª edição. O pelotão de elite terá entre seus nomes a recordista mundial da maratona, a queniana Brigid Kosgei, 25, que em outubro deste ano quebrou a marca até então sustentada por Paula Radcliffe desde 2003. Ela concluiu os 42,195 km em 2h14min04seg.

O trajeto de 15 km e o calor típico de um 31 de dezembro paulistano não devem ser grandes desafios para ela, que treina a 3.000 metros de altitude no Quênia. A recordista, que prefere provas mais frias, corre a distância da São Silvestre em treinos todos os dias no fim de tarde (que podem inclusive chegar a 20 km). Pela manhã, ela percorre normalmente 20 km, o que dá um volume semanal de cerca de 200 km.

Isso quando está treinando para provas. Após a marca histórica conquistada em Chicago, em que ela baixou em 1min21seg o recorde da britânica Radcliffe e em 4min16seg seu até então melhor tempo, ela disse ter diminuído o ritmo.

“Relaxei um pouco, depois de Chicago”, afirmou a queniana. “Voltei aos poucos depois de descansar.”

Seu próximo alvo é a Olimpíada de Tóquio, onde quer representar o seu país. Isso após uma temporada em que esteve sob os holofotes —tanto que estima já ter passado por 54 testes de doping este ano. Kosgei disse, porém, que se não for escolhida fará alguma maratona.

Para se classificar para a maratona olímpica, os atletas precisam alcançar o índice estabelecido pela associação de atletismo —2h11min30seg para os homens e 2h29min30seg para as mulheres. No Quênia, os mais de cem corredores qualificados passam ainda por diversas provas para que a federação do país selecione os três representantes. Os critérios para a escolha final, no entanto, não são claros.

Até outubro deste ano, mesmo os jornalistas do Quênia conheciam pouco sobre a história de Kosgei —algo que não é de se estranhar em um país onde a corrida está para os quenianos assim como o futebol está para os brasileiros. A vitória em Chicago e a marca que obteve alterou esse cenário.

A mudança, porém, não mexeu com a personalidade da recordista. Tímida, demonstra um desconforto em frente às câmeras. Com cerca de 1,60m de altura, não é de dar longas respostas, sempre com o tom de voz comedido.

Seu lugar de conforto é no asfalto. Kosgei começou no esporte como muitos de seus compatriotas. Morando a 10 km da escola no condado de Elgeyo-Marakwet, a 418 km da capital Nairóbi, muitas vezes ela precisava correr para não perder o horário da primeira aula. No caminho, via atletas em seus treinos e almejava se tornar um deles.

Adolescente, competia em distâncias medianas e, ainda que nunca tivesse sido selecionada para representar o Quênia nas competições internacionais, o seu talento chamava a atenção, segundo o seu treinador da época, Robert Ngisirei.

“Era possível dizer que ela era uma atleta muito talentosa mesmo durante os treinos, extremamente disciplinada e competitiva, não gostava de ser ofuscada no treinamento”, disse Ngisirei à BBC.

Sua carreira estava sendo construída até que Kosgei teve de abandonar os estudos aos 17 anos. Sua mãe, que precisava cuidar de sete filhos sozinha, não tinha como pagar a mensalidade da escola.

“Eu não podia ficar triste”, disse durante entrevista coletiva no fim de novembro, dias antes da premiação Atletas do Ano, conferida pela World Athletics. “Na época, eu só aceitei o que havia acontecido e foquei outras coisas.”

Em 2012, passou a se dedicar exclusivamente à corrida, treinando com namorado Mathew Kosgei, que viria a ser seu marido. Isso até o ano seguinte, quando engravidou de gêmeos.

A queniana fez uma pausa do asfalto e esperou os filhos terem quase dois anos para se dedicar novamente à corrida. Retornou em 2015, quando registrou sua primeira marca em competições oficiais, já em uma maratona.

No Porto, ela concluiu os 42,195 km da prova em 2h47min59seg, um tempo longe dos mais fortes da época entre as mulheres, mas o suficiente para que ela terminasse em primeiro lugar.

No ano seguinte, ela teve uma temporada vitoriosa. Das quatro provas que participou, chegou em segundo lugar apenas na Maratona de Lisboa. Nenhuma das competições, no entanto, faziam parte do circuito conhecido, e Kosgei não chamou muito a atenção.

