Linha de Chegada https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br O blog onde atletas amadores e ultramaratonistas correm lado a lado Mon, 06 Dec 2021 21:28:58 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Após polêmica com tênis da Nike, é a vez de Adidas dizer que continuará a testar limites https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2021/08/13/apos-polemica-com-tenis-da-nike-e-a-vez-de-adidas-dizer-que-continuara-a-testar-limites/ https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2021/08/13/apos-polemica-com-tenis-da-nike-e-a-vez-de-adidas-dizer-que-continuara-a-testar-limites/#respond Fri, 13 Aug 2021 22:42:07 +0000 https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/files/2021/08/16288943276116f4770a7e1_1628894327_3x2_md-300x215.jpg https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/?p=790 Depois de a Nike mergulhar em diferentes polêmicas devido à tecnologia empregada em seus sapatos, o presidente da Adidas, Kasper Rorsted, afirmou que a marca alemã vai continuar insistindo em inovações, apesar de uma controvérsia de que os calçados teriam dado vantagem indevida aos atletas nas Olimpíadas de Tóquio.

“As regras descrevem claramente que tipo de especificação os tênis precisam cumprir”, afirmou o executivo na última quinta (5). “Todos estão ultrapassando os limites, e a regulação do COI [Comitê Olímpico Internacional] é bem clara ao definir quais limites são permitidos, e essa é a melhor forma de dizer o que é justo.”

A tecnologia “boost” no solado da Adidas, que ajuda na impulsão, foi apontada como tendo auxiliado Dennis Kimetto a quebrar o recorde da maratona em 2014. Mais recentemente, no entanto, a concorrente americana Nike inseriu a placa de carbono na sua linha Alphafly.

Os primeiros modelos começaram a surgir na Rio-2016. Desde então, o queniano Eliud Kipchoge (atual bicampeão olímpico) conquistou feito histórico, ao correr os 42 km da maratona (em condições especiais, não reconhecidas como recorde) em menos de duas horas em 2019 com esses protótipos da Nike.

Ele também cruzou a linha de chegada em Berlim, em 2018, quando quebrou o recorde da prova (2h01min39) com um par experimental da empresa americana nos pés —tirando a marca de Kimetto.

Sua conterrânea, Brigid Kosgei, calçava tênis do mesmo tipo ao conquistar a melhor marca da maratona feminina (2h14min04) em Chicago, em 2019. O também queniano Geoffrey Kamworor foi outro patrocinado pela empresa a quebrar um recorde, da meia maratona (58min01seg), em Copenhague, no ano passado.

A hegemonia da marca americana, porém, parece ter sido abalada em 2020, com duas quebras de recorde na meia maratona em que os calçados que cruzaram a linha chegada eram de sua concorrente direta, a Adidas. A marca alemã lançou, no fim de junho, o Adizero Adios Pro para fazer frente ao Air Zoom Alphafly Next%.

No início de setembro, a queniana Peres Jepchirchir (atual campeã olímpica) completou a Meia Maratona de Praga em 1h05min34seg e baixou em 37 segundos o recorde da prova feminina. Cerca de um mês e meio depois, ela tirou 18 segundos da própria marca no Mundial de Meia Maratona em Gdynia, na Polônia.

A federação internacional de atletismo, World Athletics, viu-se fortemente pressionada para regulamentar melhor a questão após a sequência de marcas com os calçados da Nike. Havia, inclusive, acusações de quebra de regulamento, pois a organização determinava que os tênis “devem ser elaborados de forma que não dê aos atletas qualquer ajuda ou vantagem injusta” e que os calçados deveriam estar “razoavelmente disponível para todos”.

Com um texto vago, a polêmica levou a World Athletics a estabelecer novas regras, divulgadas em janeiro do ano passado. A principal norma para os eventos de rua é que os calçados não podem ter mais do que 40 mm na espessura da sola e não devem conter mais do que uma placa rígida de fibra de carbono incorporada.

Mesmo com toda a polêmica, o presidente da Adidas foi bem claro quanto a sua opinião sobre as melhorias, indicando que a marca não irá recuar. “O que fazemos é ir além dos limites para checar que tipo de produtos é possível inovar ao longo do tempo para que você não se limite.”

(Com Reuters)

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As inovações nos tênis de corrida que chegam ao mercado https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2021/02/27/as-inovacoes-nos-tenis-de-corrida-que-chegam-ao-mercado/ https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2021/02/27/as-inovacoes-nos-tenis-de-corrida-que-chegam-ao-mercado/#respond Sat, 27 Feb 2021 14:00:48 +0000 https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/files/2021/02/ADIDAS_FY0401_UB21-1-1-1-300x215.jpg https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/?p=700 Para um corredor, a escolha do tênis é uma das mais importantes que ele ou ela precisa fazer —se não a mais. É o prato principal da refeição e precisa atingir uma série de requisitos, como ser leve, mas saboroso (confortável) e ainda não causar indigestão (lesões).

Nesses primeiros meses do ano, as marcas apresentam algumas de suas inovações para o público que se dedica ao esporte. Veja abaixo alguns dos principais lançamentos deste mês.

O ZoomX Invincible Run, da Nike
O ZoomX Invincible Run, da Nike (Divulgação)
Nike ZoomX Invincible Run

A marca americana apresenta seu lançamento como mais um passo na “sua ambiciosa sua jornada rumo a um futuro em que nenhum corredor sofra lesões e todos sejam ainda mais rápidos”.

A indicação é para treinos do dia a dia, idealmente para percorrer muitos quilômetros. Com mais espuma na entressola para deixar a passada mais suave, mas, segundo a empresa, a alta sensibilidade do ZoomX devolve mais energia para a sola.

