Linha de Chegada https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br O blog onde atletas amadores e ultramaratonistas correm lado a lado Mon, 06 Dec 2021 21:28:58 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 ‘Não esperava correr tão rápido’, diz queniana após quebrar recorde de 5 km https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2021/02/15/nao-esperava-correr-tao-rapido-diz-queniana-apos-quebrar-recorde-de-5-km/ https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2021/02/15/nao-esperava-correr-tao-rapido-diz-queniana-apos-quebrar-recorde-de-5-km/#respond Mon, 15 Feb 2021 23:16:45 +0000 https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/files/2021/02/26ab51e7-c76c-4390-bbc1-2af3e520e3b4-300x215.jpg https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/?p=678 A queniana Beatrice Chepkoech participou de sua primeira corrida de rua desde 2014 neste domingo (14), na Monaco Run 5km Herculis, no principado europeu. O tempo, porém, parece só ter contribuído para a evolução da atleta, que quebrou o recorde 5 km de rua, ao completar o percurso em 14min43seg.

“Estou na Europa há duas semanas e não esperava correr tão rápido”, disse Chepkoech após alcançar a marca, segundo a World Athletics, federação internacional de atletismo. “Estava frio e tinha muito vento, mas tentei seguir meu pace maker [atletas de apoio que ditam o ritmo], e tudo foi perfeito.”

A queniana de 29 anos fez seu nome nas pistas, nos 1.500 metros e 3.000 metros com obstáculos, além de algumas corridas de 10 km. “Mônaco é o melhor lugar para quebrar recordes”, afirmou a atleta. O currículo da queniana é a maior prova disso.

No evento anual da Liga Diamante, realizado em 2018 em Mônaco, Chepkoech conquistou o recorde dos 3.000 metros com obstáculos ao cruzar a linha de chegada em 8min44seg32, diminuindo a marca anterior em mais de 8 segundos.

Um ano antes, porém, a queniana ficou mais conhecida por um erro crasso na final da mesma modalidade que a fez a melhor do mundo. No Campeonato Mundial em Londres, a atleta perdeu o primeiro obstáculo na água. Vendo-se sozinha na pista, deu meia volta e depois correu para alcançar o grupo.

Naquela final, Chepkoech era uma das atletas com menos experiência na corrida de obstáculos. Ainda adolescente, ela participou de uma pequena prova em Nairóbi, capital do Quênia, mas passou os anos seguintes focando os 1.500 metros na pista.

Foi só em 2016 que ela voltou suas atenções para os obstáculos, conquistando melhoras sequenciais em seus tempos. Ao bater o recorde em 2018, por exemplo, ela diminuiu em 15 segundos sua marca anterior, conquistada em Paris apenas três semanas antes.

Os melhores tempos dos 5 km de rua
  1. Joyciline Jepkosgei (Quênia): 14:32 – Praga, 2017* / Beatrice Chepkoech (Quênia): 14:43 – Mônaco, 2021
  2. Sifan Hassan (Holanda): 14:44 – Mônaco, 2019
  3. Meseret Defar (Etiópia): 14:46 – Carlsbad (EUA), 2006
  4. Violah Jepchumba (Bahrein): 14:46 – Praga, 2016
  5. Lornah Kiplagat (Holanda): 14:47 – Brunssum (Holanda), 2004
  6. Genzebe Dibaba (Etiópia): 14:48 – Carlsbad (EUA), 2015
  7. Caroline Chepkoech Kipkirui (Quênia): 14:48 – Praga, 2018
  8. Molly Huddle (EUA): 14:50 – Boston, 2015
  9. Paula Radcliffe (Reino Unido): 14:51 – Londres, 2003

* marca conquistada antes de modalidade ter registro de recorde mundial

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Quem são os finalistas do Prêmio Atleta do Ano da World Athletics https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2020/12/01/quem-sao-os-finalistas-do-premio-atleta-do-ano-da-world-athletics/ https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2020/12/01/quem-sao-os-finalistas-do-premio-atleta-do-ano-da-world-athletics/#respond Tue, 01 Dec 2020 19:38:18 +0000 https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/files/2020/12/atletas-do-ano-wa-300x215.jpg https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/?p=594 O próximo sábado (5) será de fortes emoções para os dez atletas que disputam o Prêmio Atleta do Ano, concedido pela World Athletics. Após um ano pandêmico, cinco homens e cinco mulheres se destacaram e “produziram performances brilhantes em diferentes modalidades”, segundo a própria associação de federações de atletismo.

Mas quem são esses finalistas, cujos vencedores na categoria masculina e feminina serão anunciados em cerimônia virtual? Conheça um pouco sobre os atletas, que vêm dos quatro cantos do mundo.

Prêmio Atleta do Ano – Mulheres

Letesenbet Gidey, da Etiópia

Entre os feitos de 2020 da etíope estão o recorde dos 5.000 metros (pista) e a segunda colocação na modalidade no encontro da Wanda Diamond League, em Mônaco

Sifan Hassan, da Holanda

Corredora de longas distâncias, a holandesa alcançou o recorde de distância em corridas de uma hora, ao percorrer 18.930 metros, e definiu a melhor marca dos 10.000 metros (pista) para a Europa, com tempo de 29min36seg67, o quarto melhor de toda a história no ranking geral

Peres Jepchirchir, do Quênia

Vencedora do Campeonato Mundial de Meia Maratona, realizado na Polônia este ano, a queniana ainda quebrou o recorde da modalidade em provas apenas com a participação de mulheres duas vezes este ano (1h05min34seg e 1h05min16seg)

Yulimar Rojas, da Venezuela

Atleta do salto triplo, a venezuelana foi imbatível em quatro competições indoor e outdoor, além de ter quebrado o recorde mundial, com salto de 15,43 metros