Com uma carreira composta por maratonas, meia maratonas e provas ocasionais de 5 km, 10 km, 15 km e 20 km, em nenhum ano a queniana teve um desempenho tão glorioso quanto em 2019. Foram sete competições, e em todas ela ficou no ponto mais alto do pódio.

Para isso, a dedicação ao esporte foi quase exclusiva. Os filhos ficaram sob os cuidados do marido, um suporte importante.

“Meu marido me disse para não me preocupar, ele cuidaria das crianças, e que eu deveria focar minha carreira e rapidamente elas se acostumaram a me ver apenas nos fins de semana, quando eu voltava para casa”, disse Kosgei à BBC.

Ela afirmou ainda que, apesar da idade, eles entendem que ela está fazendo um bom trabalho enquanto se prepara no centro de treinamento a 6 km de sua casa.

Mas nenhum dos dois, no entanto, deseja seguir os passos da mãe.

“Eles dizem para mim: ‘Eu não quero correr’”, disse a atleta, com um sorriso no rosto, em entrevista no fim de novembro.

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Melhora significativa de performance? Tênis da Nike está sob escrutínio https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2019/12/14/melhora-significativa-de-performance-tenis-da-nike-esta-sob-escrutinio/ https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2019/12/14/melhora-significativa-de-performance-tenis-da-nike-esta-sob-escrutinio/#respond Sat, 14 Dec 2019 17:39:24 +0000 https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/files/2019/12/JT2_4061_1-1024x1024-300x215.jpg https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/?p=310 A linha Vaporfly da Nike ganhou os holofotes este ano. Foi com um modelo do tipo, exclusivo para a ocasião, que Eliud Kipchoge foi o primeiro a correr uma maratona em menos de duas horas. Brigid Kosgei, 24 horas depois, quebrou o recorde feminino dos 42,195 km, que não era superado desde 2003, também usando um par do modelo.

A marca lançou os tênis com a promessa de melhorar a performance em até 4%. Dois estão à venda apenas nos EUA –Zoom Vaporfly 4% e ZoomX Vaporfly Next%, a US$ 250 (R$ 1.027)–, mas os tempos alcançados pelos atletas profissionais levaram a World Athletics (associação internacional de atletismo, antiga Iaaf) a realizar um estudo aprofundado.

A organização reuniu um grupo de trabalho com ex-atletas e especialistas em ciência do esporte, ética e biomecânica, segundo a Fox Business. Os resultados desse estudo, que pode levar ao banimento dos tênis, estavam previstos para serem divulgados no fim deste ano, mas só devem vir a público no início de 2020.

O foco principal é definir se os tênis da Nike se enquadram na vaga regra definida pela associação: “Os tênis não podem ser desenvolvidos para que dê a atletas uma assistência ou vantagem injusta.”

“O desafio para a Iaaf é encontrar nas regras técnicas o equilíbrio correto entre incentivar o desenvolvimento e o uso de novas tecnologias no atletismo e preservar as características fundamentais do esporte: acessibilidade, universalidade e equidade”, afirmou a Iaaf, segundo a Fox Business.

Ao jornal americano The New York Times, um porta-voz da organização disse precisar de evidências para dizer que há algo errado com os calçados. “Nunca alguém trouxe provas para nos convencer.”

Já em comunicado no início deste ano, a World Athletics afirmou ser “claro que algumas formas de tecnologia forneceriam o atleta com uma assistência que vai de encontro aos valores do esporte.”

Sobre isso, a Nike sustenta que os modelos “estão de acordo com todos os requerimentos de produto da Iaaf e não demandam qualquer inspeção especial ou aprovação”, segundo o jornal americano.

Na quinta (12), a empresa divulgou comunicado em que disse respeitar “a Iaaf e a essência de suas regras, e não criamos nenhum tênis de corrida que devolva mais energia do que aquela gasta pelo corredor.”

Eliud Kipchoge (camiseta branca) e seus pacemakers durante o o desafio em que o queniano correu 42,195 km em 1h59min40seg (Divulgação Ineos 1:59 Challenge)
Eliud Kipchoge (camiseta branca) e seus pacemakers durante o o desafio em que o queniano correu 42,195 km em 1h59min40seg (Divulgação Ineos 1:59 Challenge)

A LINHA VAPORFLY

Mas esses tênis de fato melhoram a performance?

