Linha de Chegada https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br O blog onde atletas amadores e ultramaratonistas correm lado a lado Mon, 06 Dec 2021 21:28:58 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Corrida de rua terá prova-teste de protocolos com mais de mil participantes em SP https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2021/08/06/corrida-de-rua-tera-prova-teste-de-protocolos-com-mais-de-mil-participantes-em-sp/ https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2021/08/06/corrida-de-rua-tera-prova-teste-de-protocolos-com-mais-de-mil-participantes-em-sp/#respond Fri, 06 Aug 2021 18:00:35 +0000 https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/files/2020/10/360_GeorgeGargiulo_6900-2-300x215.jpg https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/?p=748 A espera pela volta das provas de corrida de rua vem se acumulando com o passar dos meses desde que elas foram suspensas em março do ano passado, em São Paulo. A boa notícia é que, com o avanço da vacinação e a flexibilização das restrições no estado, já é possível vislumbrar um futuro com competições.

O primeiro gostinho desse retorno será no dia 29 de agosto, com um evento-modelo que irá reunir 1.200 atletas no Parque do Povo, zona oeste da capital paulista. A Volta SP 10k terá dois trajetos, de 5 km e 10 km, com largada em frente ao parque, na marginal Pinheiros. As inscrições ficam abertas até o dia 19 de agosto ou enquanto durarem as vagas.

Os moldes para a realização do evento serão quase os mesmos testados em outubro do ano passado, na corrida de protocolos que reuniu cerca de 200 participantes no Sambódromo Anhembi-Morumbi: marcações para determinar distanciamento, largada em ondas, uso de máscara e higienização das mãos.

Os postos de hidratação também funcionarão de maneira diferente do que se está acostumado, já que os copos serão higienizados e disponibilizados sobre uma mesa, evitando que os participantes tenham que mergulhar a mão em um balde com gelo e água.

Uma diferença entre os dois eventos será a necessidade de apresentar um teste com resultado negativo para a Covid-19 antes da prova. Poderá tanto ser o PCR coletado até 48 horas antes do evento ou um de antígeno nasal realizado na retirada dos kits. O inscrito pode ir atrás do exame por conta própria ou adquirir como produto adicional à inscrição, no valor de R$ 69,90.

“O que é diferente é que aquele evento foi para 200 pessoas num lugar fechado, não houve necessidade de testes e não existia perspectiva de vacina”, lembra Paulo Carelli, presidente da Abraceo (Associação Brasileira de Corridas de Rua e Esportes Outdoor), que organiza a corrida-modelo. “Os números estavam baixando, mas veio aquela segunda onda, e isso impossibilitou todo o avanço dessa perspectiva de realização de eventos.” A expectativa, na época, era que os eventos retornassem em dezembro.

Para evitar a participação de pipocas —que aproveitam a infraestrutura da prova para correr—, Carelli explica que foi escolhida uma forma de acesso por um viaduto, para tentar garantir apenas a entrada de quem se inscreveu.

Uma prova para verificar esses protocolos foi realizada no domingo (1º), em Florianópolis. Com saída na Beira-mar Continental, houve medição de temperatura, marcação para distanciamento dos atletas e largada em ondas. Para o secretário Municipal de Cultura, Esporte e Lazer da capital catarinense, Ed Pereira, “ficou provado ser possível realizarmos eventos neste formato”, afirmou, segundo comunicado da Abraceo. “Tudo foi muito bem controlado e organizado.”

O resultado do evento paulista é crucial para determinar o futuro das corridas de rua no estado, que teve seu mercado, como muitos outros, fortemente impactado pela pandemia. “Muita gente teve que buscar alternativas em termos de negócios”, diz o presidente da Abraceo. “As corridas virtuais não suprem de forma alguma, não são nem relevantes como uma alternativa para gerar recursos, servem para manter uma conexão com um público mais aventurado.”

Assim, a demanda pela volta é grande, explica Eduardo Aranibar, subsecretário de Competitividade da Indústria, Comércio e Serviços da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do governo de São Paulo. Apesar da flexibilização quase total no estado a partir do dia 17 de agosto, as corridas de rua não estão inclusas nesta etapa do plano.

“É um tipo de evento que tem fatores superpositivos, em relação à segurança [ligada à pandemia], por ser em espaço arejado, ambientes mais amplos, que são mais seguros quanto à propagação da Covid”, pontua. “Ao mesmo tempo, são muitas pessoas aglomeradas, que transpiram e respiram com mais intensidade, por isso a importância de fazer eventos-modelo.”

Além da corrida de rua, outros trinta eventos-modelo serão realizados pelo governo, sendo 14 sociais, 12 de economia criativa, 2 esportivos e 2 de negócios, nos meses de agosto, setembro e outubro. Apenas depois, segundo Aranibar, deve-se obter um cenário mais claro de retorno das provas, mas a expectativa é que isso ocorra antes do fim do ano, a depender da evolução da pandemia.

Apesar da ansiedade pela volta das provas, a precaução precisa ser a palavra da vez. Especialistas recomendam uma flexibilização total apenas com mais de 70% da população completamente imunizada —o que vai, inclusive, de encontro com o plano do governo paulista de relaxar medidas quando prevê ter vacinado todos os adultos com ao menos a primeira dose.

Exemplos não faltam, como na Holanda e nos EUA que, após caminharem para uma reabertura ampla com percentual de completamente vacinados abaixo dos 70% recomendados, voltaram atrás em algumas medidas ao registrarem um pico de casos.

O cenário se torna ainda mais perigoso com o avanço da variante delta, identificada primeiro na Índia e cerca de 50% mais contagiosa. Segundo a última pesquisa de prevalência React-1 do Imperial College do Reino Unido, a vacinação completa reduz pela metade a transmissão desta cepa e é 60% eficaz na prevenção de sintomas da Covid-19. Logo, as duas doses dos imunizantes (ou a dose única no caso da Janssen) são fundamentais para qualquer tipo de avanço.

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Por que o exercício físico nos faz tão bem? Uma pesquisa quer aprofundar a questão https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2021/06/02/por-que-o-exercicio-fisico-nos-faz-tao-bem-uma-pesquisa-quer-aprofundar-a-questao/ https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2021/06/02/por-que-o-exercicio-fisico-nos-faz-tao-bem-uma-pesquisa-quer-aprofundar-a-questao/#respond Wed, 02 Jun 2021 16:16:23 +0000 https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/files/2021/06/1e9178f1476603482f773ca3e333fb8c55d471deee44a774f543b5679c2e8f7d_6061fdc29289b-300x215.jpg https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/?p=732 Quem pratica corrida ou qualquer outro esporte sente no corpo e na mente a diferença. No corpo, a colheita dos benefícios é um investimento a longo prazo —uma maratona. Já na mente, é um sprint: o sentimento após o exercício, principalmente se aquela meta definida é cumprida, vem na hora.

