Linha de Chegada https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br O blog onde atletas amadores e ultramaratonistas correm lado a lado Mon, 06 Dec 2021 21:28:58 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Livro de Murakami sobre corrida é tanto boa leitura quanto incentivo para treinos https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2021/08/08/livro-de-murakami-sobre-corrida-e-tanto-boa-leitura-quanto-incentivo-para-treinos/ https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2021/08/08/livro-de-murakami-sobre-corrida-e-tanto-boa-leitura-quanto-incentivo-para-treinos/#respond Sun, 08 Aug 2021 19:11:01 +0000 https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/files/2021/08/10168018_819890568038335_3572758280655381039_n-300x215.jpg https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/?p=764 Aproveitando o clima esportivo das Olimpíadas de Tóquio, que chegaram ao fim neste domingo (8), indico o livro “Do que Eu Falo quando Eu Falo de Corrida”, do japonês Haruki Murakami. Célebre escritor mundial, ele acumula vários quilômetros e décadas na prática do esporte, com foco na maratona, que acabou de ocorrer em sua terra natal.

A obra chegou até mim de forma inesperada, quando uma grande amiga me mandou de presente, já que unia duas paixões —a literatura e a corrida. E foi uma grata surpresa a leitura, por dois principais motivos.

O primeiro é o texto fluido e gostoso de ler de Murakami. O livro está em forma de diário e nele o autor relata como começou a correr, sua rotina de treinos, altos e baixos, centrando principalmente na preparação para a Maratona de Nova York, com alguns flashbacks (destaque para o relato da maratona original, na Grécia).

O autor Haruki Murakami em Odense, na Dinamarca (Henning Bagger - 30.out.16/Scanpix Denmark/Reuters)
O autor Haruki Murakami em Odense, na Dinamarca (Henning Bagger – 30.out.16/Scanpix Denmark/Reuters)

Já a outra razão é pura identificação. Murakami passou pelo que ele chama de “runner blues”, ou tristeza dos corredores, numa tradução livre. É aquele ponto baixo, quando o desânimo toma o nosso corpo e sair para dar alguns passos parece o mesmo que enfrentar uma maratona (eu imagino, já que nunca corri prova do tipo).

Acredito que esse “mal” deva acometer muitos de nós. Se esse for seu caso no momento, reforço ainda mais a indicação. Eu não estava exatamente no meu momento mais desanimado, mas tampouco conseguia manter uma rotina de treinos assídua o suficiente para evoluir.

Ao longo da leitura, no entanto, a empolgação voltou, a um nível para me preparar para os 42 km —ok, nem tanto, mas sigo almejando uma meia maratona antes do fim do ano, mesmo sem provas presenciais confirmadas.

“Por mais que correr longas distâncias seja uma coisa que me caia bem, claro que existem dias que me sinto meio letárgico e não quero correr. Na verdade, acontece com frequência.” (Haruki Murakami)

Essa identificação que o escritor consegue gerar, mesmo que estejamos separados por um abismo na questão da distância e do empenho em treinar (ele mira uma maratona por ano e pratica seis dias por semana, enquanto eu consegui chegar aos 16 km e, em semanas boas, corro quatro vezes), acredito que seja porque, no fundo, o sentimento é o mesmo.

Ele relata a tristeza de caminhar em uma prova —quem já não passou por isso?— e como teve dificuldades para recuperar a autoconfiança depois de não conseguir completar a parte de nado em um triatlo. São desafios que muitos de nós já enfrentamos, mesmo que não sejamos triatletas ou maratonistas, provavelmente mais de uma vez.

Se você, então, está em busca de uma leitura agradável e que, de quebra, pode render um bom incentivo para colocar os pés no asfalto, fica a indicação.

DO QUE EU FALO QUANDO EU FALO DE CORRIDA
Preço R$ 49,90 (brochura) e R$ 23,90 (ebook)
Autor Haruki Murakami
Editora Alfaguara
Págs. 150

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Programa oferece recompensas para prática de atividade física https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2021/08/07/programa-oferece-recompensas-para-pratica-de-atividade-fisica/ https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2021/08/07/programa-oferece-recompensas-para-pratica-de-atividade-fisica/#respond Sat, 07 Aug 2021 22:00:17 +0000 https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/files/2021/08/98a79b87a039d48dcb22e333b580737c141be8cd3ba545822f3d2844feb6a02e_60f823bb36b4f-1-300x215.jpg https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/?p=751 Que a prática de atividade física regular traz inúmeros benefícios não há discussão. Seja para o bem-estar geral, aliviar a ansiedade ou emagrecer, manter-se ativo é importante para a longevidade. Essas razões, no entanto, nem sempre nos fornecem a motivação suficiente para vencer a preguiça e manter a rotina de treinos.

Para auxiliar na continuidade das atividades físicas, a seguradora Prudential trouxe para o Brasil o programa Vitality, por meio do qual a prática de exercício físico rende benefícios após o usuário atingir metas personalizadas.

“Não é para emagrecer ou transformar em triatleta, mas para ter uma qualidade de vida melhor”, explica a diretora de Produtos Digitais da empresa, Vivian Muniz. “A partir do momento que começa a mudar pequenos hábitos, a pessoa vê mudanças de curto prazo, tendo recompensas, e, no longo prazo, com certeza vai viver melhor.”