Elaine Thompson-Herah, da Jamaica

Outra atleta imbatível, a jamaicana foi vencedora em sete corridas de 100 metros, chegando a alcançar o tempo de 10.85 segundos

Prêmio Atleta do Ano – Homens

Joshua Cheptegei, de Uganda

O ugandense fez uma excelente temporada, quebrando recordes de 5.000 metros (pista; 12min35seg36), 10.000 metros (26min11seg) e 5 km (rua; 12min51seg), além de ter estreado na meia maratona no mundial da modalidade, conquistando a quarta posição

Ryan Crouser, dos EUA

Imbatível em dez competições de arremesso de peso, o americano conquistou a terceira melhor marca da história da modalidade, com a distância de 22,91 metros

Mondo Duplantis, da Suécia

Outro imbatível, vitorioso em 16 competições de salto com vara, o sueco quebrou duas vezes o recorde (6,17 metros e 6,18 metros) e também fez o salto outdoor mais alto (6,15 metros)

Johannes Vetter, da Alemanha

Vencedor de 8 das 9 competições de lançamento de dardo, o alemão alcançou 97,76 metros, o segundo melhor da história da modalidade

Karsten Warholm, da Noruega

Com a melhor marca dos 300 metros com barreiras (33seg78), o norueguês venceu nove provas de 400 metros com barreira, modalidade na qual conquistou o segundo melhor tempo da história (46seg87)

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Londres tem zebra, e Kipchoge perde 1ª maratona em 7 anos https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2020/10/04/maratona-de-londres-tem-zebra-e-etiope-kitata-vence-prova/ https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2020/10/04/maratona-de-londres-tem-zebra-e-etiope-kitata-vence-prova/#respond Sun, 04 Oct 2020 11:23:15 +0000 https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/files/2020/10/a4cf4bdf5847eaa73d618b0635fd3595e4077d08576b6cf9ffdaa48c74383a81_5f79b3389730a-300x215.jpg https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/?p=550 A caixa de surpresas que está sendo o ano de 2020 parece não ter fim. Favoritíssimo para a Maratona de Londres, o tetracampeão da prova e atual recordista da modalidade Eliud Kipchoge ficou para trás nos últimos dez minutos e chegou em oitavo lugar, sua pior marca. O queniano, que completou o percurso em 2h06min42seg, não perdia uma maratona desde 2013, e esta foi sua segunda derrota das 13 provas das quais participou.

Quem venceu foi o etíope Shura Kitata (2h05min41seg), quebrando a hegemonia do principal nome entre maratonistas da atualidade. Kip, como o queniano é chamado, detém o melhor tempo da distância, conquistado em Berlim, em 2018, e foi o primeiro atleta da história a percorrer 42 km em menos de duas horas –em evento não oficial.

Shura Kitata cruza linha de chegada da Maratona de Londres, seguido por Vincent Kipchumba e Sisay Lemma (Richard Heathcote/Reuters)
Shura Kitata cruza linha de chegada da Maratona de Londres, seguido por Vincent Kipchumba e Sisay Lemma (Richard Heathcote/Reuters)

Diferentemente do que está habituado, porém, ele teve companhia de cerca de oito atletas até pelo menos os 30 km, quando costuma liderar a prova sozinho. Foi depois disso que ele perdeu o ritmo e se descolou do pelotão da frente.

A disputa pelo primeiro lugar foi até a reta final, onde Kitata acelerou e ultrapassou o queniano Vincent Kipchumba, que terminou em segundo com 2h05min42seg, apenas um segundo atrás. Sisay Lemma, também etíope, chegou logo na sequência, em terceiro, em 2h05min45seg.

Em seu Instagram, Kipchoge disse que, após 25 km, seu ouvido bloqueou e não abriu mais. “Mas é assim que é o esporte, devemos aceitar a derrota e focar para a vitória na próxima vez. Obrigado pelo apoio.”

As surpresas da prova, no entanto, começaram já na sexta-feira (2), quando o etíope Kenenisa Bekele foi obrigado a desistir de participar da competição devido a uma lesão na panturrilha.

Havia uma grande expectativa para os amantes da corrida de rua pela disputa entre Kipchoge e Bekele, na prova que teve apenas a participação de atletas de elite na sua 40ª edição devido à pandemia de coronavírus. Em 2019, enquanto o queniano se preparava para o desafio Ineos 1:59, o etíope ficou a dois segundos do tempo do rival, atual recorde da modalidade.

“Eu estava em boa forma, mas senti algo na minha panturrilha esquerda após duas sessões de treino rápido feitas muito próximas nas últimas semanas de preparação”, afirmou o atleta ao jornal britânico The Guardian.

“Meu tempo em Berlim no último ano me deu muita confiança e motivação e eu ansiava para mostrar isso de novo e trabalhei duro para isso”, disse Bekele ao jornal. “Sei que muitas pessoas ao redor do mundo estavam ansiosas para essa prova e lamento desapontar meus fãs, os organizadores e meus colegas competidores.”

A queniana Brigid Kosgei cruza a linha de chegada na 40ª Maratona de Londres (Richard Heathcote/Reuters)
A queniana Brigid Kosgei cruza a linha de chegada na 40ª Maratona de Londres (Richard Heathcote/Reuters)

Já entre as mulheres, não houve surpresa, e a queniana Brigid Kosgei venceu a Maratona de Londres. A recordista mundial Kosgei terminou os 42 km na primeira posição com folga, completando o percurso fechado no parque St. James em 2h18min58seg.

Kosgei confirmou seu favoritismo e cruzou a linha de chegada pouco mais de três minutos à frente da segunda colocada –nenhuma surpresa para a atleta que venceu a edição de 2019.