A Nike explica que, ainda que não possua a placa de carbono da família Vaporfly, a geometria da sola e a malha mais ampla na parte dianteira “garante passadas mais estáveis e transições fluidas quando comparadas à transição mais propulsora dos calçados com placas”.

Os pares chegam nesta sexta (26) ao mercado.

Ficha técnica
Peso: 314 g (M) e 253 g (F)
Drop: 9 mm (M) e 8,7 mm (F)
Preço: R$ 999,99

O Ultraboost 21, da Adidas (Divulgação)
O Ultraboost 21, da Adidas (Divulgação)
Adidas Ultraboost 21

A empresa alemã anuncia seu mais recente tênis para corredores destacando o novo design, “que combina as mais novas tecnologias de performance para um retorno de energia ainda maior”.

O calçado tem 6% a mais de cápsulas Boost em relação à versão anterior, que promete uma mistura de suporte e conforto para os corredores. Traz ainda o novo Torsion System com Linear Energy Push, uma material reforçado e mais rígido na entressola para proporcionar menos flexibilidade na ponta do pé e mais responsividade.

Testei o modelo enviado pela empresa em uma das minhas corridas de 30 minutos (meu objetivo do mês de fevereiro), sendo que meu ritmo médio é de 7 minutos e um pouquinho por km. O tênis é leve e firme, sem apertar demais no pé nem sufocar, ainda mais nesses dias de calor do verão paulistano. Possui também bons amortecimento e propulsão.

O calçado já está disponível no mercado.

Ficha técnica
Peso: 340 g
Drop: 10 mm
Preço: R$ 999,99

O Gel-Nimbus 23, da Asics (Divulgação)
O Gel-Nimbus 23, da Asics (Divulgação)
Asics Gel-Nimbus 23

Um dos mais conhecidos da marca japonesa, o novo modelo promete dar continuidade à “tradição de tecnologias que agregam benefícios”, fazendo com o que o ou a atleta “se sinta cada vez mais nas nuvens —’Nimbus’ em latim”.

A empresa diz que essa versão introduz recursos específicos para fornecer suporte personalizado. Desenvolvido para melhorar desempenho e proteção, o tênis garante flexibilidade, conforto e respirabilidade devido ao design mais suave, segundo a Asics.

Ícone da marca, o gel oferece amortecimento, enquanto o Flyte Foam e o Flytefoam Propel agregam conforto e responsividade. Há ainda tecnologias específicas, como solas flexíveis do antepé diferentes entre os modelos masculino e feminino, além do Trusstic, que fornece uma quantidade articulada de suporte para ajudar a gerar uma transição suave.

O calçado já está disponível no mercado.

Ficha técnica
Peso: 310 g (M) 260 g (F)
Drop: 10 mm (M) e 13 mm (F)
Preço: R$ 999,90

O Creation 22, da Mizuno (Divulgação)
O Creation 22, da Mizuno (Divulgação)
Mizuno Creation 22

Outra família icônica para corredores, a linha Creation ganha mais um modelo, com o nível máximo da tecnologia Infinity Wave, oferecendo melhor sensação de amortecimento e estabilidade, segundo a empresa japonesa.

A marca destaca a durabilidade do calçado, pois o Infinity Wave triplica a vida útil, segundo a empresa. Nas atualizações estão o cabedal, projeto com Jacquard Mesh para maior respirabilidade, além de um visual mais esportivo, e, na lateral, o TPU Cage, para proporcionar maior estabilidade.

Já para a região do calcanhar, o material PU Pillar é um dos responsáveis pela durabilidade, estabilidade e absorção de impacto.

O tênis já está disponível no mercado.

Ficha técnica
Peso: 385 g
Drop: 15 mm
Preço: R$ 999,99

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Tênis da Nike estão novamente no centro de polêmica https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2021/01/05/tenis-da-nike-estao-novamente-no-centro-de-polemica/ https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2021/01/05/tenis-da-nike-estao-novamente-no-centro-de-polemica/#respond Tue, 05 Jan 2021 14:00:28 +0000 https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/files/2021/01/6c972633d06583d780ea860c38ccbf61c099b1c52555fbcdd92d61c55e3afdeb_5f7e677752432-1-300x215.jpg https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/?p=625 As inovações tecnológicas levadas pela Nike aos pés de seus atletas encontram, mais uma vez, recordes e polêmicas. Desta vez, o alvo é o tênis de pista (com pinos) ZoomX Dragonfly, que a empresa se vangloria de ser o mais rápido do mundo.

Com o calçado, o ugandense Joshua Cheptegei quebrou a marca dos 10.000 metros e a etíope Letesenbet Gidey, dos 5.000 metros em Valencia, em outubro do ano passado.

Cheptegei disse que os tênis o ajudaram, mas não foram o motivo de seu sucesso. “Os calçados realmente ajudam, mas nesse caso não estavam disponíveis só para mim. Estavam disponíveis para todos que quiserem atacar o recorde mundial”, afirmou.

“Você já nomes como Yomif Kejelcha, Selemon Barega… não é somente sobre os sapatos, mas sobre atletas terem esse período de concentração mais no treinamento e não viajando”, acrescentou. “Eu estava focado em apenas uma coisa, que era quebrar o recorde mundial.”

Os recordes levantam novamente a polêmica do doping tecnológico, dispensada pelo presidente da federação internacional de atletismo, a World Athletics, Sebastian Coe. O caso atual lembra a sequência de recordes em longa distância quebrados por atletas da Nike, que levou a World Athletics a endurecer as normas, deixando mais claro o que é permitido.