O New York Times publicou nesta sexta-feira (13) um estudo sobre os modelos Zoom Vaporfly 4% e ZoomX Vaporfly Next%, com base em quatro metodologias. E a conclusão é que, sim, eles significam um desempenho superior –talvez mais do que se imagina.

Como os tênis se tornaram populares entre corredores americanos, milhares de dados foram compilados desde 2014, muito antes de os modelos serem lançados.

Eles mostraram que quem usou o calçado correu de 4% a 5% mais rápido do que aqueles que usaram um par mediano e de 2% a 3% mais rápido do que quem usou o que seria o segundo melhor tênis em velocidade disponível.

E um detalhe: não houve diferença significativa entre o Vaporfly e o Next% quando seus efeitos foram medidos separadamente. Para a melhora acima ser alcançada, os resultados dos dois combinados foram usados nas estimativas realizadas pelo jornal.

Segundo o diário, a diferença é vista independentemente de serem atletas profissionais, corredores rápidos ou lentos, frequentes ou ocasionais. O que se observa é um aumento esmagador do uso desses tênis –especialmente por aqueles que correm mais rápido.

Em corridas com dados disponíveis, em cerca de 41% das maratonas completadas em menos de três horas os corredores o fizeram com um dos dois modelos, informa o jornal. Isso apenas nos últimos meses de 2019 (ou seja, na época do desafio de Kip).

O que leva a essa performance superior? Os tênis possuem lâminas de carbono e uma espuma elástica no meio da sola.

A primeira característica armazena e libera energia a cada passo e deve agir como uma espécie de estilingue ou catapulta para impulsionar os corredores. Já a segunda, pesquisadores dizem contribuir para aumentar a economia de energia da corrida.

SOBRE OS DADOS

Com dados do Strava, aplicativo de esporte que funciona como uma rede social de atletas, o jornal reuniu resultados de cerca de 577 mil maratonas e 496 mil meia maratonas de dezenas de países, realizadas entre abril de 2014 e dezembro de 2019.

A partir daí, foram quatro as metodologias usadas para fazer a comparação, combinando resultados do 4% e Next%.

Modelos estatísticos – análise dos tempos associados aos dois modelos;
Comparação entre grupos de corredores – dois atletas com performance similares tiveram as mudanças de desempenho comparadas;
Acompanhamento de corredores que passaram a adotar os tênis – aqueles que mudaram para um dos dois modelos;
Medida da probabilidade de alcançar um recorde pessoal.

E se o leitor-corredor compreende inglês, sugiro dar uma olhada na publicação completa do New York Times, agregada por gráficos comparativos.

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Queniana Kosgei bate recorde mundial da maratona, que não era superado desde 2003 https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2019/10/13/queniana-bate-recorde-de-maratona-apos-16-anos/ https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2019/10/13/queniana-bate-recorde-de-maratona-apos-16-anos/#respond Sun, 13 Oct 2019 14:48:15 +0000 https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/files/2019/10/0-300x215.jpg true https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/?p=201 A queniana Brigid Kosgei bateu o recorde da maratona feminina neste domingo (13) na 42ª Maratona de Chicago com o tempo de 2h14min04seg. A marca anterior, 2h15min25seg, era da britânica Paula Radcliffe, que a conquistou em Londres, em 2003.

Favorita, Kosgei liderou a prova toda com mais de quatro minutos de diferença para a segunda colocada, o que dá mais de 1 quilômetro de distância.

As etíopes Ababel Yeshaneh (2h20min51seg) e Gelete Burka (2h20min55seg) ficaram em segundo e terceiro lugar, respectivamente.

Brigid Kosgei defendia o título conquistado em Chicago no ano passado (2h18min35seg). Este ano, a queniana venceu a prova em Londres, com o tempo de 2h18min20seg.

A africana também detém a melhor marca da temporada na meia maratona, conquistada no Bahrein, em março deste ano, com o tempo de 1h05min28seg.