Na plataforma, o usuário se cadastra e responde a uma série de formulários sobre hábitos de vida —se já pratica exercício, como é a rotina alimentar, se possui um cotidiano estressante etc. Também é possível cadastrar exames de saúde recentes.

Com essas informações o aplicativo calcula a chamada “idade Vitality”, uma idade compatível com a condição de vida e, a partir daí, calcula os objetivos e mede o nível de atividade —o quanto de esforço físico em um dia ajudou na prevenção de doenças desenvolvidas ao longo da vida (cardíacas, respiratórias, câncer e diabetes).

O esquema de pontuação para alcançar as metas e obter as recompensas também é personalizado, tendo em vista o intuito de fazer as pessoas adquirirem hábitos mais saudáveis. Esses benefícios variam de vouchers em aplicativo de comida ou deslocamento a mensalidades em uma plataforma para ouvir música e academias. “Ao longo do tempo, a ideia é ir trocando as recompensas e ter um mix diferente, com novidades”, afirma Muniz.

O aplicativo da Vitality, que oferece benefícios em troca de metas para uma vida mais saudável (Divulgação)
O aplicativo da Vitality, que oferece benefícios em troca de metas para uma vida mais saudável (Divulgação)

Há ainda os benefícios de longo prazo. Um deles é a compra de um relógio esportivo que, além dos 15% de desconto, pode ter o valor readquirido a cada mês por meio de cashback (retorno de parte do dinheiro). O outro é o retorno de parte do preço da apólice se a meta anual for alcançada. “A ideia é que o programa traga esses estímulos e a pessoa fale: ‘Vou me cuidar’”, explica a diretora.

Muniz relata que a seguradora brasileira escolheu a Vitality, uma empresa sul-africana, por sua experiência e atuação em 29 países, entre eles EUA, Canadá e Austrália, com 20 milhões de membros engajados. Além disso, a plataforma firmou um compromisso com a OMS (Organização Mundial da Saúde) de ter 100 milhões de pessoas 20% mais ativas até 2025. “A partir do momento que o usuário entra na plataforma, ele também faz parte desse compromisso maior, que atinge a sociedade como um todo.”

Márcio Reis, responsável pela implantação do programa no Brasil, deixa claro, porém, que o objetivo não é substituir médicos, nutricionistas e educadores físicos. “O programa é construído com apoio e consultoria clínica, até no guia de uso a gente reforça para procurar um médico, assim como também preza por profissionais do bem-estar”, explica. “O intuito não é ser self-service.”

A preocupação com os dados fornecidos também é uma questão sensível, já que as informações compartilhadas são extremamente pessoais. Segundo Muniz, eles obtiveram auxílio de um escritório externo, especializado no assunto. A diretora afirma que aquilo que é compartilhado fica entre o usuário e a Vitality, sem que a Prudential tenha acesso, além de seguir os requisitos da Lei Geral de Proteção de Dados.

O programa é destinado a quem possui uma apólice de seguro individual da Prudential, solicitando a adesão pelo site. Cerca de três semanas depois do lançamento, em 25 de junho, a iniciativa já reunia 10.500 segurados engajados, dentro de um total de 17 mil que baixaram o aplicativo e se registraram.

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Como é participar de uma corrida de rua virtual; desafios online crescem durante pandemia de coronavírus https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2021/01/04/como-e-participar-de-uma-corrida-de-rua-virtual-desafios-online-cresceram-durante-pandemia-de-coronavirus/ https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2021/01/04/como-e-participar-de-uma-corrida-de-rua-virtual-desafios-online-cresceram-durante-pandemia-de-coronavirus/#respond Mon, 04 Jan 2021 14:21:06 +0000 https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/files/2021/01/IMG_6961-2-300x215.jpg https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/?p=607 As corridas de rua ainda continuam sem previsão de retorno, uma vez que estão diretamente atreladas à vacinação geral da população contra a Covid-19. Com a suspensão das provas, em São Paulo desde março do ano passado, os organizadores precisaram se adequar ao momento, e foi aí que as competições virtuais ganharam força.

Esse tipo de prova não foi criado apenas quando a pandemia de coronavírus surgiu no mundo. Aplicativos de corrida, como Runkeeper e Strava, já realizavam desafios virtuais para agregar e motivar sua comunidade de atletas.

A Covid-19, no entanto, foi o pontapé para o crescimento. Apenas no 99Run, aplicativo de corrida criado em 2016 que atualmente coordena mais de 360 provas virtuais, o aumento foi de 300% em 2020.

Mas como funciona uma corrida virtual? O processo de inscrição é basicamente o mesmo, já que as provas costumeiramente realizam o cadastro dos participantes de maneira online. A diferença começa com o kit, pois ele é enviado para o endereço do atleta, para não formar aglomerações na retirada.

Depois de inscrito, o corredor escolhe quando vai percorrer a distância escolhida, dentro do período indicado pela prova. A comprovação pode ser feita por meio do aplicativo escolhido pela organização ou com print em qualquer ferramenta que marque distância e tempo.

Chamada pela Granado em outubro, eu vivenciei, pela primeira vez, como é participar de uma prova virtual. Com processo de inscrição diferente, já que foi por convite, a minha experiência é sobre a corrida em si.

E essa corrida não é muito diferente de um treino. Você está sozinho, sem aquele competidor à sua frente para tentar acompanhar ou alguém ultrapassando para motivar. Então, se a prova é tida como um esporte solitário, um desafio virtual consegue ser mais ainda.