Para qualquer tipo de tênis, o solado não pode ter mais do que 40 milímetros e possuir mais do que uma placa de qualquer material (a inovação mais recente são as de carbono). Para aqueles com pinos, uma placa adicional ou outro mecanismo é permitido, mas com único propósito de fixar os pinos na sola –que, neste caso, não pode ter mais do que 30 milímetros.

A organização chegou a exigir que os calçados estivessem disponíveis para todos os atletas, banindo o uso de protótipos (caso da maioria, senão todos, os recordes de atletas da Nike). Em dezembro do ano passado, porém, voltou atrás, desde que esses tênis estejam de acordo com as normas estabelecidas pela World Athletics.

Para Coe, medidas mais duras para conter a pesquisa e o desenvolvimento de calçados sufocariam a inovação. “No momento, estou bem tranquilo quanto a isso. E o equilíbrio do julgamento aqui é sempre […] que não deveríamos estar no negócio de tentar sufocar a inovação”, afirmou ao jornal britânico The Guardian.

O presidente da World Athletics disse que vê com bons olhos o fato dessas empresas ainda investirem muitos recursos em pesquisa e desenvolvimento de calçados. Coe acrescentou ainda que o esporte não chegou a um ponto em que “recordes estão sendo distribuídos como confetes”. “Eu lembro de um período em meados dos anos 2000 em que a Adidas era a rainha do pódio, então essas coisas vêm em ciclos.”

Também negou que essa sucessiva quebra de marcas enfraqueçam o esporte. “Se volto aos anos 1930, eu ainda admiro Rudolf Harbi, que correu 800 metros em 1min46seg em uma pista de concreto”, afirmou ao jornal britânico. “Enquanto isso, Derek Clayton bateu o recorde mundial da maratona [2:09:36] com sapatos que você não usaria para passear no parque.”

(Com Reuters)

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Disputa por tênis de corrida mais rápido se acirra entre Nike e Adidas https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2020/11/05/disputa-por-tenis-de-corrida-mais-rapido-se-acirra-entre-nike-e-adidas/ https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2020/11/05/disputa-por-tenis-de-corrida-mais-rapido-se-acirra-entre-nike-e-adidas/#respond Fri, 06 Nov 2020 02:15:30 +0000 https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/files/2020/11/16046265435fa4a86f6387a_1604626543_3x2_md-300x215.jpg https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/?p=589 A corrida nas grandes maratonas do mundo e na preparação para a Olimpíada de Tóquio, em 2021, não se limita apenas ao asfalto.

As principais marcas de tênis do mercado –Nike e Adidas, em especial– têm batalhado cada vez mais para fornecer aos seus atletas tecnologia de ponta, que garanta performance melhores.

Essa disputa já ocorre há anos, mas ganhou novos holofotes quando os patrocinados da Nike passaram a devorar recordes com protótipos da linha Vaporfly e sua sucessora, a Alphafly.

Os primeiros modelos começaram a surgir na Olimpíada do Rio, em 2016. Desde então, o queniano Eliud Kipchoge conquistou feito histórico, ao correr os 42 km da maratona (em condições especiais, não reconhecidas como recorde) em menos de duas horas em 2019 com esses protótipos da Nike.

Ele também cruzou a linha de chegada em Berlim, em 2018, quando quebrou o recorde da prova (2h1min39) com um par experimental da empresa americana nos pés.

Sua conterrânea, Brigid Kosgei, calçava tênis do mesmo tipo ao conquistar a melhor marca da maratona feminina (2h14min04) em Chicago, em 2019. O também queniano Geoffrey Kamworor foi outro patrocinado pela empresa a quebrar um recorde, da meia maratona (58min01seg), em Copenhague, no ano passado.

Todos eles usavam protótipos exclusivos para os atletas da Nike. A federação internacional de atletismo, World Athletics, se viu fortemente pressionada para regulamentar melhor a questão.

Havia, inclusive, acusações de quebra de regulamento, pois a organização determinava que os tênis “devem ser elaborados de forma que não dê aos atletas qualquer ajuda ou vantagem injusta” e que os calçados deveriam estar “razoavelmente disponível para todos”.

Com um texto vago, a polêmica levou a World Athletics a estabelecer novas regras, divulgadas em janeiro deste ano. A principal norma para os eventos de rua é que os calçados não podem ter mais do que 40 mm na espessura da sola e não devem conter mais do que uma placa rígida de fibra de carbono incorporada.

No meio, especulava-se que os tênis usados por Kipchoge possuíam três placas do tipo. Segundo a agência de notícias Reuters, isso se baseava na patente da Nike de 2018 para um modelo contendo placas triplas.

A hegemonia da empresa americana, porém, parece ter sido abalada em 2020, com duas quebras de recorde na meia maratona em que os calçados que cruzaram a linha chegada eram de sua concorrente direta, a Adidas. A marca alemã lançou, no fim de junho, o Adizero Adios Pro para fazer frente ao Air Zoom Alphafly Next%.

No início de setembro, a queniana Peres Jepchirchir completou a Meia Maratona de Praga em 1h05min34seg e baixou em 37 segundos o recorde da prova feminina. Cerca de um mês e meio depois, ela tirou 18 segundos da própria marca no Mundial de Meia Maratona em Gdynia, na Polônia.

Tanto os calçados da Nike quanto os da Adidas trazem em sua tecnologia a placa de carbono, que ajuda na propulsão do atleta. Segundo o ortopedista Thiago Bittencourt, especialista em pés e tornozelos, a placa auxilia no ciclo da pisada e funciona como uma mola.

“Toda vez que se pisa no chão, o pé alterna entre dois modos, flexibilidade e rigidez. O primeiro é para absorver o impacto quando o corpo está no ar e o pé está caindo no chão”, explica.