A emoção ficou por conta da disputa pela segunda colocação. Com um bom ritmo na segunda metade dos 42 km, a americana Sara Hall buscou a terceira posição, passando a etíope Ashete Bekere a pouco mais de dez minutos do fim da prova. Não só ela se manteve no pódio, como conseguiu diminuir a distância da então segunda colocada, a queniana Ruth Chepngetich.

Na reta final, em frente ao Palácio de Buckingham, quando as duas atletas já viam a linha de chegada, Hall deu um sprint e ultrapassou Chepngetich, terminando a prova em segundo lugar, quatro segundos à frente da queniana.

Hall foi a primeira americana em 14 anos a ocupar o pódio da Maratona de Londres –em 2006, Deena Kastor venceu a prova. Apesar do bom resultado, Hall está fora da equipe que representará os EUA nos 42 km da Olimpíada de Tóquio. Nas qualificatórias do país, ela foi desbancada pela iniciante Molly Seidel, que terminou a competição de Londres em sexto lugar este ano (2h25min13seg).

Resultados

MULHERES

  1. Brigid Kosgei (QUE) – 2:18:58
  2. Sara Hall (EUA) – 2:22:01
  3. Ruth Chepngetich (QUE) – 2:22:05
  4. Ashete Bekere (ETI) – 2:22:51
  5. Alemu Megertu (ETI) – 2:24:23

HOMENS

  1. Shura Kitata (ETI) – 2:05:41
  2. Vincent Kipchumba (QUE) – 2:05:42
  3. Sisay Lemma (ETI) – 2:05:45
  4. Mosinet Geremew (ETI) – 2:06:04
  5. Mule Wasihun (ETI) – 2:06:08

A MARATONA DE LONDRES

A 40ª edição da Maratona de Londres era para ser comemorativa, mas a pandemia do coronavírus impactou todo o calendário da corrida de rua deste ano. Em vez de fim de abril, a prova foi adiada para o primeiro fim de semana de outubro.

O percurso também foi impactado. Os atletas deram 19,6 voltas de 2.150 m no parque St. James, em frente ao Palácio de Buckingham, para completar os 42 km –isso sem a presença do público. Para tentar animar os corredores, os realizadores colocaram pessoas de papelão em alguns pontos, inclusive de personalidades como a rainha Elizabeth 2ª e o príncipe William.

Assim como a prova de Tóquio, Londres teve a participação apenas dos atletas de elite. As duas foram as únicas Majors –circuito mundial com as seis principais maratonas– realizadas este ano. As demais maratonas que compõem o sexteto sonho de muitos corredores (Berlim, Nova York, Chicago e Boston) foram canceladas devido à Covid-19.

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Ugandense quebra recorde pela 2ª vez e o que mais rolou no fim de semana https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2020/02/17/ugandense-quebra-recorde-pela-2a-vez-e-o-que-mais-rolou-no-fim-de-semana/ https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2020/02/17/ugandense-quebra-recorde-pela-2a-vez-e-o-que-mais-rolou-no-fim-de-semana/#respond Tue, 18 Feb 2020 02:09:14 +0000 https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/files/2020/02/119823d9-1b51-4364-9e0c-915276d864a1-300x215.jpg https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/?p=363 O ugandense Joshua Cheptegei continua voando em 2020. Neste domingo (16), ele quebrou o recorde mundial dos 5 km de rua ao superar a barreira dos 13 minutos na modalidade e concluir a prova Monaco Run 5 km cravando 12min51seg.

Foi a primeira prova do ano do atleta, que já havia quebrado a marca dos 10 km em dezembro, em Valência. “Uau, isso foi realmente ótimo”, afirmou o corredor, segundo divulgou a federação de atletismo, World Athletics.

O ugandense de 23 anos correu a prova toda sozinho e cruzou a linha de chegada 27 segundos abaixo da marca alcançada pelo queniano Rhonex Kipruto em janeiro, em Valência.

A cidade espanhola, aliás, viu em pouco mais de um mês duas quebras de recorde nos 10 km —a primeira, de Cheptegei, em dezembro, e a segunda, de Kipruto, em 12 de janeiro. Como o queniano passou pela parcial de 5 km no tempo abaixo do recorde anterior, o tempo conta para a quebra da marca.

“Eu tinha o sub-13 minutos na minha mente hoje. Quando minhas pernas se sentiram bem durante a corrida, decidi realmente ir atrás”, disse o Cheptegei. “Tirar essa quantidade de segundos do recorde anterior me deixa muito feliz e é um ótimo primeiro teste para mim numa temporada importante.”

Na prova, Jimmy Gressier (França) chegou em segundo, com 13min18seg, quebrando o recorde europeu que era de 13min29seg. A marca do ugandense ainda precisa passar pelos procedimentos de ratificação.

DESTAQUES DO FIM DE SEMANA

O domingo teve ainda duas provas com o selo Ouro da World Athletics, que contaram com participações de grandes nomes da corrida de rua.

Na Mitja Marato Barcelona, Victor Chumo (Quênia) venceu a prova de 21 km masculina com tempo de 59min58seg. Já Ahsete Bekere (Etiópia) fez o melhor tempo de sua carreira ao cruzar a linha de chegada da prova feminina com 1h06min37seg.

E na Guadalajara Half Marathon, os quenianos brilharam nos 21 km. Benson Kipruto levou a melhor, com 1h01min48seg, e Lucy Cheruiyot finalizou a prova com 1h10min42seg.