A motivação, na verdade, vem de outra forma. Como há um período para que tal distância seja percorrida, e não um momento apenas, no dia da prova, a cada treino eu tentava melhorar meu pace, já que não estava correndo mais do 5 km. Você realmente está competindo contra você mesmo, sem comparações, e achei isso um excelente diferencial.

Esse tipo de prova, porém, tem um ponto de atenção bem grande. Depois de percorrer, você tem que cadastrar seu resultado no site até a data programada (grave bem esta informação).

Esqueceu a data? Não tem choro. Você, claro, colheu todos os benefícios da prática, talvez já até tenha a medalha porque veio junto com o kit, mas não tem parâmetro com os outros participantes (caso esteja se perguntando, sim, eu esqueci de cadastrar meu resultado).

No fim das contas, o saldo é mais positivo do que negativo, pois é uma motivação para seguir na prática em tempos em que estamos tão isolados e manter a saúde em dia se torna muito importante –sempre tendo em mente os devidos cuidados como distanciamento social e uso de máscaras, além de não fazer parte ou conviver com pessoas do grupo de risco.

E que tal dar uma olhada em alguns dos desafios já programados para 2021? Corre lá e confere!

5º Corre em Casa Desafio 30 km
Inscrições: até 13 de janeiro, pelo site
Distâncias: 5 km, 9 km, 16 km e 30 km ou 5 km + 9 km + 16 km (totalizando 30 km)
Período para correr: 29 de janeiro a 7 de fevereiro

1ª Corrida Virtual Graacc
Inscrições: até 28 de fevereiro, pelo site
Distâncias: 3 km, 5 km, 10 km, 21 km e 42 km
Período para correr: até 28 de fevereiro

Cosan Venus VR
Inscrições: até 31 de janeiro, pelo site
Distâncias: 5 km, 10 km e 15 km
Período para correr: até 31 de janeiro

Maratona Internacional de São Paulo Virtual
Inscrições: até 31 de março, pelo site 
Distâncias: 3 km (também caminhada), 5 km (também caminhada), 10 km, 15 km, 21 km e 42 km
Período para correr: até 5 de abril

Meia Maratona Internacional de São Paulo Virtual
Inscrições: até 31 de março, pelo site
Distâncias: 3 km (também caminhada), 5 km (também caminhada), 10 km, 15 km e 21 km
Período para correr: até 5 de abril

Meia Maratona Internacional do Rio Virtual
Inscrições: até 31 de março, pelo site
Distâncias: 3 km (também caminhada), 5 km (também caminhada), 10 km, 15 km e 21 km
Período para correr: até 5 de abril

Mulher-Maravilha Desafio Virtual
Inscrições: até 31 de março, pelo site
Distâncias: 3km (também caminhada), 5 km (também caminhada), 10 km, 15 km, 21 km e 42 km
Período para correr: até 5 de abril

Volta Internacional da Pampulha Virtual
Inscrições: até 20 de abril, pelo site
Distâncias: 3 km (também caminhada), 5 km (também caminhada), 10 km, 15 km e 18 km
Período para correr: até 23 de abril

Circuito Paulista Run21k VR – ABC
Inscrições: até 30 de junho, pelo site
Distâncias: 3 km, 5 km, 10 km e 21 km
Período para correr: até 30 de junho

Desafio La Casa de Pastel – Hot Dog
Inscrições: até 31 de dezembro, pelo site
Distâncias: 3 km, 5 km, 10 km, 15 km e 42 km
Período para correr: até 31 de dezembro

Desafio Candy Run
Inscrições: até 31 de dezembro, pelo site
Distâncias: 3 km, 5 km, 10 km, 15 km, 21 km e 42 km
Período para correr: até 31 de dezembro

Fantastic Run – Unicórno
Inscrições: até 31 de dezembro, pelo site
Distâncias: 3 km, 5 km, 10 km, 15 km, 21 km e 42 km
Período para correr: até 31 de dezembro

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Com adiamento da São Silvestre, corredores fazem sua própria prova https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2020/12/27/com-adiamento-da-sao-silvestre-corredores-fazem-sua-propria-prova/ https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2020/12/27/com-adiamento-da-sao-silvestre-corredores-fazem-sua-propria-prova/#respond Mon, 28 Dec 2020 02:15:30 +0000 https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/files/2020/12/60707ddee21f2428f9438c84148b8cdd0380904744a43be0ae05bbd5aba4dfb8_5e7e4906d7766-1-300x215.jpg https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/?p=601 Dezenas de milhares de corredores não partirão em direção à avenida Doutor Arnaldo, passarão pelo coração de São Paulo no cruzamento das avenidas Ipiranga e São João, nem subirão a avenida Brigadeiro Luís Antônio para cruzar a linha de chegada da mais tradicional corrida de rua do Brasil na avenida Paulista, neste 31 de dezembro.

O adiamento da 96ª edição da São Silvestre para julho do próximo ano devido à pandemia de coronavírus não impediu, porém, que corredores de São Paulo percorram seus 15 km. Atleta amador, Demétrius Carvalho, 47, teve a prova como sua meta desde que começou a praticar o esporte, em 2014, e participava todo ano.