Diversas pesquisas já comprovaram que a atividade física é benéfica para se manter saudável e aumentar o bem-estar. O que ainda é um certo mistério para os cientistas é como e por que se movimentar nos faz tão bem.

É para aprofundar nessas duas perguntas que uma iniciativa da marca japonesa Asics lançada nesta quarta-feira (2), Dia Mundial da Corrida, convida pessoas ao redor do globo para participar de uma grande pesquisa para mapear o impacto do esporte na saúde mental. O objetivo é alcançar um milhão de mentes até janeiro de 2022.

“A maioria das pesquisas até hoje foram feitas em meios muito artificiais, apenas indo a um laboratório ou a um scanner em um hospital, não é algo disponível para um grande número de pessoas”, afirma Brendon Stubbs, supervisor do estudo da Asics e pesquisador de exercícios e saúde mental no King’s College, em Londres.

“Portanto, a nossa compreensão dos mecanismos de por que a corrida e exercícios nos fazem sentir bem é limitada e, mais importante, como podemos medir isso.”

Para conseguir chegar à oferta de uma plataforma que possa ser usada em larga escala, duas fases do estudo foram realizadas em um grupo mais limitado de pessoas, tendo como foco a corrida.

Em uma primeira etapa, foram medidas as ondas cerebrais dos corredores por meio de um eletroencefalograma, cujos resultados são lidos por especialistas. Já na segunda, além dessa medição, um relatório com perguntas e um software de escaneamento facial foi usado para juntar a medição vista no exame com as respostas.

“Uma das coisas realmente empolgantes, que valida nossa abordagem com aplicativo daqui para frente e nos dá confiança para distribuir para mais de um milhão de pessoas, é a precisão da relação entre os dados do eletroencefalograma e o que capturamos no relatório pessoal e no escaneamento facial, que foi de 92% a 94%”, explica Stubbs.

“Isso é muito alto e nos dá uma enorme confiança de que, quando as pessoas usarem a ferramenta, serão capazes de medir de maneira confiável e precisa o verdadeiro impacto da corrida e do esporte em sua saúde emocional e cognitiva.”

Apenas com as duas primeiras fases, o estudo já conseguiu medir diferenças importantes na saúde mental dos participantes. Segundo Stubbs, 20 minutos de corrida significaram um aumento de 13,4% no nível de alerta, de 15,9% no de sensação de calma, 13,3% no de relaxamento, 9,5% no de energia e 2,9% no de foco.

Outro ponto central da pesquisa em que os primeiros resultados são animadores, explica o pesquisador, é a diferença na melhora cognitiva e emocional com base na quantidade de exercício praticada —se é algo que apenas atletas de elite se beneficiam ou se aqueles que praticam cotidianamente ou mesmo abaixo do recomendável também colhem frutos.

Tanto atletas de elite quanto os amadores apresentaram uma melhora de 14,1% no aspecto cognitivo e 11% no emocional, mas o benefício maior foi visto naquelas pessoas que praticavam menos do indicado por instituições como a Organização Mundial da Saúde. Houve uma melhora de 30% nas medições cognitiva e emocional desses participantes.

Esse tipo de avaliação foi possível, pois praticantes de diferentes níveis foram avaliados nestas duas fases, algo que é buscado, em uma escala ainda maior, nesta terceira. A plataforma já está disponível, exigindo um mínimo de 20 minutos de atividade entre 25 esportes diferentes.

A quantidade de atividades é mais um avanço desta etapa já que, pelas restrições tanto do equipamento usado como do momento pandêmico, por enquanto as medições foram feitas em corredores.

É possível participar mais de uma vez de estudo, e, a partir de 1º de julho, os dados estarão compilados para que os resultados possam ser vistos e analisados individualmente no longo prazo e também qual vem sendo o impacto em uma escala maior —nas cidades, países e globalmente— no Mapa de Elevação Mundial.

Ainda que seja uma plataforma pública, com essa mensuração disponível, Stubbs diz que a participação é completamente anônima. Mesmo o escaneamento facial não é feito por meio de uma foto —a partir dele, é gerado um mapa do rosto no qual não é possível identificar a pessoa.

Demonstração do escaneamento facial feito pela plataforma da Asics (Divulgação)
Demonstração do escaneamento facial feito pela plataforma da Asics (Divulgação)

“Esta é uma tecnologia realmente nova, cada vez mais usada na ciência, para entender a expressão das emoções”, explica o pesquisador. “É realmente um software excelente para identificar emoções comuns, e validamos essas emoções expressas no rosto com os dados do eletroencefalograma e o relatório pessoal.”

O estudo vem em um momento em que a saúde mental ganhou ainda mais relevância na vida das pessoas, impactadas pelo isolamento social gerado pela pandemia de coronavírus há mais de um ano. Levantamento do Estudo Colaborativo de Resultados em Saúde e Funcionamento durante Tempos de Infecção (Coh-fit, na sigla em inglês) apontam um aumento de 50% nos níveis de estresse e até de 100% nos de ansiedade desde o início da crise sanitária.

“Então a necessidade de soluções escaláveis e baseadas em evidências para ajudar as pessoas a se sentirem melhor é agora mais importante do que nunca”, diz Stubbs.

Como participar
  1. Acesse o site e cadastre-se
  2. Escaneie seu rosto para registrar seu estado emocional
  3. Responda às perguntas desenvolvidas cientificamente para medir suas funções cerebrais
  4. Conclua pelo menos 20 minutos de exercício
  5. Repita os passos 2 e 3
  6. Veja os resultados do Mind Uplifter (o compartilhamento em redes sociais está disponível)
  7. Descubra como seus resultados estão contribuindo para o World Uplift Map (disponível a partir de 1º de julho)
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Como se manter motivado durante o isolamento devido ao coronavírus https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2021/04/06/como-se-manter-motivado-durante-o-isolamento-devido-ao-coronavirus/ https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2021/04/06/como-se-manter-motivado-durante-o-isolamento-devido-ao-coronavirus/#respond Tue, 06 Apr 2021 21:29:50 +0000 https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/files/2021/04/1526a8b41f0432a81d02b8328da6e76f3eb133542cf7bd5e2f42aec207ec553e_6065fabcca0e0-300x215.jpg https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/?p=719 Você sabia que o Dia Internacional da Atividade Física é comemorado nesta terça (6)? Neste ano, assim como em 2020, a data vem em meio ao confinamento mais rígido para tentar conter a propagação do coronavírus, já que o Brasil passa por seu pior momento na pandemia —nesta segunda (5), o país chegou a 13 milhões de casos e 333 mil mortos pela Covid-19.