“Logo depois, quando o corpo já jogou todo o peso no chão e esse peso já está para frente, o pé muda completamente a postura e fica rígido para transformar a força da musculatura em impulso, jogar a energia do músculo para o chão para se impulsionar para frente.”

É exatamente uma melhor performance desse ciclo que os novos tênis buscam, tendo na placa de carbono sua grande protagonista. “O que as empresas querem é espremer o resto de impulso que esse movimento do final que o desprendimento do hálux dá, a última parte da pisada no chão”, afirma Bittencourt.

O Alphafly traz uma placa de carbono única ao longo de toda a entressola, proporcionando “uma sensação de dinamismo a cada passada”, afirma a Nike. A empresa explica ainda ter ajustado a largura da placa de acordo com a ponta de cada calçado, para “torná-la mais macia para tamanhos menores e mais espessa para tamanhos maiores”.

Além disso, os calçados possuem duas cápsulas de ar na ponta do pé, para fornecer mais retorno de energia, e a espuma ZoomX, que oferece um amortecimento mais robusto que seus antecessores.

O Adios Pro tem uma placa de carbono multidirecional, com cinco hastes no formato dos ossos dos pés, chamadas de EnergyRods, que proporcionam rigidez e limitam a perda de energia. Essas hastes são combinadas com uma placa de calcanhar de fibra de náilon e fibra de carbono, para alcançar “estabilidade da articulação do tornozelo e corrigir o comportamento de torção do pé”, segundo a Adidas.

Também traz tecnologia nova na entressola, batizada de LightstrikePRO, que “tem o material mais leve e ágil já lançado pela marca, para fornecer amortecimento máximo e mais armazenamento de energia​”, afirma a empresa. No solado, o calçado tem “uma borracha leve que fornece tração amortecida quando necessário, sem comprometer o peso do tênis”.

Um levantamento feito pelo jornal americano The New York Times no fim do ano passado confirmou o desempenho superior dos tênis da Nike. O estudo, feito com dois modelos da linha Vaporfly (4% e Next%), teve como base quatro metodologias.

Como os calçados se tornaram populares entre corredores americanos, milhares de dados foram compilados desde 2014, muito antes de os modelos serem lançados oficialmente no mercado.

Eles mostraram que quem usou o calçado correu de 4% a 5% mais rápido do que aqueles que usaram um par considerado mediano e de 2% a 3% mais rápido do que quem usou o que seria o segundo melhor tênis em velocidade disponível.

Não houve diferença significativa entre o 4% e o Next% quando seus efeitos foram medidos separadamente.

Segundo o New York Times, a diferença é vista independentemente de serem atletas profissionais, corredores rápidos ou lentos, frequentes ou ocasionais. O que se observa é que muito mais gente passou a usar esses tênis –especialmente aqueles que correm mais rápido.

Com a chegada do modelo da Adidas, de tecnologia semelhante, a disputa ficou mais acirrada, e os olhos dos espectadores das maratonas estarão tanto no relógio quanto nos pés dos atletas.

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Mo Farah mudou depoimento à agência americana antidoping, diz jornal https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2020/02/25/mo-farah-mudou-depoimento-a-agencia-americana-antidoping-diz-jornal/ https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2020/02/25/mo-farah-mudou-depoimento-a-agencia-americana-antidoping-diz-jornal/#respond Tue, 25 Feb 2020 11:00:19 +0000 https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/files/2020/02/15825893885e5465ccd0592_1582589388_3x2_md-300x215.jpg https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/?p=378 Desde que explodiram as acusações de uso ilegal de substâncias por Alberto Salazar, ex-treinador do Nike Oregon Project, em atletas de elite, o somali naturalizado britânico Mo Farah, que fazia parte do projeto, tem se esquivado da polêmica.

Por causa das denúncias, Salazar foi banido por quatro anos pela World Athletics (federação internacional de atletismo, ex-Iaaf), após ter sido suspenso pela Usada (Agência Antidoping dos Estados Unidos, na sigla em inglês). Na sequência, a Nike encerrou o programa e o presidente da marca anunciou sua saída do cargo para o início deste ano.

O Nike Oregon Project ainda foi alvo de acusações de atletas que dizem ter sofrido pressões abusivas, o que levou a uma investigação interna, ainda que ele já tivesse sido descontinuado.

Durante a polêmica, Farah aparecia como um ex-atleta do projeto, que havia saído assim que as primeiras acusações de doping, em 2017, vieram à tona. Isso até esta segunda-feira (24).

O jornal britânico The Guardian afirma que emails obtidos pelo programa de TV BBC Panorama, que foi ao ar também nesta segunda, na BBC One, mostra que pessoas importantes da federação de atletismo do Reino Unido, UK Athletics, debateram se seria ético e no “espírito do esporte” administrar quatro injeções de L-carnitine em Farah a dois dias de sua participação na Maratona de Londres em 2014.

A L-carnitine é um aminoácido produzido naturalmente pelo corpo e é usado, em sua versão artificial, para melhorar a performance. A Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês) permite sua administração em um limite de 50 ml a cada seis horas.

De acordo com o Guardian, o então chefe da área médica da UK Athletics, dr. Rob Chakraverty, o líder de corrida de resistência, Barry Fudge, o ex-diretor de performance da UK Athletics, Neil Black, e Salazar estavam presentes quando o aminoácido foi administrado em Farah antes do sua estreia nos 42 km em Londres.

A dose, segundo foi dito a uma comissão em 2017, teria sido um total de 13,5 ml, bem abaixo do permitido, mas Chakraverty teve o que foi considerado uma “conduta imperdoável” de não registrar oficialmente a administração da substância.