“Por isso esse ano vou correr assim mesmo, só que à noite, então literalmente vou virar o ano correndo”, afirma. Para ele, realizar o percurso antigo, em especial após um ano de provas canceladas ou adiadas, como a própria tradicional competição paulistana, “tem um resgate da São Silvestre que eu via na televisão quando criança”.

Segundo ele, conhecidos seus gostaram da ideia e resolveram participar da empreitada, que ocupará uma avenida Paulista com alguns praticantes, em vez do tradicional show da virada da capital. Com a procura, Demétrius acabou organizando uma prova virtual, chamada Corrida da Virada 2021, em que ele e um pequeno grupo farão o percurso da São Silvestre.

Para a festa atlética, o corredor mandou fazer camisetas e medalhas para os participantes. “Foi meio que uma brincadeira minha. Eu disse que eu corria a São Silvestre todo o ano e eu precisava da minha medalha.” A brincadeira tomou corpo, e há praticantes de fora do estado, que se animaram, pois não poderão vir participar da prova oficial.

Corredor exibe camiseta e medalha da Corrida da Virada 2021, prova virtual organizada por Demétrius Carvalho (Divulgação)

“Coloquei 2021 [no nome da competição] para entrar no ano com alguma positividade, ainda que deva continuar sendo um período difícil.” Por não ser uma corrida de rua oficial, a hidratação e a suplementação, como gel carboidrato e isotônicos, ficam por conta de cada participante.

Demétrius complementa ainda que está em contato com o governo estadual para verificar se há algum tipo de risco aos corredores.

Houve também outros grupos que mantiveram a tradição, mas de uma outra forma. Dono da assessoria CorreBrasil, Augusto de Paula, 37, organiza todos os anos um simulado da São Silvestre, em que percorre os 15 km com seus alunos, divididos em grupos de acordo com o ritmo médio de cada um.

“O pessoal gosta, acha muito divertido”, afirma o instrutor de corrida. “Tem o desafio de subir a [avenida] Brigadeiro [Luís Antônio], tentar melhorar o tempo.”

Participantes do simulado da São Silvestre, realizado pela CorreBrasil, alongam em frente ao Masp, na avenida Paulista (Divulgação)
Participantes do simulado da São Silvestre, realizado pela CorreBrasil, alongam em frente ao Masp, na avenida Paulista (Divulgação)

É esse desafio que faz Mariana Shinzato, 47, participar da pré-prova todos os anos. “É um trajeto desafiador, porque o esforço maior está no final, quando você já está cansado, vem a parte difícil”, diz a corredora. “A gente gosta de sofrer, né, gosto de participar e ver se melhorei.”

Praticante de corrida há oito anos, ela participou uma vez da São Silvestre, em 2017. “Eu queria viver essa experiência de correr a corrida mais famosa do Brasil. É uma prova diferente, correr a gente só corre depois de uns quilômetros, mas é um misto de emoção.”

Depois da estreia, ela passou a acompanhar a prova sempre da torcida, já que, por ter muitos corredores, a São Silvestre não é ideal para quem gosta de testar performance, caso de Mariana. E por isso, gosta de participar dos simulados da CorreBrasil.

Este ano, porém, o grupo e os subgrupos precisaram ser menores. “Tinha distanciamento, o maior grupo era um trio, e, quando chegaram no café da manhã, tinha álcool em gel para se higienizarem”, explica Augusto.

O banquete pós-corrida é um momento de confraternização, em que troféus são entregues. Além disso, os corredores deveriam usar máscara tanto durante a corrida como no café da manhã. Mesmo com todos os protocolos, o momento serviu para encerrar um ano praticamente sem provas de corridas de rua.

“[De benefício], além do que já se conhece da saúde, a gente precisa da saúde mental”, afirma Mariana. “Como é difícil ficar de home office, é muito bom sair um pouquinho de forma segura, encontrar algumas pessoas, conversar, sair um pouco dessa paranoia.”

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Como manter rotina de exercícios em casa durante quarentena por coronavírus https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2020/03/23/como-manter-rotina-de-exercicios-em-casa-durante-quarentena-por-coronavirus/ https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2020/03/23/como-manter-rotina-de-exercicios-em-casa-durante-quarentena-por-coronavirus/#respond Mon, 23 Mar 2020 04:00:01 +0000 https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/files/2020/03/ilustras-exercicios-helius-03.jpg https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/?p=433 Pouco mais de três semanas após o primeiro caso de coronavírus ser confirmado no Brasil, os cuidados para evitar o contágio têm aumentado ao mesmo tempo em que sobem os números de pessoas possivelmente infectadas e com diagnóstico positivo.

Dentre as precauções, a principal é ficar em casa (isso, é claro, se o local de trabalho permitir o home office). Para evitar que as pessoas circulem, os governos estaduais e municipais têm adotado uma série de medidas.

Serviços públicos estão fechados ou com atendimento mínimo, lojas e comércio também têm recomendação de permanecerem fechados, cinemas já anunciaram que não funcionarão. E, nesse bloco, estão as academias.

O autoisolamento, no entanto, não é motivo para deixar o exercício de lado. Manter-se em movimento, aliás, é necessário para manter a saúde mental em tempos de contato mínimo. “A atividade física regular é um ótimo meio de melhorar a imunidade”, explica Renata Castro, especialista em medicina esportiva.

Ela lembra, no entanto, que exercícios extenuantes e descanso inadequado fazem cair a imunidade. “Este não é o momento de progredir os treinos e nem de fazer treinos longos e/ou muito intensos.”