Melhores tempos de maratonas

  1. 2:14:04 – Brigid Kosgei (QUE) – Chicago 2019
  2. 2:15:25 – Paula Radcliffe (RU) – Londres 2003
  3. 2:17:01 – Mary Keitany (QUE) – Londres 2017
  4. 2:17:08 – Ruth Chepngetich (QUE) – Dubai 2019
  5. 2:17:18 – Paula Radcliffe (RU) – Chicago 2002
  6. 2:17:41 – Worknesh Degefa (ETI) – Dubai 2019
  7. 2:17:42 – Paula Radcliffe (RU) – Londres 2005
  8. 2:17:56 – Tirunesh Dibaba (ETI) – Londres 2017
  9. 2:18:11 – Gladys Cherono (QUE) – Berlim 2018
  10. 2:18:20 – Brigid Kosgei (QUE) – Londres 2019

RESULTADO MASCULINO

Entre os homens, não houve quebra de recorde. O queniano Lawrence Cherono venceu a prova com o tempo de 2h05min45seg. É o oitavo melhor tempo da prova registrado na categoria masculina.

Em segundo lugar, ficou o etíope Dejene Debela (2h05min46seg) e, em terceiro, seu conterrâneo, Asefe Mengstu (2h05min48seg).

MARATONA DE CHICAGO

Enquanto a de Nova York se tornou uma prova globalizada, que reúne atletas de todo mundo, e Boston virou sinônimo de prestígio, por sua rigorosa qualificação, a Maratona de Chicago é onde os corredores vão para obter seus RPs (recordes pessoais).

Isso, claro, dentro dos Estados Unidos, uma vez que Londres e Berlim também são competições conhecidas por verem recordes mundiais.

A cidade do centro-oeste americano ganhou essa fama por seu clima ameno e percurso plano. Entre os 10 melhores tempos das mulheres na história da maratona, 2 foram lá conquistados. Chicago, no entanto, não figura no top 10 masculino.

E se o clima varia entre ameno e frio –na manhã deste domingo, o termômetro marcava 5ºC–, a população de Chicago faz uma recepção calorosa para os 45 mil atletas dos 50 estados americanos e de mais de cem países que participam da prova. Metade dos moradores da cidade, 1,5 milhão, vai para a rua acompanhar a maratona, que é uma das Majors, circuito mundial com as seis principais competições da modalidade.

Além dos espectadores, 12 mil voluntários trabalharam na edição deste ano em 20 postos de ajuda espalhados pelo percurso. Nessas estações há água, isotônico, auxílio médico, além de um spray com gelo a partir do quilômetro 30 para amenizar as dores comuns após este ponto.

Nem sempre, porém, a prova teve toda essa estrutura. Em 1987, dez anos após a estreia, foi realizada uma edição simbólica, que nem entra no histórico da competição. Isso porque não havia patrocinadores para aquele ano.

Melhores tempos de Chicago

MULHERES

  1. 2:14:04 – Brigid Kosgei (QUE) – 2019
  2. 2:17:18 – Paula Radcliffe (RU) – 2002
  3. 2:18:31 – Tirunesh Dibaba (ETI) – 2017
  4. 2:18:35 – Brigid Kosgei (QUE) – 2018
  5. 2:18:47 – Catherine Ndereba (QUE) – 2001
  6. 2:19:57 – Rita Jeptoo (QUE) – 2013
  7. 2:20:42 – Berhane Adere (ETI) – 2006
  8. 2:20:51 – Ababel Yeshaneh (ETI) – 2019
  9. 2:20:55 – Gelete Burka (ETI) – 2019
  10. 2:21:21 – Joan Benoit (EUA) – 1985
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Queniano Cherono vence Maratona de Chicago 2019 https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2019/10/13/queniano-cherono-vence-maratona-de-chicago-2019/ https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2019/10/13/queniano-cherono-vence-maratona-de-chicago-2019/#respond Sun, 13 Oct 2019 14:43:20 +0000 https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/files/2019/10/000000000000000-300x215.jpg https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/?p=195 O queniano Lawrence Cherono venceu a 42ª Maratona de Chicago, nos Estados Unidos, neste domingo (13), com o tempo de 2h05min45seg. É o oitavo melhor tempo da prova registrado na categoria masculina.

Em segundo lugar, ficou o etíope Dejene Debela (2h05min46seg) e, em terceiro, seu conterrâneo, Asefe Mengstu (2h05min48seg). Bedan Karoki, do Quênia, chegou colado em quarto lugar (2h05min53seg).