O médico, ao se desculpar, afirmou que estava muito ocupado lidando com registros de dosagem de outros 140 atletas que estavam sob sua responsabilidade.

Alberto Salazar abraça Mo Farah (dir.), que fazia parte do Nike Oregon Project à época, e Galen Rupp, após a disputa dos 5.000 metros no Mundial de Atletismo em Daegu, na Coreia do Sul, em 2011 (Jung Yeon-je - 4.set.2011/AFP)
Alberto Salazar abraça Mo Farah (dir.), que fazia parte do Nike Oregon Project à época, e Galen Rupp, após a disputa dos 5.000 metros no Mundial de Atletismo em Daegu, na Coreia do Sul, em 2011 (Jung Yeon-je – 4.set.2011/AFP)

O outro problema no caso de Farah é que o atleta teria dado duas versões diferentes quando foi interrogado por oficiais da Usada, em 2015, durante aproximadamente quatro horas.

Transcrições obtidas pela BBC e publicadas pelo Guardian mostram que ele foi perguntado três vezes se a substância havia sido administrada. Ele negou todas as três vezes.

Segundo o BBC Panorama, porém, minutos após ter deixado o interrogatório, Farah se encontrou com Fudge, que afirmou, em seu depoimento dias antes, que obteve a L-carnitine da Suíça, de um contato de Salazar.

Ao saber disso, ainda de acordo com as transcrições obtidas pela BBC, o atleta se encontrou novamente com os oficiais da Usada e mudou sua versão dizendo que de fato usou L-carnitine, mas achou que não tinha.

Farah não aceitou ser entrevistado pelo programa da BBC, mas ao New York Times disse que ficou frustrado pelo procedimento não ter sido registrado da maneira correta por Chakraverty. “Hoje, eu queria nunca ter tomado porque não fez nada por mim. Minha corrida foi uma m**** aquele dia.”

Ao BBC Panorama, seus advogados enviaram uma carta afirmando que ele não fez nada errado. “O senhor Farah entendeu a pergunta de um jeito e assim que deixou a sala perguntou ao senhor Fudge e imediatamente retornou para esclarecer e está claro que os investigadores estavam confortáveis com sua resposta.”

Por sua vez, a UK Athletics disse em comunicado que trabalha com “uma política de tolerância zero com relação ao uso de substâncias de melhora de performance banidas e toda e qualquer prática de doping no esporte”.

A federação destacou ainda que o uso da L-carnitine é legal e que, “nos últimos anos, um pequeno número de atletas britânicos usaram a L-carnitine e, para nosso conhecimento, todas as dosagens e métodos de administração estavam totalmente de acordo com o protocolo da Wada”.

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Melhora significativa de performance? Tênis da Nike está sob escrutínio https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2019/12/14/melhora-significativa-de-performance-tenis-da-nike-esta-sob-escrutinio/ https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2019/12/14/melhora-significativa-de-performance-tenis-da-nike-esta-sob-escrutinio/#respond Sat, 14 Dec 2019 17:39:24 +0000 https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/files/2019/12/JT2_4061_1-1024x1024-300x215.jpg https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/?p=310 A linha Vaporfly da Nike ganhou os holofotes este ano. Foi com um modelo do tipo, exclusivo para a ocasião, que Eliud Kipchoge foi o primeiro a correr uma maratona em menos de duas horas. Brigid Kosgei, 24 horas depois, quebrou o recorde feminino dos 42,195 km, que não era superado desde 2003, também usando um par do modelo.

A marca lançou os tênis com a promessa de melhorar a performance em até 4%. Dois estão à venda apenas nos EUA –Zoom Vaporfly 4% e ZoomX Vaporfly Next%, a US$ 250 (R$ 1.027)–, mas os tempos alcançados pelos atletas profissionais levaram a World Athletics (associação internacional de atletismo, antiga Iaaf) a realizar um estudo aprofundado.

A organização reuniu um grupo de trabalho com ex-atletas e especialistas em ciência do esporte, ética e biomecânica, segundo a Fox Business. Os resultados desse estudo, que pode levar ao banimento dos tênis, estavam previstos para serem divulgados no fim deste ano, mas só devem vir a público no início de 2020.

O foco principal é definir se os tênis da Nike se enquadram na vaga regra definida pela associação: “Os tênis não podem ser desenvolvidos para que dê a atletas uma assistência ou vantagem injusta.”

“O desafio para a Iaaf é encontrar nas regras técnicas o equilíbrio correto entre incentivar o desenvolvimento e o uso de novas tecnologias no atletismo e preservar as características fundamentais do esporte: acessibilidade, universalidade e equidade”, afirmou a Iaaf, segundo a Fox Business.

Ao jornal americano The New York Times, um porta-voz da organização disse precisar de evidências para dizer que há algo errado com os calçados. “Nunca alguém trouxe provas para nos convencer.”

Já em comunicado no início deste ano, a World Athletics afirmou ser “claro que algumas formas de tecnologia forneceriam o atleta com uma assistência que vai de encontro aos valores do esporte.”

Sobre isso, a Nike sustenta que os modelos “estão de acordo com todos os requerimentos de produto da Iaaf e não demandam qualquer inspeção especial ou aprovação”, segundo o jornal americano.

Na quinta (12), a empresa divulgou comunicado em que disse respeitar “a Iaaf e a essência de suas regras, e não criamos nenhum tênis de corrida que devolva mais energia do que aquela gasta pelo corredor.”