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Em 2019, o homem correu 42,2 km em 1h59min https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2019/12/31/em-2019-o-homem-correu-422-km-em-1h59min/ https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2019/12/31/em-2019-o-homem-correu-422-km-em-1h59min/#respond Tue, 31 Dec 2019 05:00:37 +0000 https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/files/2019/12/15775632235e07b4575fbc3_1577563223_3x2_md-300x215.jpg https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/?p=329 Com Tiago Ribas e Luciano Veronezi

Atleta do ano pela federação internacional de atletismo, o queniano Eliud Kipchoge reafirmou, em 2019, seu direito a um espaço na história do esporte. Além de atual recordista mundial da maratona, ele foi o primeiro corredor da história a percorrer 42,195 km em menos de duas horas (1h59min40). O feito não entrou para o ranking oficial por não ter sido alcançado em prova regular. Ele era seu único adversário, em trajeto milimetricamente planejado para que a marca fosse batida.

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Recordista mundial da maratona, queniana participa da São Silvestre https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2019/12/29/recordista-mundial-da-maratona-queniana-participa-da-sao-silvestre/ https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2019/12/29/recordista-mundial-da-maratona-queniana-participa-da-sao-silvestre/#respond Sun, 29 Dec 2019 19:46:43 +0000 https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/files/2019/10/0-300x215.jpg https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/?p=338 A Corrida Internacional de São Silvestre nesta terça-feira (31) contará com uma presença ilustre na sua 95ª edição. O pelotão de elite terá entre seus nomes a recordista mundial da maratona, a queniana Brigid Kosgei, 25, que em outubro deste ano quebrou a marca até então sustentada por Paula Radcliffe desde 2003. Ela concluiu os 42,195 km em 2h14min04seg.

O trajeto de 15 km e o calor típico de um 31 de dezembro paulistano não devem ser grandes desafios para ela, que treina a 3.000 metros de altitude no Quênia. A recordista, que prefere provas mais frias, corre a distância da São Silvestre em treinos todos os dias no fim de tarde (que podem inclusive chegar a 20 km). Pela manhã, ela percorre normalmente 20 km, o que dá um volume semanal de cerca de 200 km.

Isso quando está treinando para provas. Após a marca histórica conquistada em Chicago, em que ela baixou em 1min21seg o recorde da britânica Radcliffe e em 4min16seg seu até então melhor tempo, ela disse ter diminuído o ritmo.

“Relaxei um pouco, depois de Chicago”, afirmou a queniana. “Voltei aos poucos depois de descansar.”

Seu próximo alvo é a Olimpíada de Tóquio, onde quer representar o seu país. Isso após uma temporada em que esteve sob os holofotes —tanto que estima já ter passado por 54 testes de doping este ano. Kosgei disse, porém, que se não for escolhida fará alguma maratona.

Para se classificar para a maratona olímpica, os atletas precisam alcançar o índice estabelecido pela associação de atletismo —2h11min30seg para os homens e 2h29min30seg para as mulheres. No Quênia, os mais de cem corredores qualificados passam ainda por diversas provas para que a federação do país selecione os três representantes. Os critérios para a escolha final, no entanto, não são claros.

Até outubro deste ano, mesmo os jornalistas do Quênia conheciam pouco sobre a história de Kosgei —algo que não é de se estranhar em um país onde a corrida está para os quenianos assim como o futebol está para os brasileiros. A vitória em Chicago e a marca que obteve alterou esse cenário.

A mudança, porém, não mexeu com a personalidade da recordista. Tímida, demonstra um desconforto em frente às câmeras. Com cerca de 1,60m de altura, não é de dar longas respostas, sempre com o tom de voz comedido.

Seu lugar de conforto é no asfalto. Kosgei começou no esporte como muitos de seus compatriotas. Morando a 10 km da escola no condado de Elgeyo-Marakwet, a 418 km da capital Nairóbi, muitas vezes ela precisava correr para não perder o horário da primeira aula. No caminho, via atletas em seus treinos e almejava se tornar um deles.

Adolescente, competia em distâncias medianas e, ainda que nunca tivesse sido selecionada para representar o Quênia nas competições internacionais, o seu talento chamava a atenção, segundo o seu treinador da época, Robert Ngisirei.

“Era possível dizer que ela era uma atleta muito talentosa mesmo durante os treinos, extremamente disciplinada e competitiva, não gostava de ser ofuscada no treinamento”, disse Ngisirei à BBC.

Sua carreira estava sendo construída até que Kosgei teve de abandonar os estudos aos 17 anos. Sua mãe, que precisava cuidar de sete filhos sozinha, não tinha como pagar a mensalidade da escola.

“Eu não podia ficar triste”, disse durante entrevista coletiva no fim de novembro, dias antes da premiação Atletas do Ano, conferida pela World Athletics. “Na época, eu só aceitei o que havia acontecido e foquei outras coisas.”

Em 2012, passou a se dedicar exclusivamente à corrida, treinando com namorado Mathew Kosgei, que viria a ser seu marido. Isso até o ano seguinte, quando engravidou de gêmeos.

A queniana fez uma pausa do asfalto e esperou os filhos terem quase dois anos para se dedicar novamente à corrida. Retornou em 2015, quando registrou sua primeira marca em competições oficiais, já em uma maratona.

No Porto, ela concluiu os 42,195 km da prova em 2h47min59seg, um tempo longe dos mais fortes da época entre as mulheres, mas o suficiente para que ela terminasse em primeiro lugar.

No ano seguinte, ela teve uma temporada vitoriosa. Das quatro provas que participou, chegou em segundo lugar apenas na Maratona de Lisboa. Nenhuma das competições, no entanto, faziam parte do circuito conhecido, e Kosgei não chamou muito a atenção.

Com uma carreira composta por maratonas, meia maratonas e provas ocasionais de 5 km, 10 km, 15 km e 20 km, em nenhum ano a queniana teve um desempenho tão glorioso quanto em 2019. Foram sete competições, e em todas ela ficou no ponto mais alto do pódio.