Nesses períodos, torna-se ainda mais difícil encontrar a motivação para manter o corpo em movimento, algo fundamental não só para a saúde física como para a mental. Encontrar inspiração é algo muito particular, mas algumas dicas gerais podem ajudar. Para mim, a principal delas está ligada ao objetivo estabelecido, aonde eu quero chegar.

Sempre que começamos algo, e a atividade física não é diferente, é preciso ter em mente o tamanho do passo a ser dado, tanto para que o desafio não pareça impossível, mas também para que não seja tão fácil que desmotive. Segundo um estudo publicado na edição de janeiro deste ano da Health Psychology, estabelecer objetivos diários que excedam um pouco do que já faz parte do cotidiano ajuda a manter a disciplina.

Exemplo prático: uma pessoa sedentária que completa, digamos, 5.000 passos num dia pode desafiar-se a, na primeira semana, percorrer 5.500 passos.

O autor do estudo, Guillaume Chevance, pesquisador assistente no Instituto de Barcelona para Saúde Global, recomenda que o aumento a cada semana seja de 10%. Os resultados apontaram que o fato de quase alcançar a meta (quando não cumpri-la) era mais efetivo para manter a pessoa motivada, em contraposição a objetivos muito altos que ficavam longe de serem atingidos.

Ok, mas isso vale para sedentários ou para caminhantes, que contam passos. E os corredores? No meu caso, como não tivemos provas físicas —o que mais me mantém motivada por ter dia e hora marcados para que a meta seja cumprida—, estabelecer uma distância não funcionava muito.

Decidi, então, mirar tempo. Desde o início do ano, tenho usado isso para definir meus objetivos, indo aos poucos, já que houve um período de destreino no fim do ano —período intenso no noticiário. Comecei com 20 minutos em janeiro, 30 minutos em fevereiro, e a ideia era chegar a 40 minutos em março, mas a vida aconteceu mais uma vez.

E é importante lembrar que isso faz parte. Tenho uma meta grande, e a dividi em partes menores, para que eu possa revê-las mensalmente e trimestralmente, já que nem tudo corre exatamente como a gente planeja.

Caso eu alcance o objetivo antes do fim do mês, trabalho em melhorar pace (ou ritmo, em quantos minutos se percorre um quilômetro), para que o avanço seja mais suave e meu corpo ganhe condicionamento.

Essa forma de metas funciona para diferentes tipos de exercícios. De força, é possível ver a evolução em quanto tempo de prancha é possível permanecer, ou começar fazendo apoios com os joelhos no chão e aos poucos melhorar a execução até que se consiga fazer com suporte só nos pés. Na ioga ou no pilates, a evolução do alongamento ou o tempo de permanência nas posições —e por aí vai.

Outra forma de motivação é ter um “amigo” para estar ao seu lado nessa caminhada (ou corrida). Entre aspas, pois não necessariamente precisa ser uma pessoa. Claro que um parceiro de carne e osso ajuda muito, em especial em condições adversas (muito frio, muito quente etc.), mas pode ser um aplicativo para ver o progresso ou mesmo as redes sociais.

Compartilho a maioria dos treinos, tanto de corrida, como força e sessões de ioga, e tem sido muito bacana ver as pessoas falando: “Nossa, preciso ser mais como você, fazer mais exercício” (e estou longe de ser uma influenciadora fitness). Isso de fato ajuda muito a se manter motivado, algo como prestar contas —sempre de olho se essa relação com as redes não está se tornando tóxica.

Neste momento, mais importante do que a motivação, porém, é o cuidado com relação ao coronavírus. Pessoas que fazem parte dos grupos de risco devem evitar ao máximo sair, em especial se ainda não foram vacinadas. O uso da máscara é obrigatório, mesmo que desconfortável e forçando uma diminuição do ritmo, bem como higienizar as mãos com frequência e manter o distanciamento social.

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Corrida ajuda jovem a lidar com bipolaridade; saiba benefícios da prática para saúde mental https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2021/01/30/corrida-ajuda-jovem-a-lidar-com-bipolaridade-saiba-beneficios-da-pratica-para-saude-mental/ https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2021/01/30/corrida-ajuda-jovem-a-lidar-com-bipolaridade-saiba-beneficios-da-pratica-para-saude-mental/#respond Sat, 30 Jan 2021 14:00:32 +0000 https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/files/2021/01/16119613926014943044fbd_1611961392_3x2_md-300x215.jpg https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/?p=663 Foi aos 14 anos que Gabriela Marques descobriu o diagnóstico de transtorno de bipolaridade, após o fim de um relacionamento. “Fiquei muito tempo mal, não saía daquilo”, lembra a jovem, hoje prestes a completar 25 anos.

A mãe a levou a médicos, que receitaram tratamento com remédios fortes. Após uma melhora, ela parou com os medicamentos. “O grande problema da bipolaridade é que, quando vai para a hipomania, o lado bom, a gente acha que está bem, não tem nada”, afirma Gabriela.

Depois disso, ela viveu “anos de luz”, como relata, durante o ensino médio. Entrou para a faculdade de engenharia elétrica e iniciou um relacionamento –cujo término gerou uma constante tristeza em sua vida. “Entrei em depressão, minha tendência é depressão bipolar.”

Em 16 de novembro de 2014, porém, ela encontrou uma paixão que teria um impacto significativo em sua vida. Sem nenhum histórico de esportistas da família, a irmã, “um arroz de festa”, a convidou para participar de uma corrida de 5 km em Itaquera, zona leste de São Paulo.

“Lembro até hoje da data”, conta Gabriela, empolgada. “Acordei 3h30 da manhã, porque morava em Franco da Rocha [município 43 km ao norte de São Paulo], olhei o Itaquerão [estádio do Corinthians], o sol nascendo e eu me senti viva.”

A semana inteira dolorida por sua falta de preparo não a incomodou, e a jovem começou uma prática sem muita regularidade, intercalando com caminhadas. Os três anos seguintes foram de idas e vindas, tanto na corrida quanto na questão de sua bipolaridade.

Em 2017, quando já havia trancado a faculdade, uma cena no seu trabalho, no qual precisava lidar com pessoas, a abalou e gerou uma crise de estresse. O lado direito do corpo adormeceu, e Gabriela não conseguia completar frases.

Foi o que a jovem chama de cartada final para procurar uma psiquiatra, que deixou claro que, sem tratamento, esse seria só o primeiro de vários surtos. “Aceitei que precisava tentar o remédio.”