Eliud Kipchoge (camiseta branca) e seus pacemakers durante o o desafio em que o queniano correu 42,195 km em 1h59min40seg (Divulgação Ineos 1:59 Challenge)
Eliud Kipchoge (camiseta branca) e seus pacemakers durante o o desafio em que o queniano correu 42,195 km em 1h59min40seg (Divulgação Ineos 1:59 Challenge)

A LINHA VAPORFLY

Mas esses tênis de fato melhoram a performance?

O New York Times publicou nesta sexta-feira (13) um estudo sobre os modelos Zoom Vaporfly 4% e ZoomX Vaporfly Next%, com base em quatro metodologias. E a conclusão é que, sim, eles significam um desempenho superior –talvez mais do que se imagina.

Como os tênis se tornaram populares entre corredores americanos, milhares de dados foram compilados desde 2014, muito antes de os modelos serem lançados.

Eles mostraram que quem usou o calçado correu de 4% a 5% mais rápido do que aqueles que usaram um par mediano e de 2% a 3% mais rápido do que quem usou o que seria o segundo melhor tênis em velocidade disponível.

E um detalhe: não houve diferença significativa entre o Vaporfly e o Next% quando seus efeitos foram medidos separadamente. Para a melhora acima ser alcançada, os resultados dos dois combinados foram usados nas estimativas realizadas pelo jornal.

Segundo o diário, a diferença é vista independentemente de serem atletas profissionais, corredores rápidos ou lentos, frequentes ou ocasionais. O que se observa é um aumento esmagador do uso desses tênis –especialmente por aqueles que correm mais rápido.

Em corridas com dados disponíveis, em cerca de 41% das maratonas completadas em menos de três horas os corredores o fizeram com um dos dois modelos, informa o jornal. Isso apenas nos últimos meses de 2019 (ou seja, na época do desafio de Kip).

O que leva a essa performance superior? Os tênis possuem lâminas de carbono e uma espuma elástica no meio da sola.

A primeira característica armazena e libera energia a cada passo e deve agir como uma espécie de estilingue ou catapulta para impulsionar os corredores. Já a segunda, pesquisadores dizem contribuir para aumentar a economia de energia da corrida.

SOBRE OS DADOS

Com dados do Strava, aplicativo de esporte que funciona como uma rede social de atletas, o jornal reuniu resultados de cerca de 577 mil maratonas e 496 mil meia maratonas de dezenas de países, realizadas entre abril de 2014 e dezembro de 2019.

A partir daí, foram quatro as metodologias usadas para fazer a comparação, combinando resultados do 4% e Next%.

Modelos estatísticos – análise dos tempos associados aos dois modelos;
Comparação entre grupos de corredores – dois atletas com performance similares tiveram as mudanças de desempenho comparadas;
Acompanhamento de corredores que passaram a adotar os tênis – aqueles que mudaram para um dos dois modelos;
Medida da probabilidade de alcançar um recorde pessoal.

E se o leitor-corredor compreende inglês, sugiro dar uma olhada na publicação completa do New York Times, agregada por gráficos comparativos.

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A atleta que levou a Nike a investigar seu programa de elite https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2019/11/08/a-atleta-que-levou-a-nike-a-investigar-seu-programa-de-elite/ https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2019/11/08/a-atleta-que-levou-a-nike-a-investigar-seu-programa-de-elite/#respond Fri, 08 Nov 2019 19:03:28 +0000 https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/files/2019/11/15732395485dc5bafcd6d07_1573239548_3x2_md-300x215.jpg https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/?p=271 O enredo parecia próximo do fim para o programa de treinamento de atletas de elite, o Nike Oregon Project. O técnico à frente do time, Alberto Salazar, foi suspenso pela Usada (Agência Antidoping dos Estados Unidos, na sigla em inglês) e teve a licença revogada pela Iaaf (Associação Internacional de Federações de Atletismo).

Na sequência, a marca encerrou o projeto, e o presidente-executivo anunciou que deixaria o cargo em janeiro. E tudo isso começou em 2015, quando surgiram as primeiras denúncias de que Salazar teria administrado substâncias banidas em seus atletas.

Mas novas notícias ligadas ao finado programa surgiram esta semana, e a Nike anunciou que irá realizar uma investigação sobre as acusações de atletas de pressões abusivas dentro do Oregon Project, segundo o jornal britânico The Guardian.

O estopim foram as alegações da ex-atleta prodígio americana, Mary Cain, de que a pressão constante de Salazar para que perdesse peso acabaram com sua carreira. O técnico insistia que ela, com 1,70 m, deveria pesar 51 kg.

Hoje com 23 anos, Cain entrou para o programa com 16. A atleta disse ainda que não recebeu nenhum tipo de apoio quando ficou sem menstruar durante três anos, quebrou cinco ossos por causa de osteoporose e teve pensamentos suicidas.

“Ao invés disso, eu era emocional e fisicamente abusada por um sistema desenhado por Alberto e apoiado pela Nike.”

As denúncias foram feitas em vídeo publicado no jornal americano The New York Times, nesta quinta-feira (7). Não demorou muito, e outros atletas, publicamente, compartilharam suas histórias e apoiaram Cain.

A americana Amy Yoder Begley, que participou da Olimpíada de 2008, em Pequim, disse ter sido expulsa do Nike Oregon Project por ser gorda demais.

Já Kara Goucher, também dos Estados Unidos, retuitou uma publicação de seu marido que contava como Salazar e Darren Treasure falaram para familiares que a atleta precisava perder o peso da gravidez. Ela completou a Maratona de Boston em 2011 em quinto lugar apenas seis meses após dar à luz.

O canadense Cam Levins também usou a rede social para pedir desculpas publicamente.

“Eu sabia que nossa equipe técnica era obcecada com sua [de Mary Cain] perda de peso, enfatizando de tal maneira como se fosse a única coisa que a impedia de ter grandes performances. Eu sabia porque eles falavam abertamente em frente a outros atletas.”