Para isso, a dedicação ao esporte foi quase exclusiva. Os filhos ficaram sob os cuidados do marido, um suporte importante.

“Meu marido me disse para não me preocupar, ele cuidaria das crianças, e que eu deveria focar minha carreira e rapidamente elas se acostumaram a me ver apenas nos fins de semana, quando eu voltava para casa”, disse Kosgei à BBC.

Ela afirmou ainda que, apesar da idade, eles entendem que ela está fazendo um bom trabalho enquanto se prepara no centro de treinamento a 6 km de sua casa.

Mas nenhum dos dois, no entanto, deseja seguir os passos da mãe.

“Eles dizem para mim: ‘Eu não quero correr’”, disse a atleta, com um sorriso no rosto, em entrevista no fim de novembro.

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Atleta de apoio surpreende e vence Maratona de Abu Dhabi https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2019/12/07/atleta-de-apoio-surpreende-e-vence-maratona-de-abu-dhabi/ https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2019/12/07/atleta-de-apoio-surpreende-e-vence-maratona-de-abu-dhabi/#respond Sat, 07 Dec 2019 14:57:23 +0000 https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/files/2019/12/74694931_185444325967217_5382364734708436674_n-300x215.jpg true https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/?p=303 O queniano Reuben Kypiego deveria correr a 2ª Maratona de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, apenas até o quilômetro 30, nesta sexta (6). Ele era um dos pacemakers —atletas que determinam o ritmo da prova, normalmente acompanhados do líder—, estipulado para participar até certa altura da competição, mas decidiu cruzar a linha de chegada. E o fez em primeiro lugar, com o tempo de 2h04min40seg.

Em segundo e terceiro lugar vieram seu conterrâneo Joel Kimurer, com 2h06min21seg, e o etíope Fikadu Girma, com 2h09min16seg. O atleta de 23 anos acabou levando o prêmio principal da prova de 42,195 km, de US$ 100 mil (R$ 415 mil).

“Para mim, as condições eram ideais, e o trajeto era lindo”, Kipyego disse aos organizadores da prova, segundo o site Runners World. “Já estou ansioso para retornar a Abu Dhabi e defender meu título.”

Entre as mulheres, a queniana Vivian Kiplagat venceu a prova com o tempo de 2h21min11seg, o melhor resultado de sua carreira.

Ainda que seja incomum, é permitido aos pacemakers concluírem a prova, e o queniano não foi o primeiro a fazê-lo. Em sua primeira maratona, em Reims, na França, em 1994, Vanderlei Cordeiro de Lima (o que teve em seu caminho um padre na maratona da Olimpíada de Atenas em 2004), estava estipulado para correr até o quilômetro 20.

Como se sentiu à vontade, optou por continuar junto do pelotão de elite e finalizou a competição em primeiro lugar, com o tempo de 2h11min06seg. A partir daí, decidiu seguir carreira como maratonista.

 

 

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Quenianos vencem a 49ª Maratona de Nova York https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2019/11/03/queniana-jepkosgei-vence-a-49a-maratona-de-nova-york/ https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2019/11/03/queniana-jepkosgei-vence-a-49a-maratona-de-nova-york/#respond Sun, 03 Nov 2019 16:38:10 +0000 https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/files/2019/11/00-300x215.jpg https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/?p=239 A queniana Joyceline Jepkosgei venceu a 49º Maratona de Nova York neste domingo (3). Em sua estreia na distância, ela cruzou a linha de chegada com o tempo de 2h22min38seg, o segundo melhor tempo da prova.

Em segundo lugar, ficou sua conterrânea e tetracampeã em Nova York, Mary Keitany (2h23min32seg), e, em terceiro, a etíope Ruti Aga (2h25min51seg).

Entre os homens, o queniano Geoffrey Kamworor chegou em primeiro lugar, com o tempo 2h08min13seg, o oitavo melhor da prova. Em segundo lugar ficou seu conterrâneo Albert Korir (2h08min36seg) e, em terceiro, o etíope Girma Bekele Gebre(2h08min38seg).

Geoffrey Kamworor cruza a linha de chegada em primeiro lugar na 49ª Maratona de Nova York (Brendan McDermid/Reuters)
Geoffrey Kamworor cruza a linha de chegada em primeiro lugar na 49ª Maratona de Nova York (Brendan McDermid/Reuters)

Keitany e Jepkosgei lideraram a prova desde o km 21, quando passaram pela parcial da metade do percurso (1h12min10seg) junto com a etíope Ruti Aga, a queniana Nancy Kiprop e a americana Desiree Linden, que chegou a descolar do pelotão líder no km 15, mas ficou para trás logo depois do km 21. Já no km 30, Aga acabou se descolando das duas líderes.

Keitany, que detém a terceira melhor marca da história da maratona feminina (2h17min01seg), defendia seu quinto título. Ela venceu a prova em 2014, 2015, 2016 e 2018, neste último com o tempo de 2h28min48seg. A atleta buscava quebrar a melhor marca da Maratona de Nova York que sua conterrânea Maragaret Okayo sustenta desde 2003 (2h22min31seg).

Mas ela não conseguiu bater Jepkosgei, recordista mundial da meia maratona –1h04min51seg, conquistados em Praga em 2017–, nos seus primeiros 42,195 km neste domingo. A queniana venceu ainda a meia maratona de Nova York em março deste ano.

Já no masculino, o etíope Lelisa Desisa defendia o título conquistado em 2018 (2h05min59seg), após uma temporada marcada por sua vitória na maratona no Campeonato Mundial de Doha. O tempo do ano passado chegou próximo da melhor marca da prova (2h05min06seg), conquistada em 2011 pelo queniano Geoffrey Mutai. Desisa, no entanto, acabou desistindo antes da metade da prova.