Alguns meses depois, em setembro, enquanto ainda tentava acertar a medicação, aceitou outro convite para uma corrida, desta vez um treino gratuito que partiria da escadaria de Sumaré, na zona oeste da capital paulista. “Aí eu me apaixonei. Passei 2018 e 2019 inteiro indo de Franco da Rocha para São Paulo para participar de grupos de rua que eram de graça.”

Motivada, ela começou a divulgar sua rotina de esportista nas redes sociais, pois acredita que as pessoas precisam saber que existem essas oportunidades, sem custo, disponíveis. Em 2019, Gabriela se superou, correu cinco meia maratonas e se tornou esportista da marca de roupas Authen.

Para o tratamento da bipolaridade, a jovem toma um remédio mais leve, justamente pela quantidade de atividades que pratica. “A psiquiatra falou que a corrida é o esporte que mais ajuda com o remédio”, afirma. “Esporte é o que me salva todo dia.”

ESTUDO LIGA EXERCÍCIO A COMBATE À DEPRESSÃO

De fato, a atividade física tem um poder crucial para gerar bem-estar, mas seu potencial para pessoas com depressão gerada por estresse pode ser ainda maior. Um estudo do Instituto Karolinska, de 2014, descobriu que o treinamento induz mudanças no músculo esquelético que podem expulsar do sangue uma substância que se acumula durante o estresse e é prejudicial ao cérebro.

“Em termos neurobiológicos, ainda não sabemos o que é depressão. Nosso estudo representa mais uma peça do quebra-cabeça, pois explicamos as alterações bioquímicas protetoras induzidas pelo exercício físico que evitam que o cérebro seja danificado durante o estresse ”, afirmou Mia Lindskog, pesquisadora do Departamento de Neurociência do instituto sueco, quando a pesquisa foi lançada.

No estudo, realizado com ratos, foi injetada uma substância gerada a partir da atividade física –chamada PGC-1a1. Quando esses ratos foram submetidos a ambientes de estresse durante cinco semanas, eles não demonstraram sintomas depressivos em comparação aos que não tiveram a substância injetada.

Outra descoberta foi que os ratos com alta concentração de PGC-1a1 também tinham níveis mais elevados de enzimas chamadas KAT. Essas enzimas convertem uma substância formada durante o estresse, a quinurenina, em ácido quinurênico, que não consegue passar do sangue para o cérebro.

A transformação em ácido, que ocorria de maneira rápida em ratos com níveis aumentados de PGC-1a1, acabou sendo um mecanismo de proteção. Por outro lado, quando ratos normais receberam quinurenina, eles exibiram comportamento depressivo.

“Nossa hipótese inicial era que o músculo treinado produziria uma substância com efeitos benéficos no cérebro. Na verdade, descobrimos o oposto: músculos bem treinados produzem uma enzima que elimina do corpo substâncias nocivas”, explicou Jorge Ruas, pesquisador principal do Departamento de Fisiologia e Farmacologia do Instituto Karolinska, na época da publicação.

A peça no quebra-cabeça do que são os transtornos mentais, descoberta pela pesquisa, ajuda a entender um pouco como o esporte é significativo para pessoas com essas doenças.

PANDEMIA IMPACTA TAMBÉM SAÚDE MENTAL

A pandemia de coronavírus, porém, significou um risco ainda maior além da Covid-19 em si para essas pessoas. Gabriela conta que, por ficar sem praticar esporte, teve uma recaída. “Voltei a pensar em suicídio. Pedia para minha mãe não me deixar sozinha em casa.”

Em agosto, ela teve seu pior episódio. Após ter sido diagnosticada e curada da Covid-19, não podia se exercitar por causa do condicionamento respiratório prejudicado pela doença. “Não conseguia ver esporte, falar sobre isso. Queria praticar, mas não conseguia.”

Aos poucos, pôde voltar e diz que não irá desistir do seu tratamento. “Incentivo as pessoas a voltar aos poucos, não se cobrar tanto, esquecer a performance e falar sobre lazer.”

Gabriela garante que, quando as provas presenciais voltarem, ela estará lá. “A corrida é minha vida, ela é uma constante. Meu humor não é estável. Quando eu corro constantemente, eu entendo que meu humor também pode ser.”

O Janeiro Branco, uma campanha de saúde mental, já está no fim, mas a importância de se conscientizar sobre o assunto dura o ano inteiro. Segundo a Organização Mundial da Saúde, mais de 264 milhões de pessoas no mundo sofrem de depressão.

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Exercício físico aumenta a imunidade? Saiba benefícios e riscos https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2021/01/15/exercicio-fisico-aumenta-a-imunidade-saiba-beneficios-e-riscos/ https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2021/01/15/exercicio-fisico-aumenta-a-imunidade-saiba-beneficios-e-riscos/#respond Fri, 15 Jan 2021 14:00:15 +0000 https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/files/2021/01/98f9745ad646e4b03fd94c3edcdc9c9ca375a9ae77b1c650b52e072886d2085b_5ffdb01a951b9-1-300x215.jpg https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/?p=640 Não é de hoje que se escuta a máxima de que exercício físico melhora a imunidade. A afirmação, porém, ganhou ainda mais força no ano passado, quando estourou a pandemia de coronavírus.

É importante frisar que, apesar dos incontáveis benefícios, exercício não é vacina e não vai deixar o praticante imune a qualquer doença. Ele funciona como prevenção e está sempre aliado a cuidados complementares, como alimentação e, atualmente, o uso de máscaras para evitar a disseminação da Covid-19.

Um dos frutos que se colhe da prática constante de atividade física é o fortalecimento da defesa do organismo, como explica Fabio Ceschini, profissional de educação física especialista em fisiologia do exercício e ciência do esporte. “Tanto o ganho de massa como o emagrecimento, que são os principais objetivos que as pessoas buscam quando se exercitam, dependem da melhora do sistema imunológico.”

Ou seja, um sistema fortalecido não só previne doenças como facilita a hipertrofia e a perda de peso. Isso porque, durante a prática –e aí entram musculação, corrida, pedalada, caminhada etc.–, o músculo se contrai e relaxa, o que resulta em proteínas. Essas substâncias são respostas do nosso organismo, o tal do sistema de defesa, que atuam em diferentes áreas do corpo e, por isso, melhoram a imunidade.

Ceschini, que fundou a plataforma de ensino Viajando pela Fisiologia, ressalta que o sistema ajuda a proteger “o ser humano de desenvolver doenças comuns como diabetes tipo 2, obesidade, acúmulo de gordura no fígado e até mesmo câncer e não está só ligado à prevenção de vírus da gripe e doenças respiratórias”.

A prática, claro, também traz benefícios, fortalecendo o organismo para enfrentar uma contra gripe comum e podendo, inclusive, ajudar contra o coronavírus.