Apesar de negar as denúncias, Salazar não respondeu às tentativas de contato do Guardian.

Segundo o jornal, a Nike enviou um comunicado por email afirmando que irá investigar esses casos, mas que desconhecia as acusações de Cain até elas se tornarem públicas nesta quinta.

“Na Nike, procuramos sempre colocar os atletas no centro de tudo que fazemos e essas alegações são completamente inconsistentes com nossos valores”, diz o texto.

“São alegações profundamente perturbadoras que não haviam sido feitas por Mary ou seus pais anteriormente. Mary buscava se reinserir no Oregon Project e no time de Alberto em abril deste ano.”

Na manhã desta sexta (8), Cain confirmou que chegou a querer voltar para o programa em uma publicação no Twitter. “Eu queria um desfecho, um pedido de desculpas por nunca ter me ajudado quando eu estava cortando e sozinha, triste e nunca totalmente curada, queria que Alberto me aceitasse de volta. Eu ainda o amava. Porque quando deixamos as pessoas nos magoarem, desejamos mais do nunca sua aprovação.”

Ela escreveu ainda que eles se desconectaram mais rapidamente, o que foi o fim para ela. “Ele não se importava comigo como pessoa; somente como o produto, a performance, a atleta.”

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Em meio a polêmicas de doping, presidente da Nike deixará o cargo https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2019/10/23/em-meio-a-polemicas-de-doping-presidente-da-nike-deixara-o-cargo/ https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2019/10/23/em-meio-a-polemicas-de-doping-presidente-da-nike-deixara-o-cargo/#respond Wed, 23 Oct 2019 14:59:32 +0000 https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/files/2019/10/5545d85afb0129241bffa8ba8e76270345ec1b40b99a2d355be16652673a4038_5d9572be03bb1-300x215.jpg https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/?p=233 O presidente-executivo da Nike, Mark Parker, irá deixar o cargo no início do próximo ano, segundo The New York Times. O anúncio foi feito por meio de comunicado divulgado pela empresa nesta terça-feira (22) e vem na sequência de um escândalo de suspeita de doping no Nike Oregon Project, de treinamento de atletas de elite.

Apesar de sair da função, o que está previsto para ocorrer em 13 de janeiro, Parker assumirá a diretoria-executiva do conselho da Nike, ainda de acordo com o jornal americano. Ele trabalhará de perto com seu substituto, John Donahoe, que integra o conselho da empresa, está à frente de uma companhia de serviços de nuvem e já presidiu o eBay.

“Estou feliz que John fará parte de nosso time”, afirmou Parker no comunicado divulgado. “Seu conhecimento em comércio eletrônico, tecnologia, estratégia global e liderança, combinados a sua forte ligação com a marca, fazem dele a pessoa ideal para acelerar nossa transformação digital.”

Parker assumiu a função em 2006, e, em sua gestão, a marca ganhou financeiramente, em especial nos últimos três anos, quando o valor das ações triplicou. Foi sob a liderança de Parker, porém, que a Nike também passou –e ainda passa– por alguns de seus maiores escândalos.

O mais recente foi a suspeita de doping no Nike Oregon Project, voltado para treinar atletas de alta performance, em sua maioria americanos.

O líder do projeto, Alberto Salazar, foi suspenso pela Usada (Agência Antidoping dos Estados Unidos, na sigla em inglês) e teve a licença revogada pela Iaaf (Associação Internacional de Federações de Atletismo) no fim de setembro, em meio ao Mundial de Atletismo em Doha.

Alberto Salazar abraça Mo Farah (dir.), que fazia parte do Nike Oregon Project à época, e Galen Rupp, após a disputa dos 5.000 metros no Mundial de Atletismo em Daegu, na Coreia do Sul, em 2011 (Jung Yeon-je - 4.set.2011/AFP)
Alberto Salazar abraça Mo Farah (dir.), que fazia parte do Nike Oregon Project à época, e Galen Rupp, após a disputa dos 5.000 metros no Mundial de Atletismo em Daegu, na Coreia do Sul, em 2011 (Jung Yeon-je – 4.set.2011/AFP)

O ex-presidente da Nike manteve seu apoio ao técnico, mas decidiu encerrar o programa. Em memorando, Parker disse que a investigação que levou ao banimento de Salazar não encontrou o uso orquestrado de doping nem evidência de substâncias para melhora de performance administradas nos atletas do projeto.

O então executivo da marca, no entanto, estaria ciente das iniciativas de Salazar pelo menos desde 2009, segundo emails divulgados pelo The Wall Street Journal.

O QUE É O NIKE OREGON PROJECT

Ainda que com um fim pouco glorioso, o projeto para atletas de elite da Nike foi responsável por levar esportistas a coletar vitórias em campeonatos e provas internacionais —o caso coloca dúvida sobre algumas dessas conquistas.

O somali naturalizado britânico Mo Farah levou seis títulos mundiais e quatro medalhas de ouro em Olimpíadas durante sua participação no projeto (ele saiu em 2017, após a divulgação das denúncias de dopping).

E faziam parte do time até o seu fim o americano Donavan Brazier, que venceu os 800 metros no Mundial de Doha, este ano, e Yomif Kejelcha, da Etiópia, que bateu o recorde de uma milha indoor no início de 2019.

Galen Rupp, medalhista nas maratonas de Londres (2012) e Rio (2016), é outro atleta que ficou no projeto até o fim. O americano morava em uma “casa de altitude” em Portland.

A cidade está a apenas 15 metros acima do nível do mar, mas um filtro de ar simulava níveis de oxigênio de altas altitudes para aumentar o nível de hemoglobina no sangue naturalmente, o que signifca maior capacidade respiratória aos corredores.

