Como se manter motivado durante o isolamento devido ao coronavírus
Você sabia que o Dia Internacional da Atividade Física é comemorado nesta terça (6)? Neste ano, assim como em 2020, a data vem em meio ao confinamento mais rígido para tentar conter a propagação do coronavírus, já que o Brasil passa por seu pior momento na pandemia —nesta segunda (5), o país chegou a 13 milhões de casos e 333 mil mortos pela Covid-19.
Nesses períodos, torna-se ainda mais difícil encontrar a motivação para manter o corpo em movimento, algo fundamental não só para a saúde física como para a mental. Encontrar inspiração é algo muito particular, mas algumas dicas gerais podem ajudar. Para mim, a principal delas está ligada ao objetivo estabelecido, aonde eu quero chegar.
Sempre que começamos algo, e a atividade física não é diferente, é preciso ter em mente o tamanho do passo a ser dado, tanto para que o desafio não pareça impossível, mas também para que não seja tão fácil que desmotive. Segundo um estudo publicado na edição de janeiro deste ano da Health Psychology, estabelecer objetivos diários que excedam um pouco do que já faz parte do cotidiano ajuda a manter a disciplina.
Exemplo prático: uma pessoa sedentária que completa, digamos, 5.000 passos num dia pode desafiar-se a, na primeira semana, percorrer 5.500 passos.
O autor do estudo, Guillaume Chevance, pesquisador assistente no Instituto de Barcelona para Saúde Global, recomenda que o aumento a cada semana seja de 10%. Os resultados apontaram que o fato de quase alcançar a meta (quando não cumpri-la) era mais efetivo para manter a pessoa motivada, em contraposição a objetivos muito altos que ficavam longe de serem atingidos.
Ok, mas isso vale para sedentários ou para caminhantes, que contam passos. E os corredores? No meu caso, como não tivemos provas físicas —o que mais me mantém motivada por ter dia e hora marcados para que a meta seja cumprida—, estabelecer uma distância não funcionava muito.
Decidi, então, mirar tempo. Desde o início do ano, tenho usado isso para definir meus objetivos, indo aos poucos, já que houve um período de destreino no fim do ano —período intenso no noticiário. Comecei com 20 minutos em janeiro, 30 minutos em fevereiro, e a ideia era chegar a 40 minutos em março, mas a vida aconteceu mais uma vez.
E é importante lembrar que isso faz parte. Tenho uma meta grande, e a dividi em partes menores, para que eu possa revê-las mensalmente e trimestralmente, já que nem tudo corre exatamente como a gente planeja.
Caso eu alcance o objetivo antes do fim do mês, trabalho em melhorar pace (ou ritmo, em quantos minutos se percorre um quilômetro), para que o avanço seja mais suave e meu corpo ganhe condicionamento.
Essa forma de metas funciona para diferentes tipos de exercícios. De força, é possível ver a evolução em quanto tempo de prancha é possível permanecer, ou começar fazendo apoios com os joelhos no chão e aos poucos melhorar a execução até que se consiga fazer com suporte só nos pés. Na ioga ou no pilates, a evolução do alongamento ou o tempo de permanência nas posições —e por aí vai.
Outra forma de motivação é ter um “amigo” para estar ao seu lado nessa caminhada (ou corrida). Entre aspas, pois não necessariamente precisa ser uma pessoa. Claro que um parceiro de carne e osso ajuda muito, em especial em condições adversas (muito frio, muito quente etc.), mas pode ser um aplicativo para ver o progresso ou mesmo as redes sociais.
Compartilho a maioria dos treinos, tanto de corrida, como força e sessões de ioga, e tem sido muito bacana ver as pessoas falando: “Nossa, preciso ser mais como você, fazer mais exercício” (e estou longe de ser uma influenciadora fitness). Isso de fato ajuda muito a se manter motivado, algo como prestar contas —sempre de olho se essa relação com as redes não está se tornando tóxica.
Neste momento, mais importante do que a motivação, porém, é o cuidado com relação ao coronavírus. Pessoas que fazem parte dos grupos de risco devem evitar ao máximo sair, em especial se ainda não foram vacinadas. O uso da máscara é obrigatório, mesmo que desconfortável e forçando uma diminuição do ritmo, bem como higienizar as mãos com frequência e manter o distanciamento social.