Um estudo da revista Diabetes & Syndrome: Clinical Research & Reviews publicado na metade do ano passado concluiu que o “aumento da capacidade aeróbia pode produzir melhorias seguras de curto prazo na função dos sistemas imunológico e respiratório, particularmente aqueles específicos para infecções por Covid-19”.

A melhora, segundo a pesquisa, pode se dar por meio de três mecanismos: aumentando o nível e a função das células imunológicas; melhorando as funções do sistema respiratório, agindo como um antibiótico, antioxidante e antimicótico; e atuando como barreira protetora para diminuir os fatores de risco da Covid-19.

Ao mesmo tempo, porém, que fortalece a imunidade, o exercício físico pode enfraquecê-la. “Os estudos sugerem que pessoas que querem começar a treinar, que isso seja feito dentro de uma intensidade moderada, que melhora a função do sistema imunológico”, explica Ceschini.

“Para quem começa agora a se exercitar, treinar em uma intensidade vigorosa pode induzir o lado ruim do sistema imune, quando o organismo passa a produzir muitas substâncias com caráter inflamatório, que podem acelerar a progressão de doença.”

É como o iniciante na academia, que decide fazer uma alta carga de atividade –mesmo que poucas vezes na semana, mas com treinos longos– e após cerca de dez dias some porque está com algum tipo de indisposição, exemplifica o profissional de educação física.

Já uma pessoa que tenha um histórico de treinamento, lembra Ceschini, pode evoluir para um treino vigoroso, que colabora para melhorar o sistema imune, desde seja um treinamento prescrito por um profissional de educação física.

Mas como saber se estou na intensidade moderada da prática? “Quando se vai correr, por exemplo, se é possível correr e ainda desenvolver uma conversa, é moderado. Quando não se consegue, fisiologicamente é um indicador que está entrando na zona vigorosa de treinamento”, esclarece o especialista.

Para esse início, Ceschini ressalta ainda duas recomendações da OMS. A primeira, realizar 150 minutos de exercício por semana. Já a segunda, que esse tempo total seja diluído em vários dias, como de segunda a sexta, com 30 minutos por sessão, para que o hábito seja estimulado.

Com a pandemia, há um outro ponto de atenção relacionado ao uso de máscara, que é obrigatório como forma de conter a propagação do vírus. Recomenda-se que o item de proteção seja trocado caso o treino exceda 30 minutos ou 40 minutos, já que, se molhado, é um ambiente propício à proliferação de bactérias.

“Também deve-se prestar muito atenção no nível de desconforto”, ressalta Ceschini, que recomenda uma escala de 0 (nada de desconforto) a 10 (extremamente desconfortável) para fazer ajustes no treinamento, como um tempo maior de repouso entre exercícios da musculação ou reduzir a velocidade da corrida. “E o bom senso é sempre necessário nessa questão”, diz o especialista.

E a pandemia fez com que movimentar-se seja ainda mais importante. “No pós-pandemia, é muito provável o aumento de doenças como obesidade, pré-diabetes, hipertensão e transtorno de ansiedade e depressão”, explica o profissional de educação física.

“Muitos podem estar na linha tênue entre a doença e o grupo de risco e, fazendo exercício, cria-se um fator de proteção em ambos os grupos. Então, também para essas pessoas, o exercício é fundamental.”

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Como é participar de uma corrida de rua virtual; desafios online crescem durante pandemia de coronavírus https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2021/01/04/como-e-participar-de-uma-corrida-de-rua-virtual-desafios-online-cresceram-durante-pandemia-de-coronavirus/ https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2021/01/04/como-e-participar-de-uma-corrida-de-rua-virtual-desafios-online-cresceram-durante-pandemia-de-coronavirus/#respond Mon, 04 Jan 2021 14:21:06 +0000 https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/files/2021/01/IMG_6961-2-300x215.jpg https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/?p=607 As corridas de rua ainda continuam sem previsão de retorno, uma vez que estão diretamente atreladas à vacinação geral da população contra a Covid-19. Com a suspensão das provas, em São Paulo desde março do ano passado, os organizadores precisaram se adequar ao momento, e foi aí que as competições virtuais ganharam força.

Esse tipo de prova não foi criado apenas quando a pandemia de coronavírus surgiu no mundo. Aplicativos de corrida, como Runkeeper e Strava, já realizavam desafios virtuais para agregar e motivar sua comunidade de atletas.

A Covid-19, no entanto, foi o pontapé para o crescimento. Apenas no 99Run, aplicativo de corrida criado em 2016 que atualmente coordena mais de 360 provas virtuais, o aumento foi de 300% em 2020.

Mas como funciona uma corrida virtual? O processo de inscrição é basicamente o mesmo, já que as provas costumeiramente realizam o cadastro dos participantes de maneira online. A diferença começa com o kit, pois ele é enviado para o endereço do atleta, para não formar aglomerações na retirada.

Depois de inscrito, o corredor escolhe quando vai percorrer a distância escolhida, dentro do período indicado pela prova. A comprovação pode ser feita por meio do aplicativo escolhido pela organização ou com print em qualquer ferramenta que marque distância e tempo.

Chamada pela Granado em outubro, eu vivenciei, pela primeira vez, como é participar de uma prova virtual. Com processo de inscrição diferente, já que foi por convite, a minha experiência é sobre a corrida em si.

E essa corrida não é muito diferente de um treino. Você está sozinho, sem aquele competidor à sua frente para tentar acompanhar ou alguém ultrapassando para motivar. Então, se a prova é tida como um esporte solitário, um desafio virtual consegue ser mais ainda.

A motivação, na verdade, vem de outra forma. Como há um período para que tal distância seja percorrida, e não um momento apenas, no dia da prova, a cada treino eu tentava melhorar meu pace, já que não estava correndo mais do 5 km. Você realmente está competindo contra você mesmo, sem comparações, e achei isso um excelente diferencial.

Esse tipo de prova, porém, tem um ponto de atenção bem grande. Depois de percorrer, você tem que cadastrar seu resultado no site até a data programada (grave bem esta informação).

Esqueceu a data? Não tem choro. Você, claro, colheu todos os benefícios da prática, talvez já até tenha a medalha porque veio junto com o kit, mas não tem parâmetro com os outros participantes (caso esteja se perguntando, sim, eu esqueci de cadastrar meu resultado).

No fim das contas, o saldo é mais positivo do que negativo, pois é uma motivação para seguir na prática em tempos em que estamos tão isolados e manter a saúde em dia se torna muito importante –sempre tendo em mente os devidos cuidados como distanciamento social e uso de máscaras, além de não fazer parte ou conviver com pessoas do grupo de risco.