Tudo isso fazia parte do alto investimento em atletas de elite, principalmente americanos, que surgiu em uma conversa entre Salazar e o atual presidente de inovação da Nike, Tom Clarke, em 2001. Durante a Maratona de Boston, Clarke se incomodou com a euforia de um narrador com a sexta colocação de um americano na prova.

“As coisas ficaram tão ruins que estamos celebrando isso?”, questionou Clarke. Salazar disse, então, que poderia treinar atletas americanos para se tornarem novamente competitivos. Assim começou o Nike Oregon Project, que viu seu fim protagonizado pelo mesmo responsável de seu nascimento.

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Por que a Nike encerrou programa para treinamento de atletas de elite https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2019/10/14/por-que-a-nike-encerrou-programa-para-treinamento-de-atletas-de-elite/ https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2019/10/14/por-que-a-nike-encerrou-programa-para-treinamento-de-atletas-de-elite/#respond Mon, 14 Oct 2019 18:45:32 +0000 https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/files/2019/10/f2cb1388ef2c09399596fa3a5bf952d2ebc0d638739fede52160826246c4d200_5da0e46fcccd6-300x215.jpg https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/?p=220 Enquanto ganha projeção mundial por feitos positivos de seus patrocinados —só neste fim de semana, Eliud Kipchoge quebrou a barreira das 2 horas na maratona e Brigid Kosgei bateu o recorde mundial feminino na modalidade—, a Nike segue envolvida em polêmicas no meio do atletismo.

No fim da última semana, a marca anunciou o encerramento do Nike Oregon Project, voltado para treinar atletas de alta performance, em sua maioria americanos. A notícia veio após a Usada (Agência Antidoping dos Estados Unidos, na sigla em inglês) suspender o técnico do projeto, Alberto Salazar, em 30 de setembro.

Na sequência, em meio ao Mundial de Atletismo em Doha, a Iaaf (Associação Internacional de Federações de Atletismo) revogou a licença do treinador. O americano, que foi um atleta de elite no início dos anos 1980, é suspeito de ter administrado substâncias proibidas aos seus seus comandados e desrespeitado os protocolos antidoping.

O término do projeto foi anunciado pelo presidente-executivo da Nike, Mark Parker. Segundo o jornal britânico The Guardian, ele afirmou em memorando aos funcionários que o projeto havia se tornado uma distração para os atletas.

“Essa situação, juntamente a contínuas declarações não fundamentadas, é uma distração para muitos dos atletas e está comprometendo suas habilidades em focar suas necessidades em treinamento e competições. Decidi, então, desligar o Oregon Project.”

Apesar das acusações, que vêm desde 2015 quando reportagem ProPublica e BBC apontou o uso de substâncias banidas por Salazar, o executivo da Nike segue na defesa do técnico.

Ainda no memorando, Parker diz que a investigação que levou ao banimento de Salazar não encontrou o uso orquestrado de doping nem evidência de substâncias para melhora de performance administradas nos atletas do projeto. O presidente da marca, no entanto, estaria ciente das iniciativas de Salazar pelo menos desde 2009, segundo o The Wall Street Journal.

De acordo com The Guardian, o técnico falou que vai recorrer da decisão.

Alberto Salazar abraça Mo Farah (dir.), que fazia parte do Nike Oregon Project à época, e Galen Rupp, após a disputa dos 5.000 metros no Mundial de Atletismo em Daegu, na Coreia do Sul, em 2011 (Jung Yeon-je - 4.set.2011/AFP)
Alberto Salazar abraça Mo Farah (dir.), que fazia parte do Nike Oregon Project à época, e Galen Rupp, após a disputa dos 5.000 metros no Mundial de Atletismo em Daegu, na Coreia do Sul, em 2011 (Jung Yeon-je – 4.set.2011/AFP)

O QUE É O NIKE OREGON PROJECT

Ainda que com um fim pouco glorioso, o projeto para atletas de elite da Nike foi responsável por levar esportistas a coletar vitórias em campeonatos e provas internacionais —o caso coloca dúvida sobre algumas dessas conquistas.

O somali naturalizado britânico Mo Farah levou seis títulos mundiais e quatro medalhas de ouro em Olimpíadas durante sua participação no projeto (ele saiu em 2017, após a divulgação das denúncias de dopping).

E faziam parte do time até o seu fim o americano Donavan Brazier, que venceu os 800 metros no Mundial de Doha, este ano, e Yomif Kejelcha, da Etiópia, que bateu o recorde de uma milha indoor no início de 2019.

Galen Rupp, medalhista nas maratonas de Londres (2012) e Rio (2016), é outro atleta que ficou no projeto até o fim. O americano morava em uma “casa de altitude” em Portland.

A cidade está a apenas 15 metros acima do nível do mar, mas um filtro de ar simulava níveis de oxigênio de altas altitudes para aumentar o nível de hemoglobina no sangue naturalmente, o que signifca maior capacidade respiratória aos corredores.

Tudo isso fazia parte do alto investimento em atletas de elite, principalmente americanos, que surgiu em uma conversa entre Salazar e o atual presidente de inovação da Nike, Tom Clarke, em 2001. Durante a Maratona de Boston, Clarke se incomodou com a euforia de um narrador com a sexta colocação de um americano na prova.

“As coisas ficaram tão ruins que estamos celebrando isso?”, questionou Clarke. Salazar disse, então, que poderia treinar atletas americanos para se tornarem novamente competitivos. Assim começou o Nike Oregon Project, que viu seu fim protagonizado pelo mesmo responsável de seu nascimento.

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