Um recordista mundial em meia maratona foi quem acabou vencendo também entre os homens. Kamworor chegou em primeiro na Maratona de Nova York em 2017 (2h10min53seg) e bateu o recorde mundial da meia este ano, em Copenhague (58hmin01seg).

RESULTADOS

MULHERES

  1. Joyciline Jepkosgei (QUE) – 2:22:38
  2. Mary Keitany (QUE) – 2:23:32
  3. Ruti Aga (ETI) – 2:25:51
  4. Nancy Kiprop (QUE) – 2:26:21
  5. Sinead Diver (AUS) – 2:26:23

HOMENS

  1. Geoffrey Kamworor (QUE) – 2:08:13
  2. Albert Korir (QUE) – 2:08:36
  3. Girma Bekele Gebre (ETI) – 2:08:38
  4. Tamirat Tola (ETI) – 2:09:20
  5. Shura Kitata (ETI) – 2:10:39

MARATONA DE NOVA YORK

Realizada no primeiro domingo de novembro desde 1970, a Maratona de Nova York é a mais global das Majors –circuito mundial com as seis principais competições da modalidade. Participam 50 mil atletas de quase 150 países.

O trajeto é recheado pelo charme da cidade que nunca dorme eternizado por Hollywood no imaginário mundial. Os participantes saem de Staten Island, passam por Brooklyn e Queens, até chegarem a Manhattan, percorrerem a Quinta Avenida e cruzarem a linha de chegada no Central Park.

Apesar de todo seu encanto, a Maratona de Nova York não é uma prova de recordes –a cidade americana não vê um desde a década de 1980. As condições meteorológicas até são boas, como a umidade do ar na casa dos 60% e a temperatura de 8ºC na manhã deste domingo, mas a altimetria não colabora.

Logo na largada, há o ponto mais alto do percurso, a Ponte Verrazano-Narrows, mas o desafio maior vem a partir do km 21, em que as subidas e as descidas ficam mais intensas.

O Brasil já teve seu destaque na prova. Em 2006, Marilson Gomes dos Santos surpreendeu e venceu a maratona, feito repetido em 2008. Em 2019, ele passa a integrar o Hall da Fama da NYRR (Corredores de Rua de Nova York, na sigla em inglês).

Melhores tempos de Nova York

MULHERES

  1. 2:22:31 – Margaret Okayo (QUE) – 2003
  2. 2:22:38 – Joyceline Jepkosgei (QUE) – 2019
  3. 2:22:48 – Mary Keitany (QUE) – 2018
  4. 2:23:09 – Paula Radcliffe (RU) – 2007
  5. 2:23:10 – Paula Radcliffe (RU) – 2004
  6. 2:23:15 – Firehiwot Dado (ETI) – 2011
  7. 2:23:3 – Mary Keitany (QUE) – 2019
  8. 2:23:56 – Paula Radcliffe (RU) – 2008
  9. 2:24:21 – Margaret Okayo (QUE) – 2001
  10. 2:24:25 – Mary Keitany (QUE) – 2015

HOMENS

  1. 2:05:06 – Geoffrey Mutai (QUE) – 2011
  2. 2:05:59 – Lelisa Desisa (ETI) – 2018
  3. 2:07:43 – Tesfaye Jifar (ETI) – 2001
  4. 2:07:51 – Ghirmay Ghebreslassie (ERI) – 2016
  5. 2:08:01 – Juma Ikangaa (TAN) – 1989
  6. 2:08:07 – Rodgers Rop (QUE) – 2002
  7. 2:08:12 – John Kagwe (QUE) – 1997
  8. 2:08:13 – Geoffrey Kamworor (QUE) – 2019
  9. 2:08:13 – Gebre Gebremariam (ETI) – 2010
  10. 2:08:13 – Alberto Salazar (EUA) – 1981*

* Marca anulada, pois o percurso tinha 150 metros a menos que a distância oficial (42,195 km)

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Queniana Kosgei bate recorde mundial da maratona, que não era superado desde 2003 https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2019/10/13/queniana-bate-recorde-de-maratona-apos-16-anos/ https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2019/10/13/queniana-bate-recorde-de-maratona-apos-16-anos/#respond Sun, 13 Oct 2019 14:48:15 +0000 https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/files/2019/10/0-300x215.jpg true https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/?p=201 A queniana Brigid Kosgei bateu o recorde da maratona feminina neste domingo (13) na 42ª Maratona de Chicago com o tempo de 2h14min04seg. A marca anterior, 2h15min25seg, era da britânica Paula Radcliffe, que a conquistou em Londres, em 2003.

Favorita, Kosgei liderou a prova toda com mais de quatro minutos de diferença para a segunda colocada, o que dá mais de 1 quilômetro de distância.

As etíopes Ababel Yeshaneh (2h20min51seg) e Gelete Burka (2h20min55seg) ficaram em segundo e terceiro lugar, respectivamente.

Brigid Kosgei defendia o título conquistado em Chicago no ano passado (2h18min35seg). Este ano, a queniana venceu a prova em Londres, com o tempo de 2h18min20seg.

A africana também detém a melhor marca da temporada na meia maratona, conquistada no Bahrein, em março deste ano, com o tempo de 1h05min28seg.