E que tal dar uma olhada em alguns dos desafios já programados para 2021? Corre lá e confere!

5º Corre em Casa Desafio 30 km
Inscrições: até 13 de janeiro, pelo site
Distâncias: 5 km, 9 km, 16 km e 30 km ou 5 km + 9 km + 16 km (totalizando 30 km)
Período para correr: 29 de janeiro a 7 de fevereiro

1ª Corrida Virtual Graacc
Inscrições: até 28 de fevereiro, pelo site
Distâncias: 3 km, 5 km, 10 km, 21 km e 42 km
Período para correr: até 28 de fevereiro

Cosan Venus VR
Inscrições: até 31 de janeiro, pelo site
Distâncias: 5 km, 10 km e 15 km
Período para correr: até 31 de janeiro

Maratona Internacional de São Paulo Virtual
Inscrições: até 31 de março, pelo site 
Distâncias: 3 km (também caminhada), 5 km (também caminhada), 10 km, 15 km, 21 km e 42 km
Período para correr: até 5 de abril

Meia Maratona Internacional de São Paulo Virtual
Inscrições: até 31 de março, pelo site
Distâncias: 3 km (também caminhada), 5 km (também caminhada), 10 km, 15 km e 21 km
Período para correr: até 5 de abril

Meia Maratona Internacional do Rio Virtual
Inscrições: até 31 de março, pelo site
Distâncias: 3 km (também caminhada), 5 km (também caminhada), 10 km, 15 km e 21 km
Período para correr: até 5 de abril

Mulher-Maravilha Desafio Virtual
Inscrições: até 31 de março, pelo site
Distâncias: 3km (também caminhada), 5 km (também caminhada), 10 km, 15 km, 21 km e 42 km
Período para correr: até 5 de abril

Volta Internacional da Pampulha Virtual
Inscrições: até 20 de abril, pelo site
Distâncias: 3 km (também caminhada), 5 km (também caminhada), 10 km, 15 km e 18 km
Período para correr: até 23 de abril

Circuito Paulista Run21k VR – ABC
Inscrições: até 30 de junho, pelo site
Distâncias: 3 km, 5 km, 10 km e 21 km
Período para correr: até 30 de junho

Desafio La Casa de Pastel – Hot Dog
Inscrições: até 31 de dezembro, pelo site
Distâncias: 3 km, 5 km, 10 km, 15 km e 42 km
Período para correr: até 31 de dezembro

Desafio Candy Run
Inscrições: até 31 de dezembro, pelo site
Distâncias: 3 km, 5 km, 10 km, 15 km, 21 km e 42 km
Período para correr: até 31 de dezembro

Fantastic Run – Unicórno
Inscrições: até 31 de dezembro, pelo site
Distâncias: 3 km, 5 km, 10 km, 15 km, 21 km e 42 km
Período para correr: até 31 de dezembro

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Como será o futuro das corridas de rua, que devem retornar em dezembro em SP https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2020/10/26/como-sera-o-futuro-das-corridas-de-rua-que-devem-retornar-em-dezembro-em-sp/ https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2020/10/26/como-sera-o-futuro-das-corridas-de-rua-que-devem-retornar-em-dezembro-em-sp/#respond Mon, 26 Oct 2020 21:15:26 +0000 https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/files/2020/10/360_GeorgeGargiulo_6900-2-300x215.jpg https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/?p=581 Distanciamento social, uso de máscaras e higienização com álcool em gel constante. As recomendações para prevenção do coronavírus, que já se tornaram hábitos para muitos, estendem-se também ao possível (e aguardado) retorno das corridas de rua, suspensas em São Paulo desde março.

A previsão do presidente da Abraceo (Associação Brasileira de Corridas de Rua e Esportes Outdoor), Paulo Carelli, é que em dezembro já devemos ter provas pelas ruas da capital paulista.

Na manhã deste domingo (25), a Abraceo, em conjunto com algumas das principais realizadoras de provas no Brasil e apoio da Prefeitura de São Paulo, organizou um evento com baixo número de participantes para testar os protocolos desenvolvidos entre abril e julho, quando o documento foi publicado e recebeu parecer favorável.

Desde então, aguardava-se que a situação da pandemia estivesse mais controlada para testar a aplicação das medidas.

Os 138 participantes realizaram a inscrição virtual –nada estranho para quem já frequenta provas. Já a retirada do kit um dia antes da prova, no sábado (24), foi organizada em faixas de horário pré-determinadas pelo fim do CPF do atleta, com dois horários disponíveis ao longo do dia para cada par de números.

Além do questionário de praxe, os inscritos precisaram preencher um formulário no site da Federação Paulista de Atletismo, que emitiu alvará para a prova, com perguntas sobre sintomas relacionados à Covid-19. Esse seria um primeiro impeditivo para que pessoas possivelmente infectadas –e sintomáticas– não participassem do evento, com chances de passar a doença para outros atletas.

Outra barreira foi a medição de temperatura na entrada do Sambódromo do Anhembi, onde a prova foi realizada. Aqueles que apresentassem mais do que 37,5°C no termômetro também não poderiam participar.

Toda a equipe de apoio usava máscaras, cobertura facial e luvas, e havia totens de álcool em gel disponíveis. Até aí, para entrar em estabelecimentos de comércio paulistas todos passam (ou deveriam passar) pelas mesmas medidas.

As principais diferenças estavam ligadas à corrida em si. O baixo número de atletas ajudou a evitar aglomerações, em especial no guarda-volumes e nos banheiros –sonho de todo participante de corrida de rua, não havia filas.

A largada foi organizada por pelotões de acordo com o ritmo, prática também comum nas principais provas, mas com cones que determinavam a distância a ser mantida entre os atletas.

Cada pelotão largava 30 segundos após o anterior, e havia recomendação, no folheto informativo que veio no kit, de ultrapassar somente quando fosse possível manter certo distanciamento. O circuito de 5 km da prova era fechado, dentro do sambódromo, com duas voltas.

Nele, foi possível ver um pouquinho das obras realizadas no local para que ele seja um centro de lazer com ciclovia, aberto aos fins de semana a partir de sábado (31) para a população.

Por ser uma corrida com número bem reduzido de atletas, não houve as aglomerações comuns no ponto de hidratação, mas havia um ponto de apoio a mais que chamou a atenção –com mesa, lenço antisséptico, álcool em gel e uma equipe para verificar se havia alguma intercorrência com os participantes.

No fim da prova, água e medalha –embalada em saco plástico individual higienizado na hora da entrega– para os concluintes. No lugar de frutas e/ou isotônicos, no entanto, os atletas receberam um saquinho de álcool em gel.