Para manter uma rotina básica, Castro recomenda que, se o atleta já possui um personal trainer, que o profissional passe, de forma online, uma série de treinamento. “Se não for o caso, o uso de aplicativos para treinamento pode ser uma ótima alternativa.”

Numa era como a tecnológica em que vivemos, variedade desses aplicativos, bem como de vídeos e orientações online, é o que não falta pela internet. A médica aconselha ferramentas que levem em consideração suas questões de saúde, composição corporal, nutricionais e ortopédicas.

“Não se iluda achando que o treino que é bom para o seu amigo é o treino ideal para você.”

Além disso, é preciso prestar atenção na execução para não haver lesão, uma vez que não haverá supervisão profissional no momento do exercício. E antes de suar, não se pode esquecer das próprias limitações.

“Exercício físico precisa de dose certa, essa ‘dose’ deve incluir o tipo de exercício, a intensidade, a frequência e a duração para realização”, afirma Castro.

Roupa de academia e água (hidrate-se!) a postos? Veja algumas plataformas com sugestões de treinos para se fazer em casa.

Ioga, funcional ou corrida, é possível manter-se ativo durante quarentena por coronavírus (Catarina Pignato)
Catarina Pignato
Ioga

A ioga é um dos mais simples de se fazer em casa. Não por sua facilidade, mas por exigir quase nenhum equipamento. Quase porque o ideal é possuir uma superfície, de preferência um tapete de exercícios, para sua execução. Algumas variações também trabalham com outros materiais, mas, de maneira geral, eles não são indispensáveis.

Além de youtubers com vídeos instrutivos, como Yoga With Adriene (em inglês) e Pri Leite Yoga, há muitos aplicativos com sequências disponíveis —digite “yoga” na sua loja de aplicativos que mostrará uma grande quantidade.

Alguns deles são Nike Training Club, Ioga – Posturas e Aulas, Yoga Sutido: Mind & Body, Keep Yoga e BT Fit. De maneira geral, essas plataformas disponibilizam sequências com diferentes durações e níveis.

Ioga, funcional ou corrida, é possível manter-se ativo durante quarentena por coronavírus (Catarina Pignato)
Catarina Pignato
Treino de força

Adaptar a musculação para dentro de casa não exige uma academia própria. Pode-se usar halteres que às vezes estão encostados em casa, bem como aproveitar o peso do próprio corpo para realizar os exercícios.

Sequências de treinamento funcional também ajudam tanto para cardiorrespiratório como para treino de força. O foco deve ser, principalmente, manter o corpo são, não necessariamente ter um ganho de massa magra como se teria na academia.

Para realizar esses treinos em casa, algumas academias lançaram treinos de musculação, hipertrofia e funcionais online, como a rede Smart Fit. Não poderiam faltar também aplicativos, como Exercícios em Casa, Adidas Training Club, Nike Training Club e BT Fit, que permitem ainda selecionar com ou sem equipamentos, além de duração e nível.

Ioga, funcional ou corrida, é possível manter-se ativo durante quarentena por coronavírus (Catarina Pignato)
Catarina Pignato
Caminhada e corrida

Mas pode sair na rua para caminhar ou correr? “Evitando contato pessoal, respeitando as orientações de higiene e evitando locais com várias pessoas, correr ao ar livre pode ser uma boa opção.”

Em São Paulo, o governador João Doria (PSDB) fechou os parques, mas o atleta ainda pode caminhar ou correr na rua, sempre evitando horários de pico para que haja o mínimo contato com outras pessoas.

Nessa época de autoisolamento, como Castro recomenda, o importante é manter-se ativo, e não progredir nos treinos. Logo, talvez seja a hora de deixar um pouco a planilha de lado e focar caminhadas e corridas mais curtas, de 30 a 40 minutos, a depender do nível de cada um.

Ioga, funcional ou corrida, é possível manter-se ativo durante quarentena por coronavírus (Catarina Pignato)
Catarina Pignato
Dica bônus

Durma bem e mantenha-se bem hidratado e bem alimentado para manter sua imunidade em um bom nível.

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Corredoras que inspiram https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2020/03/08/corredoras-que-inspiram/ https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2020/03/08/corredoras-que-inspiram/#respond Sun, 08 Mar 2020 21:15:58 +0000 https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/files/2020/03/15837020105e655ffa2ebee_1583702010_3x2_md-300x215.jpg https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/?p=411 Manter uma rotina de treinos para alcançar um determinado objetivo, para mim, não é sempre fácil. Há dias em que o trabalho pesa mais e afeta a planilha do dia seguinte, em outros há os compromissos cotidianos que empurram o treino para outra hora e há aqueles em que a preguiça é cruel. E é este último que mais me influencia.

Nessa batalha, sigo perfis de corredoras e atletas que me dão um empurrãozinho a distância. De mulheres que passaram por uma verdadeira transformação por meio da corrida a aquelas que são mães e atletas profissionais ao mesmo tempo.

Veja abaixo cinco perfis que recomendo para celebrar o Dia Internacional da Mulher neste domingo (8). Obrigada, mulheres!

@euescolhicorrer (Alana Sícoli)

A carioca mora nos EUA e corre maratonas. Além de inspirar para a corrida, ela conta em alguns posts como superou um distúrbio alimentar.