Os quatro fizeram parte do pelotão líder durante toda a prova. Também chegaram a ficar à frente dos demais o belga Ashir Abdi (5º), o etíope Seifu Tura (6º) e o queniano Dickson Chumba (7º).

O britânico Mo Farah era o favorito para defender o título este ano –ele venceu a prova em 2018, com o melhor tempo de sua carreira (2h05min11seg)–, mas não foi páreo para os africanos. Farah chegou a largar junto do pelotão que liderou, mas perto dos 21 km acabou ficando para trás. Chegou em oitavo lugar (2h09min58seg).

RESULTADO FEMININO

As mulheres foram a estrela da Maratona de Chicago. Mais precisamente, a queniana Brigid Kosgei, que bateu o recorde mundial de maratonas neste domingo. Com o tempo de 2h14min04seg, ela passou a marca anterior, 2h15min25seg, da britânica Paula Radcliffe.

As etíopes Ababel Yeshaneh (2h20min51seg) e Gelete Burka (2h20min55seg) ficaram em segundo e terceiro lugar, respectivamente.

MARATONA DE CHICAGO

Enquanto a de Nova York se tornou uma prova globalizada, que reúne atletas de todo mundo, e Boston virou sinônimo de prestígio, por sua rigorosa qualificação, a Maratona de Chicago é onde os corredores vão para obter seus RPs (recordes pessoais).

Isso, claro, dentro dos Estados Unidos, uma vez que Londres e Berlim também são competições conhecidas por verem recordes mundiais.

A cidade do centro-oeste americano ganhou essa fama por seu clima ameno e percurso plano. Entre os 10 melhores tempos das mulheres na história da maratona, 2 foram lá conquistados. Chicago, no entanto, não figura no top 10 masculino.

E se o clima varia entre ameno e frio –na manhã deste domingo, o termômetro marcava 5ºC–, a população de Chicago faz uma recepção calorosa para os 45 mil atletas dos 50 estados americanos e de mais de cem países que participam da prova. Metade dos moradores da cidade, 1,5 milhão, vai para a rua acompanhar a maratona, que é uma das Majors, circuito mundial com as seis principais competições da modalidade.

Além dos espectadores, 12 mil voluntários trabalharam na edição deste ano em 20 postos de ajuda espalhados pelo percurso. Nessas estações há água, isotônico, auxílio médico, além de um spray com gelo a partir do quilômetro 30 para amenizar as dores comuns após este ponto.

Nem sempre, porém, a prova teve toda essa estrutura. Em 1987, dez anos após a estreia, foi realizada uma edição simbólica, que nem entra no histórico da competição. Isso porque não havia patrocinadores para aquele ano.

Melhores tempos de Chicago

Homens

  1. 2:03:45 – Dennis Kimetto (QUE) – 2013
  2. 2:04:11 – Eliud Kipchoge (QUE) – 2014
  3. 2:04:38 – Tsegay Kebede (ETI) – 2012
  4. 2:04:11 – Mo Farah (RU) – 2018
  5. 2:05:37 – Moses Mosop (QUE) – 2011
  6. 2:05:41 – Samuel Wanjiru (QUE) – 2009
  7. 2:05:42 – Khalid Khannouchi (EUA) – 1999
  8. 2:05:45 – Lawrence Cherono (QUE) – 2019
  9. 2:05:46 – Dejene Debela (ETI) – 2019
  10. 2:05:48 – Asefe Mengstu (ETI) – 2019
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Kipchoge conquista tetra e estabelece melhor tempo da Maratona de Londres https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2019/04/28/kipchoge-conquista-tetra-e-estabelece-melhor-tempo-da-maratona-de-londres/ https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2019/04/28/kipchoge-conquista-tetra-e-estabelece-melhor-tempo-da-maratona-de-londres/#respond Sun, 28 Apr 2019 12:01:54 +0000 https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/files/2019/05/15565474555cc7077f3182e_1556547455_3x2_md-150x150.jpg http://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/?p=18 O queniano Eliud Kipchoge estabeleceu sua hegemonia na Maratona de Londres neste domingo (28). Além de terminar com o melhor tempo já conquistado na prova, com 2h02min37seg, ele foi o primeiro atleta na história a vencer quatro vezes a competição.