As mensagens do locutor da corrida, além de empolgarem os atletas, lembravam frequentemente a necessidade de manter o distanciamento. A máscara foi obrigatória durante (quase) 100% do tempo –a exceção era para beber água.

O evento todo foi acompanhado por autoridades de saúde, para verificar o que será necessário ajustar para que as provas de fato retornem. Segundo Carelli, o que foi visto neste domingo será o que os atletas irão experimentar nas corridas de rua, com pequenas mudanças mais técnicas, em sua maioria não perceptíveis ao público.

“Uma sugestão, por exemplo, é que, em função do horário das largadas, a gente também marque horários para as pessoas chegarem ao evento. Mesmo sendo em pelotões, todo mundo chegou perto das 7h aqui hoje”, disse o presidente da Abraceo.

A expectativa agora fica para as provas tradicionais retornarem. Carelli afirmou que as menores já devem voltar em dezembro, com 30% da capacidade que possuíam anteriormente. “A partir do começo do ano que vem, a gente deve ir retomando esse calendário e aumentando a capacidade, à medida que os números [do coronavírus] forem se tornando positivos.”

O que não mudou neste teste e que deve permanecer na volta oficial das provas são os diferentes perfis dos atletas. Tem aqueles do pelotão que dispara para o pódio, os intermediários, que correm num ótimo ritmo, os da retaguarda (um salve para o pessoal do pace 7+, do qual faço parte) e os que misturam caminhada e corrida –porque, afinal, o que importa é se mexer.

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Em prova nos EUA, correr de roupa é opcional, mas máscara é obrigatória https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2020/09/02/em-prova-nos-eua-correr-de-roupa-e-opcional-mas-mascara-e-obrigatoria/ https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2020/09/02/em-prova-nos-eua-correr-de-roupa-e-opcional-mas-mascara-e-obrigatoria/#respond Wed, 02 Sep 2020 18:52:08 +0000 https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/files/2020/09/15989935495f4eb48df0d55_1598993549_3x2_md-300x215.jpg https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/?p=538 Muito se fala que a corrida é um esporte democrático, por não exigir nada além de um par de tênis. Para os participantes da Bouncing Buns Clothing Optional 5K (algo como 5K dos Bumbuns Saltitantes de Roupa Opcional), isso não poderia ser mais verdade.

A prova de 5 km, realizada em um resort de nudismo na Pensilvânia, reúne participantes de diferentes estados, vestidos de diferentes formas. Muitos usam apenas tênis, mas há mulheres de tops, corredores de chapéus e até mesmo aqueles que vão só pela corrida –ainda mais em um ano em que elas estão tão escassas– e participam de roupa. Um item, porém, foi obrigatório na edição de 2020: máscara (quando o atleta estivesse em meio a outros).

Autora da newsletter de corrida semanal do New York Times, Jen Miller participou da edição deste ano e contou sua experiência em um texto para o jornal americano. Ela afirma que, devido à pandemia, se interessou pela divertida prova, já que tantas outras foram canceladas.

O 5K dos Bumbuns Saltitantes é realizado há 13 anos no resort nudista Sunny Rest, fundado em 1945. Apesar da proposta divertida da corrida, os organizadores estão cientes do tabu em torno do nudismo e mantêm um certo anonimato ao publicar os resultados: somente se vê o primeiro nome, a inicial do último sobrenome e o estado do participante.

O tabu ligado à falta de roupas, no entanto, fica do lado de fora dos portões do resort. Em seu relato, Jen destaca que não sentiu, em nenhum momento, que as pessoas analisavam seu corpo, “desde as mulheres nuas em um trailer que torciam até o homem nu fazendo agachamentos no seu deque”.

“A corrida não tinha nenhuma sexualização, e eu não me preocupei com que partes do meu corpo não estavam perfeitamente lisas e macias, que partes mexiam a cada passada. Eu era apenas outro corpo em movimento”, relata Jen.

Um dos participantes da prova com quem a jornalista conversou corrobora a visão da iniciante. “Não é um ‘Girls Gone Wild’ (vídeos em que mulheres em festas se exibem para as câmeras, muitas vezes ficando nuas)”, afirmou Bruce Freeburger, 69, dono do site naked5k.com. Segundo a reportagem, ele acredita que corredores nus tendem a ser “altruístas e mais desportistas”.

E para receber esses atletas como vieram ao mundo, toda a equipe de apoio, inclusive na distribuição dos kits com camiseta e número de peito, seguia o “dress code” local, usando apenas luvas e máscaras. A (falta de) vestimenta se estendia também àqueles que acompanhavam a corrida.

Jen, no entanto, não estava totalmente sem roupas. “Para me preparar para a experiência, eu tentei correr completamente nua em uma esteira no meu porão e decidi que ir sem top era impraticável para mim”, escreveu a jornalista. “Então eu decidi ir como o Pato Donald e usei um chapéu e um top, mas nada na parte de baixo.”

Além disso, ela usou muito protetor solar, já que a corrida foi em meio ao verão no hemisfério Norte (inverno no Brasil).

E por ter sido uma prova realizada durante a pandemia, além de um baixo número de participantes (115, segundo Jen), na largada e durante a prova o distanciamento era obrigatório. Na hora da partida, o organizador Ron Horn pediu para que todos estendessem o braço para os lados, para se certificar que mantinham uma distância mínima de seus colegas.

Fora a falta de roupas e as medidas de prevenção contra o coronavírus, Jen afirma que se sentiu como em uma prova normal. “A energia era um pouco mais animada do que nas corridas tradicionais –quase leviana.”

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Consulta pública quer saber dos corredores as regras para a prática no pós-pandemia em SP https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2020/07/28/consulta-publica-quer-saber-dos-corredores-as-regras-para-a-pratica-no-pos-pandemia-em-sp/ https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2020/07/28/consulta-publica-quer-saber-dos-corredores-as-regras-para-a-pratica-no-pos-pandemia-em-sp/#respond Tue, 28 Jul 2020 12:00:56 +0000 https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/files/2020/07/9b1b2eb515affb02f8092b7b5f02f92c5ace575386be6620b0ade84d11a961ed_5f0ca46e985e3-300x215.jpg https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/?p=522 A volta à pratica de corrida de rua exige novos cuidados no momento de relaxamento do isolamento devido à pandemia de coronavírus. O fechamento de parques e academias, em março, fez com que muitos atletas amadores ficassem em casa ou diminuíssem o nível da intensidade dos treinos.

O retorno exige atenção, então, não somente para evitar lesões após o longo período em casa, em que pode ter havido perda de condicionamento, mas também na adoção de medidas preventivas relacionadas ao contágio da Covid-19.