@bia_brutinha (Beatriz Rodrigues)

Moradora de São Paulo, se diz “ex-gordinha, tentando ser atleta”. Corredora de maratona e uphill, seu perfil tem posts que mostram seu processo de transformação.

@corremineira (Sara)

A mineira que vive em São Paulo traz muita inspiração principalmente para quem gosta das corridas em trilha.

@alysiamontano

A americana é mãe de dois e está grávida do terceiro —além de ser atleta profissional.

@camilaguper

Esse é para aqueles dias que a preguiça de ir malhar (fundamental para a rotina da corrida) aperta. Os vídeos dos treinos da musa fitness ajudam a inspirar.

Tem alguma sugestão de perfil para seguir? Deixe nos comentários

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Como retomar os treinos de corrida após quatro dias de folia no Carnaval https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2020/02/26/como-retomar-os-treinos-de-corrida-apos-quatro-dias-de-folia-no-carnaval/ https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2020/02/26/como-retomar-os-treinos-de-corrida-apos-quatro-dias-de-folia-no-carnaval/#respond Wed, 26 Feb 2020 05:00:37 +0000 https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/files/2020/02/WhatsApp-Image-2020-02-25-at-18.09.22-300x215.jpeg https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/?p=386 Voltar à rotina depois de quatro dias pulando e/ou sambando, dos bloquinhos à avenida, pode não ser um bicho de sete cabeças. Como vai ser esse retorno para o dia a dia vai depender da forma que o folião aproveitou os dias de uma das festas mais populares do país.

“O Carnaval não é um período tão longo, quase não há perda de performance por ficar quatro ou cinco dias parados”, explica Renata Castro, especialista em clínica médica, medicina esportiva e com pós-doutorado em cardiologia pela Universidade Harvard.

“Mas existe o estresse, dependendo de como passou esses dias, dormiu pouco, se alimentou mal, ingeriu bebida alcoólica. Isso estressa mais o organismo”, complementa.

Para voltar aos treinos de corrida, a médica destaca que é preciso primeiro ter feito o dever de casa durante a folia. “No período quente como o Carnaval, a hidratação é essencial. Quem bebe, precisa mais ainda, mas de qualquer forma é preciso ter se hidratado bem”, diz Renata.

“A questão solar também é muito importante, ainda mais com a força dos blocos de rua. As pessoas vão pro bloco de manha cedo, não aplicam ou esquecem de reaplicar e ficam com lesões que atrapalham o treino porque precisa colocar a roupa em cima da pele inflamada machucada.”

Se ao pular o Carnaval essas precauções foram tomadas, o corredor precisará de um curto período de recuperação.

“O treino regenerativo é de um, dois dias, e já dá para voltar para planilha normal. Noite sem dormir, muito estresse físico, bloco, bebida alcoólica, isso tudo demanda paro corpo regenerar. Quanto mais saudável for o Carnaval menor é essa necessidade de recuperação”, diz a médica.

Esse tipo de treino fica na intensidade moderada, o que pode ser medido tanto por medidores cardíacos usados por corredores como pela sensação de esforço.

Para quem usa o frequencímetro, há zonas diferentes estipuladas automaticamente com parâmetros de idade, sexo, peso e altura. São cinco zonas no total e, quanto menor a frequência, menor a zona. O treino regenerativo é aquele que fica na zona dois.

Já a sensação de esforço é subjetiva e vai de 0 a 10. Nesse caso, a recuperação fica na intensidade cinco, no máximo seis. Renata destaca que a duração do treino pode até ser mais longa, mas precisa ser de baixa intensidade. “É mais para dar uma soltada, ir voltando, não é ganho de performance, tiros, treinos de alta intensidade, em que se fica muito ofegante.”

Há ainda quem talvez tenha conseguido manter os treinos. Afinal, a folia também pode estar em percorrer alguns quilômetros no asfalto.

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Quem são os corredores que participam da ultra trail mais desafiadora do mundo https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2019/11/15/quem-sao-os-corredores-que-participam-da-ultra-trail-mais-desafiadora-do-mundo/ https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2019/11/15/quem-sao-os-corredores-que-participam-da-ultra-trail-mais-desafiadora-do-mundo/#respond Fri, 15 Nov 2019 03:02:02 +0000 https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/files/2019/11/c3e559f0e027d29cfd15e30f5e1a1393966caa5bf621f100b5e42c85c265f9f1_5d6b917eab0bc-300x215.jpg https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/?p=284 “Uma sensação maravilhosa.” Dificilmente essa frase seria ouvida após duas noites sem dormir (ou mal dormidas) e 170 km percorridos a pé. Mas quem termina a Ultra Trail du Mont Blanc, queridinha de quem prefere o chão batido ao asfalto, diria algo diferente disso.

Este ano, quase 10 mil pessoas participaram da largada em Chamonix, na França, no dia 31 de agosto, em diferentes modalidades. Desses, 2.300, o limite da prova, participaram da competição mais desafiadora: a Ultra Trail de 170 km, com mais de 10 mil metros de subida no total.

Mas não são todos que cruzam a linha de chegada. Em 2017, pouco mais da metade conseguiu o feito. E desses, segundo um estudo realizado com 303 participantes da prova, 72% relataram ter ficado acordado durante toda a corrida.

Como muitos levam mais de 24 horas para terminar e a largada é às 18h, isso significa que boa parte passa duas noites em claro. São longas horas andando ou correndo para finalizar o percurso, de volta a Chamonix, após ter passado por Itália e Suíça.