Melhores tempos de maratonas

  1. 2:14:04 – Brigid Kosgei (QUE) – Chicago 2019
  2. 2:15:25 – Paula Radcliffe (RU) – Londres 2003
  3. 2:17:01 – Mary Keitany (QUE) – Londres 2017
  4. 2:17:08 – Ruth Chepngetich (QUE) – Dubai 2019
  5. 2:17:18 – Paula Radcliffe (RU) – Chicago 2002
  6. 2:17:41 – Worknesh Degefa (ETI) – Dubai 2019
  7. 2:17:42 – Paula Radcliffe (RU) – Londres 2005
  8. 2:17:56 – Tirunesh Dibaba (ETI) – Londres 2017
  9. 2:18:11 – Gladys Cherono (QUE) – Berlim 2018
  10. 2:18:20 – Brigid Kosgei (QUE) – Londres 2019

RESULTADO MASCULINO

Entre os homens, não houve quebra de recorde. O queniano Lawrence Cherono venceu a prova com o tempo de 2h05min45seg. É o oitavo melhor tempo da prova registrado na categoria masculina.

Em segundo lugar, ficou o etíope Dejene Debela (2h05min46seg) e, em terceiro, seu conterrâneo, Asefe Mengstu (2h05min48seg).

MARATONA DE CHICAGO

Enquanto a de Nova York se tornou uma prova globalizada, que reúne atletas de todo mundo, e Boston virou sinônimo de prestígio, por sua rigorosa qualificação, a Maratona de Chicago é onde os corredores vão para obter seus RPs (recordes pessoais).

Isso, claro, dentro dos Estados Unidos, uma vez que Londres e Berlim também são competições conhecidas por verem recordes mundiais.

A cidade do centro-oeste americano ganhou essa fama por seu clima ameno e percurso plano. Entre os 10 melhores tempos das mulheres na história da maratona, 2 foram lá conquistados. Chicago, no entanto, não figura no top 10 masculino.

E se o clima varia entre ameno e frio –na manhã deste domingo, o termômetro marcava 5ºC–, a população de Chicago faz uma recepção calorosa para os 45 mil atletas dos 50 estados americanos e de mais de cem países que participam da prova. Metade dos moradores da cidade, 1,5 milhão, vai para a rua acompanhar a maratona, que é uma das Majors, circuito mundial com as seis principais competições da modalidade.

Além dos espectadores, 12 mil voluntários trabalharam na edição deste ano em 20 postos de ajuda espalhados pelo percurso. Nessas estações há água, isotônico, auxílio médico, além de um spray com gelo a partir do quilômetro 30 para amenizar as dores comuns após este ponto.

Nem sempre, porém, a prova teve toda essa estrutura. Em 1987, dez anos após a estreia, foi realizada uma edição simbólica, que nem entra no histórico da competição. Isso porque não havia patrocinadores para aquele ano.

Melhores tempos de Chicago

MULHERES

  1. 2:14:04 – Brigid Kosgei (QUE) – 2019
  2. 2:17:18 – Paula Radcliffe (RU) – 2002
  3. 2:18:31 – Tirunesh Dibaba (ETI) – 2017
  4. 2:18:35 – Brigid Kosgei (QUE) – 2018
  5. 2:18:47 – Catherine Ndereba (QUE) – 2001
  6. 2:19:57 – Rita Jeptoo (QUE) – 2013
  7. 2:20:42 – Berhane Adere (ETI) – 2006
  8. 2:20:51 – Ababel Yeshaneh (ETI) – 2019
  9. 2:20:55 – Gelete Burka (ETI) – 2019
  10. 2:21:21 – Joan Benoit (EUA) – 1985
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Quem é Kipchoge, o queniano que atingiu marca histórica e completou maratona em menos de 2 h https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2019/10/12/quem-e-kipchoge-o-queniano-que-conseguiu-bater-a-marca-de-2h-na-maratona/ https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/2019/10/12/quem-e-kipchoge-o-queniano-que-conseguiu-bater-a-marca-de-2h-na-maratona/#respond Sat, 12 Oct 2019 08:16:07 +0000 https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/files/2019/10/1007f5e0-6b9d-42bd-90b2-df984a638aee-300x215.jpg https://linhadechegada.blogfolha.uol.com.br/?p=176 Ele conseguiu. Em uma manhã fria vienense, o queniano Eliud Kipchoge, 34, conquistou seu espaço na história das corridas ao completar os 42,195 km da maratona em menos de duas horas. Ele cruzou a linha de chegada do Ineos 1:59 Challenge a 1h59min40seg.

Kip, como é conhecido, há alguns anos já faz parte da calçada da fama dos corredores. Em Berlim, em 2018, bateu o recorde da modalidade, com o tempo de 2h01min39seg. Em abril deste ano, poucas semanas antes de o desafio deste sábado (12) ser anunciado, ele estabeleceu a melhor marca da prova em Londres: 2h02min37seg.

Era a segunda melhor da história até o etíope Kenenisa Bekele vencer a Maratona de Berlim em 2019 com incríveis 2h01min41seg. Ainda assim, Kip detém 3 dos 10 melhores tempos em maratonas.

Apesar dos 10°C que marcavam o termômetro às 8h15 durante a largada em Viena, a população local e turistas apaixonados por corrida estava lá para apoiar o maratonista desde cedo. A maior concentração estava, como era de se esperar, na linha de chegada. Pela internet, a transmissão ao vivo pelo Youtube alcançou mais de 700 mil que acompanhavam o desafio à distância.

E ainda que uma leve neblina cobrisse a capital austríaca, não havia vento para atrapalhar o queniano na seu objetivo de completar a distância da maratona em menos de 2 horas. Ele o fez com o ar tranquilo de quem passeia no parque.

A estratégia adotada, segundo os comentaristas da transmissão oficial, foi correr a segunda metade tão rápida quanto a primeira. Com essa estabilidade, ele percorreu todo o trajeto dez segundos abaixo do seu tempo alvo.