O uso de máscaras já é determinado por decreto no município de São Paulo, mas protocolos adicionais –como recomendação de trocar o equipamento de proteção a cada 2 horas ou 3 horas, alongamento sem equipamento e manter uma distância segura de outros corredores– são propostos pelo gabinete da vereadora Janaína Lima (Novo).

Para levar adiante a proposição na Câmara da capital, foi aberta uma consulta pública, disponível até quinta (30), para saber se os corredores paulistanos concordam com as medidas, além de poderem sugerir outras. Todas as recomendações do documento foram desenvolvidas por um comitê.

Nele, participaram nomes conhecidos da corrida de rua de São Paulo: Marcos Paulo Reis (fundador da MPR Assessoria Esportiva), Zeca (fundador da ZTrack Esporte e Saúde), Paula Navarez (jornalista e corredora), Vera Saporito (ultramaratonista, treinadora e influenciadora digital) e Darlan Duarte (fundador da Pacefit e empreendedor do mercado de corrida).

“A pandemia trouxe efeitos devastadores e, apesar de muitos estudos a respeito, o poder público deixou de lado a fundamental importância do esporte ao ar livre e todos os seus benefícios para a saúde física e mental nesse momento crítico”, afirmou a vereadora, por meio de sua assessoria.

“Diante desse cenário, decidi então chamar alguns dos grandes nomes da área que respeito muito para pensarmos juntos numa solução.”

O resultado foi o conjunto de dezenas de protocolos complementares ao que já é exigido para o funcionamento das áreas de lazer. Além dos especialistas, Janaína diz querer ouvir os corredores por acreditar “no cidadão no centro da tomada de todas as decisões que envolvam o poder público”.

“Não adianta um burocrata ler uma publicação e decidir o que é bom e o que é ruim. O que é certo e errado. Decisões ‘topdown’ tem pouquíssima chance de dar certo”, disse. “A minha proposta com a participação de quem corre é justamente criar algo onde as pessoas sintam que veio delas próprias, e elas ajudem a fazer com que as orientações sejam cumpridas. Assim salvamos vidas.”

A consulta pública está disponível por meio de formulário online, neste link. Quem quiser participar, pode enviar suas sugestões até quinta (30).

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Uso de máscaras e lesões na corrida: como fica a volta dos exercícios ao ar livre https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2020/07/14/uso-de-mascaras-e-lesoes-na-corrida-como-fica-a-volta-dos-exercicios-ao-ar-livre/ https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2020/07/14/uso-de-mascaras-e-lesoes-na-corrida-como-fica-a-volta-dos-exercicios-ao-ar-livre/#respond Tue, 14 Jul 2020 15:03:55 +0000 https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/files/2020/07/4bd708e0e03339d177076c19fac6a05e3e60d64c2f3962bbf5d8d6553ee3afa8_5f0ca4e9e2b7a.jpg https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/?p=516 Depois de quase quatro meses fechados, os parques reabriram em São Paulo nesta segunda-feira (13), ainda que com horários mais restritos e adoção de medidas de proteção.

Outras cidades já haviam flexibilizado o funcionamento dessas áreas, como em Florianópolis, que passou a fechar nos fins de semana após aumento de casos, ou permitido exercícios na rua, como no Rio.

Na capital paulista, a reabertura é um convite para quem não via a hora de sair de casa e praticar uma atividade ao ar livre. O momento, no entanto, é de precaução extrema, não só devido à pandemia de coronavírus, que ainda não chegou ao seu pico no Brasil, mas também para evitar lesões.

“Neste momento, o mais importante é manter a condição física e tentar melhoras progressivas”, explica a especialista em medicina esportiva Renata Castro. “Treinos intensos podem reduzir a imunidade. Portanto, quem ficou parado durante todos esses meses de isolamento deve começar treinos de baixa intensidade e ir progredindo aos poucos.”

Com as corridas de rua suspensas e aquela prova alvo sem data marcada para acontecer, há tempo para que essa progressão seja feita sem pressa. É importante também não tentar voltar logo na primeira saída ao nível que se praticava no pré-isolamento, o que é um convite às lesões.

A prática da corrida deve ainda estar atrelada ao fortalecimento muscular. As academias ensaiam uma reabertura, mas nem todas estão em funcionamento. Há, porém, exercícios que se pode fazer de casa, com o peso do próprio corpo ou com utensílios domésticos, como garrafas d’água.

Além disso, e principalmente neste momento, é importante saber seus próprios limites, afirma Castro. “A individualidade de cada um deve ser respeitada. Por isso, considero prudente, sempre que possível, a busca de um profissional que possa individualizar seu treino.”

Outra questão frequente na prática de exercícios ao ar livre em meio à pandemia é o uso de máscaras. Ao mesmo tempo em que geram uma barreira para o coronavírus, esses equipamentos dificultam um pouco a passagem do ar.

Mas, afinal, há riscos de se exercitar de máscara? “Muitas pessoas comentaram que o uso da máscara poderia facilitar a reinalação do gás carbônico”, diz a médica. “O espaço que sobra entre nosso rosto e a máscara é insuficiente para acumular grandes quantidades. Além disso, o ar expirado não é formado 100% por este gás.”

Assim, não existe o perigo de reinalação tóxica com o uso da proteção.

Não é qualquer equipamento, porém, o adequado para usar durante a corrida. A máscara N-95, por exemplo, impede muito a passagem do ar e não deve ser usada a para a prática de atividade física.

Já as cirúrgicas, segundo um estudo na revista Clinical Research in Cardiology que avaliou a resposta de 12 homens durante o teste cardiopulmonar, apresentaram uma limitação relevante em atividades com intensidade de esforço muito intensa –e que devem ser evitadas nessa retomada pós-isolamento.

A adoção das máscaras durante a corrida pode ser difícil, afinal, todo novo hábito é. O fato é que elas são obrigatórias e não devem ser substituídas pela proteção de acrílico. Há algumas formas, entretanto, para tentar aliviar o desconforto.

“Escolha uma máscara que permita a passagem do ar, que não impeça de respirar em repouso e se adapte bem ao rosto, sem deixar folgas, mas também sem que seja muito desconfortável”, aconselha Castro.

É sensato testar em casa antes de sair correndo. “Verifique se está confortável. Se não estiver confortável em repouso, ela não é a máscara ideal para você praticar exercícios.”

No Ao Vivo em Casa da Folha sobre exercícios físicos, o educador físico Diego Zanotto recomendou ainda a adoção de um equipamento que seja estruturado, para não acompanhar o movimento da respiração, dificultando ainda mais a passagem do ar.

Por fim, é importante também que a máscara não fique molhada, o que diminui sua eficácia. Para evitar isso, recomenda-se levar um equipamento extra.

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