E o que é isso para o atleta? O minidocumentário “Nuits Blanches”, lançado pelo aplicativo de corridas Strava, traz alguns depoimentos de atletas participantes. Apesar de não necessariamente serem amantes da noite, relatam que o céu estrelado é sem igual.

É de Hiroyasu Tanaka a frase da “sensação maravilhosa” que abre este texto. Outros falam que terminam a prova “sem sono nenhum”.

Nem tudo são louros, no entanto. Dave Pen relata que, na segunda noite da prova, as pedras no chão da trilha eram caveiras. E que as alucinações ficaram ainda piores.

Fato é que ostentar o título de participante da Ultra Trail du Mont Blanc já não é para qualquer um. É preciso somar 15 pontos em três provas, dentro de um rol de competições, realizadas nos últimos dois anos para poder participar do sorteio.

Já o título de “finisher” é mesmo para poucos —para ultracorredores.

O curta está disponível online para quem quiser conhecer alguns desses depoimentos e, quem sabe, se inspirar. As inscrições para a prova de 2020 abrem em 17 de dezembro e vão até 2 de janeiro, pelo site.

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‘Cada km é por ele’, diz atleta que buscou na corrida uma forma de lidar com a perda do irmão https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2019/10/17/cada-km-e-por-ele-diz-atleta-que-buscou-na-corrida-uma-forma-de-lidar-com-a-perda-do-irmao/ https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2019/10/17/cada-km-e-por-ele-diz-atleta-que-buscou-na-corrida-uma-forma-de-lidar-com-a-perda-do-irmao/#respond Thu, 17 Oct 2019 14:00:30 +0000 https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/files/2019/10/15712814665da7da3aeba43_1571281466_3x2_md-300x215.jpg https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/?p=229 Só quem já perdeu alguém próximo sabe que o processo de luto não é fácil e que cada um tem uma forma diferente de lidar. A jornalista e maratonista Mônica Magalhães encontrou na corrida esse consolo para a morte prematura do irmão em um acidente de carro.

Ela já praticava o esporte e tinha o irmão como seu grande incentivador. Foi ele quem a fez correr a São Silvestre e é com ele que ela conversa durante os quilômetros percorridos.

Tem uma história de superação na corrida ou participou de uma prova inspiradora? Envie seu relato para o email linhadechegadablog@gmail.com

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Reconheci que precisava de ajuda em meados de 2014. A ficha caiu ao ver uma foto minha. De repente, não me reconhecia na imagem. Naquele momento o sobrepeso já criava sérios problemas de autoestima. Eu sabia que estava caminhando para um quadro de depressão e não conseguiria dar a volta por cima sem apoio.

Com a ajuda da minha mãe, busquei auxílio profissional. Foi o primeiro passo. Eu estava preparada para mudar totalmente meu estilo de vida. Passei a frequentar a academia e a me dedicar a reeducação alimentar.

O convite para a corrida surgiu no mesmo ano e veio do meu pai. Tratava-se de uma prova beneficente, com o valor das inscrições revertido para as crianças de um orfanato em Itaquaquecetuba (SP). Tocada pela causa, aceitei o desafio. Para minha surpresa e felicidade, conclui os 6 km e subi ao pódio como terceira colocada na minha categoria.

Passei a fazer parte do Suando a Camisa —grupo de amigos corredores. Um ano depois, veio a primeira meia maratona. Desde então, tenho tido o privilégio de colecionar boas histórias de superação e bons amigos— chamados carinhosamente de ‘môs benzinhos’.

Meu irmão, meu grande companheiro de jornada, era também o meu maior incentivador e fã. Um dia, quando ele me perguntou por que eu não faria a São Silvestre, me lembro de ter rebatido, como quem olha assustada para um dinossauro. “Tá louco, gordinho?! São QUINZE quilômetros”. A resposta veio com descontração e orgulho: “Você consegue, Moniquinha! Você é atleta”. Ele nunca soube, mas no ano seguinte eu busquei a medalha da tradicional prova para ele.

Dez meses antes de eu cruzar a linha de chegada na avenida Paulista, o perdi em um acidente automobilístico, em fevereiro de 2018. A São Silvestre passou a ter um outro significado na minha vida.

Oito meses após o acidente, durante os primeiros quilômetros da minha primeira maratona trail, fui mais uma vez tomada pelas lágrimas da saudade avassaladora. Cheguei a pensar que não iria até o fim do percurso. Me lembrei daquele sorriso lindo, daquela alegria contagiante e passei a conversar com ele em pensamento. Aos poucos fui me acalmando.

Quando me dei conta, estava sorrindo e cantarolando as músicas que ele adorava. Naquele dia, cruzei a linha de chegada como a quarta colocada na minha categoria e subi ao pódio com o rosto dele estampado na camisa.

A cada medalha conquistada ainda ouço a voz do meu irmão dizendo orgulhoso: “Parabéns, Moniquinha!”. É o que me faz seguir em frente. Eu calço o tênis, não para correr, mas para encontrá-lo e homenageá-lo. É um momento nosso, meu e dele.

É o momento de relembrar os 27 anos em que tive o privilégio de ser a irmã, a cúmplice, a ‘parça’, e a Moniquinha do cara mais incrível que eu já conheci! Por isso, cada passada, cada quilometro é por ele. É para ele. O grande amor da minha vida!