O feito de Kip foi histórico, mas não entra para os melhores tempos. Por ter condições (quase) perfeitas, o desafio não obedece aos requisitos necessários para constar no ranking.

São três os principais fatores para a conquista não entrar para a lista oficial de recordes. Kip não competia com ninguém —o evento foi criado para ele bater a marca. Também os pontos de largada e chegada não possuíam a distância mínima de 21,097 km entre si exigida pela Iaaf (Associação Internacional de Federações de Atletismo). E a utilização de pacemakers —atletas que acompanham o líder na prova para determinar o ritmo— em esquema tático especial para que a melhor performance pudesse ser alcançada.

No total, 41 corredores foram escalados para a tarefa. Como era de se esperar, a mistura de fundistas e meio-fundistas de diferentes nacionalidades contava com alguns dos homens mais rápidos do mundo.

Com seis reservas, as cinco equipes de sete atletas cada contornavam Kip durante o trajeto, sendo cinco na frente e dois atrás. A cada 9,6 km, dois pacemakers eram substituídos.

Um deles era o jovem etíope Selemon Barega, 19, que ganhou a medalha de prata dos 5.000 metros no Mundial de Atletismo de Doha este ano. Ele é o recordista nos 3.000 metros e detém o segundo melhor tempo nos 5.000 metros e nos 10.000 metros.

Outro que acompanhou Kip foi o também queniano Eric Kiptanui, 29, especialista em meia maratonas que ocupa o sétimo lugar no ranking de melhores marcas da modalidade.

Mas quem é Eliud Kipchoge, o maratonista mais rápido da história?

Caçula de cinco filhos, seus pais são pequenos agricultores em Kapsisiywa, a 315 km da capital do Quênia, Nairóbi. Pouco se sabe do pequeno vilarejo onde a estrela da corrida nasceu, em 5 de novembro de 1984, estudou em uma escola para meninos e até hoje treina nas proximidades, no Global Sports Camp, em Kaptagat, a 67 km dali.

Foi na escola que começou a correr, casualmente. O esporte era tanto um hobby que Kip nunca alcançou o nível das competições de seu distrito. Seu cotidiano era dividido entre o hobby, as aulas —o queniano gostava de estudar— e a rotina da pequena fazenda, onde cuidava dos animais e ia buscar água no rio próximo, junto a sua mãe.

Em uma carta escrita pelo próprio atleta para sua versão mais jovem, publicada no site da Iaaf, ele diz: “Crescer em uma fazenda no Quênia rural irá ajudá-lo a desenvolver habilidades que o levarão longe no esporte. Desde cedo, você já possui uma boa ética no trabalho e autodisciplina.”

Após se formar, Kip treinava por conta própria e começou, em 2001, a participar de provas locais de cross-country (em que o terreno varia de terra a grama, montanhoso a plano, e as distâncias ficam entre 4 km e 12 km).

Numa série de competições, ficou em segundo lugar no geral e chamou a atenção do holandês Jos Hermens, seu representante até hoje. Era o começo de uma carreira de precisão infalível, mas que encontrou seus atrasos pelo caminho.

Nas provas que o levariam para o Campeonato Mundial de Cross Country em Dublin, em 2002, ele despontou. Mas ficou doente antes da competição e terminou em quinto. No mesmo ano, triunfou na seleção dos 5.000 metros para o Campeonato Mundial Júnior, a malária, porém, o tirou das pistas da Jamaica.

Sua carreira iria começar a decolar mesmo no ano seguinte, quando um jovem franzino de 18 anos do interior queniano venceu o Mundial de Cross Country em Lausanne, na Suíça. E ainda em 2003, o mundo viu o atleta de 1,67 m de altura vencer os 5.000 metros Mundial de Atletismo de Paris.

Ele superou o marroquino Hicham El Guerrouj, quatro vezes campeão dos 1.500 metros, e o etíope Keninsa Bekele, que vencera os 10.000 metros naquele mundial. Um ano mais tarde, na Olimpíada de Atenas, conquistou a medalha de bronze na modalidade.

Durante os nove anos seguintes, Kip alternou anos em que ia bem nas competições com outros em que sua performance era aquém do esperado. O ponto mais baixo de sua carreira como fundista e meio-fundista foi em 2012, quando ficou de fora da Olimpíada de Londres nos 5.000 metros e 10.000 metros.

Foi nesse mesmo ano, porém, que o queniano fez uma curva em direção à maratona. Em setembro, fez seus primeiros 21,097 km na prova em Lille, na França. Terminou em terceiro lugar. Correu mais algumas provas na distância ainda em 2012 e em 2013 —ano que estreou na modalidade que alçaria seu nome entre os principais atletas do mundo.

Em abril daquele ano, venceu a Maratona de Hamburgo, na Alemanha. Em setembro, perseguiu Wilson Kipsang (que bateu recorde mundial na ocasião) na Maratona de Berlim, mas ficou em segundo lugar. É a única prova da modalidade, das 12 que participou até hoje, em que carrega uma derrota.

A sequência de bons resultados o levou ao desafio Breaking2, da Nike, que o patrocina até hoje. A meta era tão ambiciosa quanto a de agora, mas, por 26 segundos, ele não conseguiu quebrar a barreira das duas horas.

E para além das vitórias em maratonas, a vida do queniano tem duas presenças marcantes: o treinador, Patrick Sang (que o atleta vê muito mais como um mentor e figura paterna, já que nunca conheceu seu pai) e os livros. Ele adora obras de auto-ajuda e biografias.

“Quem Mexeu no Meu Queijo” é o favorito. Para Kip, é tão relevante para um homem de negócios quanto para um atleta e excelente para ajudar a lidar com as mudanças. O queniano já mudou a história da maratona. E agora, qual será seu próximo feito?

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