Kipchoge era o favorito para vencer, ainda que o fundista naturalizado britânico Mo Farah tenha afirmado que iria brigar pelo primeiro lugar. Farah acabou em quinto, enquanto o queniano liderou a prova toda.

Nos quilômetros finais, Kipchoge desgarrou dos etíopes Mule Wasihun e Mosinet Geremew, que o acompanhavam desde o início.

O atleta do Quênia é detentor do recorde mundial, conquistado na Maratona de Berlim em 2018, com tempo de 2h01min39seg.

Único brasileiro a participar da elite na prova, Daniel Chaves não terminou entre os dez primeiros, mas conquistou o índice olímpico com tempo de 2h11min10seg. A vaga ainda precisa ser confirmada pela Confederação Brasileira de Atletismo.

FEMININO

Na prova feminina, venceu a também queniana Brigid Kosgei, com o tempo de 2h18min20seg. A competição teve diferentes líderes ao longo dos pouco mais de 42 quilômetros. Nos primeiros 30 minutos, a etíope Birhane Dibaba (9º) dividiu a primeira posição com a conterrânea Roza Dereje (3º).

No minuto 55, a australiana Sinead Diver (7º) chegou a despontar, mas não conseguiu manter o ritmo. A disputa final ficou entre Kosgei e a também queniana Vivian Cheruiyot, que venceu a prova no ano passado. No entanto, Kosgei conseguiu imprimir um forte ritmo nos últimos 7 quilômetros e deixou Cheruiyot para trás.

Nas cinco primeiras colocações, a disputa foi acirrada, e as atletas quenianas dominaram quase todas as posições. Dentre elas, Dereje era a única de outro país. Ela chegou um segundo à frente de Cherono e Keitany, bicampeã em Londres (veja lista de resultados abaixo).

Desde que estreou em maratonas na prova de Lisboa, em 2016, Kosgei ficou entre as duas primeiras posições em 8 das 9 competições das quais participou. Em Londres no ano passado, ficou com o segundo lugar, atrás de Cheruiyot.

PARAMARATONA

A disputa de paratletas cadeirantes na Maratona de Londres foi acirrada durante toda a prova. A diferença entre o primeiro lugar, conquistado pelo americano Daniel Romanchuk (1h33min38seg), e o terceiro, do japonês Tomoki Suzuki (1h33min51seg), foi de apenas 13 segundos. O suíço Marcel Hug (1h33min42seg) ficou em segundo lugar.

No feminino, a competição foi liderada em sua totalidade pela suíça Manuela Schär (1h44min09seg). A disputa ficou entre o segundo e o terceiro lugar. A americana Tatyana McFadden (1h49min42seg) chegou um segundo na frete da australiana Madison de Rozario (1h49min43seg).

Veja abaixo a lista dos primeiros colocados.

Masculino

  1. Eliud Kipchoge (Quênia) – 2h02min37seg
  2. Mosinet Geremew (Etiópia) – 2h02min55seg
  3. Mule Wasihun (Etiópia) – 2h03min16seg
  4. Tola Shura Kitata (Etiópia) – 2h05min01seg
  5. Mo Farah (Grã-Bretanha) – 2h05min39seg

Feminino

  1. Brigid Kosgei (Quênia) – 2h18min20seg
  2. Vivian Cheruiyot (Quênia) – 2h20min14seg
  3. Roza Dereje (Eitópia) – 2h20min51seg
  4. Gladys Cherono (Quênia) – 2h20min52seg
  5. Mary Keitany (Quênia) – 2h20min52seg

Cadeirante Masculino

  1. Daniel Romanchuk (Estados Unidos) – 1h33min38seg
  2. Marcel Hug (Suíça) – 1h33min42seg
  3. Tomoki Suzuki (Japão) – 1h33min51seg
  4. Yunqiang Dai (China) – 1h37min30seg
  5. David Weir (Grã-Bretanha) – 1h37min32seg

Cadeirante Feminino

  1. Manuela Schär (Suíça) – 1h44min09seg
  2. Tatyana McFadden (Estados Unidos) – 1h49min42seg
  3. Madison de Rozario (Austrália) – 1h49min43seg
  4. Eliza Ault-Connell (Austrália) – 1h50min02seg
  5. Tsubana Kina (Japão) – 1h51min22seg
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