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‘A corrida ajudou a salvar a minha vida’, diz corredor que perdeu quase 70 kg https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2019/08/19/a-corrida-ajudou-a-salvar-a-minha-vida-diz-corredor-que-perdeu-quase-70-kg/ https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2019/08/19/a-corrida-ajudou-a-salvar-a-minha-vida-diz-corredor-que-perdeu-quase-70-kg/#respond Mon, 19 Aug 2019 12:00:52 +0000 https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/files/2019/08/15659892075d5719572ffc6_1565989207_3x2_md-300x215.jpg https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/?p=129 A corrida é sinônimo de superação para todos que a praticam. Seja em alcançar a linha de chegada dos seus primeiros quilômetros, diminuir o pace ou vencer pela sétima vez uma maratona, cada treino e cada prova geram uma satisfação única.

Mas o jornalista Carlos Manoel diz que o esporte tem um significado maior: quando começou a correr, renasceu. Até pouco mais de um ano atrás, pesava quase 140 quilos. “Chegou um momento em que meu corpo cansou e gritou por socorro.”

Com sua primeira meia maratona completada no fim de julho —o que reconhece ter sido um risco com pouco tempo de prática—, ele agora quer percorrer ainda mais quilômetros.

Tem uma história de superação na corrida ou participou de uma prova inspiradora? Envie seu relato para o email linhadechegadablog@gmail.com

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Há pouco mais de um ano eu renasci. Pode parecer exagerado para alguns essa minha afirmação, mas sinto que ganhei uma nova chance de viver no dia 20 de julho de 2018. Eu era obeso. Pesava quase 140 quilos na época. Tinha hipertensão arterial e por muito pouco não sofri uma crise hepática devido à grande quantidade de gordura no fígado.

Vivia com dores de cabeça, quase que diárias, além de sérios problemas no estômago, como a gastrite. Colesterol e diabetes estavam sempre no limite. Saía de casa apenas para comer e beber. E comia e bebia como se não houvesse o amanhã, que quase não existiu.

Não tinha disposição para subir escadas, passear com os cachorros, muito menos praticar atividade física. Sofria para amarrar o meu próprio tênis.

Mas até então, para mim essas condições e limitações não tinham importância. Eu simplesmente aceitava e, infelizmente, não fazia nada para mudar.

Só que chegou um momento em que meu corpo cansou e gritou por socorro. A mente demorou um pouco para entender a necessidade, mas acabou atendendo ao pedido e decidi mudar. Fui salvar a minha vida.

No dia 20 de julho de 2018 fui submetido a uma gastrectomia vertical. E consegui superar a obesidade. Hoje peso aproximadamente 70 quilos, não uso mais medicamentos para controlar a pressão arterial e meu fígado é saudável. As dores de cabeça e os problemas no estômago acabaram. Colesterol e diabetes foram totalmente controlados.

O jornalista Carlos Manoel em julho de 2018, quando pesava quase 140 kg (Arquivo pessoal)
O jornalista Carlos Manoel em julho de 2018, quando pesava quase 140 kg (Arquivo pessoal)

E nesse processo de emagrecimento/salvamento de vida, encontrei na corrida uma maneira prazerosa de voltar a praticar atividade física. E desde os primeiros treinos, que tiveram início somente em dezembro passado, após um árduo pós-operatório com direito a dores nas costas e a perda de quase toda massa magra, não parei mais.

Fui evoluindo aos poucos, adquirindo condicionamento físico e em janeiro, exatamente seis meses após a cirurgia, participei da minha primeira corrida. Uma prova de apenas quatro quilômetros aqui na capital paulista, mas o suficiente para ver que estava no caminho certo e que eu tinha que seguir em frente.

Após esta prova vieram os seis quilômetros, oito, 10, 15 e uma meia maratona. Sim, no último dia 27 de julho, pouco mais de um ano após o meu ‘renascimento’, participei de uma meia maratona, a SP City.

E aquilo que era inimaginável para mim e para todos aqueles que me conheciam, aconteceu. Corri 21,097 quilômetros em 2h18min pelas principais ruas e avenidas de São Paulo, a cidade que escolhi para viver e me acolheu tão bem.

Me precipitei em participar de uma meia maratona com pouco mais de seis meses de treino? Talvez. Mas, encarar uma prova desse tamanho era algo desafiador para mim. E eu, como muitos que acompanham o blog, sou movido a desafios. São eles que me fazem sentir vivo.

Mas, assim como tudo o que aconteceu comigo nos últimos meses, a corrida não foi fácil. A ansiedade na largada no Pacaembu, o frio no Minhocão, a emoção em passar pelo centro da cidade, a superação para subir a 23 de Maio, o controle para descer para o Ibirapuera, o cansaço para atravessar os túneis e chegar na marginal Pinheiros e, por fim, a superação, a força que veio do fundo da alma para completar a prova no Jockey Club.

21 quilômetros correndo e pensando em tudo o que aconteceu comigo nos últimos meses, em tudo o que fiz para conseguir superar mais um desafio. E essa reflexão durante o percurso, em meio a centenas de pessoas com os mais variados objetivos, me fez ter ainda mais certeza em continuar correndo, na busca por novos desafios.

A corrida ajudou a salvar a minha vida. Me sinto outra pessoa, literalmente. O próximo passo é me tornar um maratonista. E eu vou conseguir.

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