Maratonas são canceladas na China após mortes em corrida
A morte de 21 ultramaratonistas por frio extremo durante uma prova na China acendeu o alerta para as condições das competições no país. Até agora, segundo a agência de notícias chinesa Xinhua, mais de 60 maratonas e corridas cross-country foram canceladas ou adiadas.
Entre os eventos afetados estão a Maratona Rota da Seda Ningxia Yinchuan, que estava marcada para domingo (30), a 100 Ultra Trail Running de Pequim, nos dias 5 e 6 de junho, e a Maratona Internacional de Lanzhou, no dia 13 de junho —esta chancelada pela World Athletics, a federação internacional de atletismo.
As provas começaram a ser adiadas e canceladas após 21 corredores morrerem devido ao frio extremo durante uma ultramaratona realizada na província de Gansu, no noroeste da China, no domingo (23). A competição de 100 km havia começado no sábado, em uma das curvas do rio Amarelo, área conhecida por penhascos e colunas de rochas.
O percurso levaria os corredores por cânions, montes e um planalto árido com uma elevação de 1.000 metros. A tragédia despertou reação pela falta de um plano de contingência para socorrer os participantes.
No mesmo dia, a Administração Geral de Esportes da China convocou uma reunião de emergência, de acordo com informações da Xinhua, para que autoridades de todas as instâncias do governo façam da segurança a principal prioridade em grandes eventos esportivos.
Segundo a agência de notícias AFP, a preocupação com as condições das provas vem crescendo na China, devido a competições mal reguladas que se espalharam pelo país. Ainda de acordo com a Xinhua, dados da Associação Chinesa de Atletismo mostraram uma “febre de maratona” na nação asiática em 2018, com o crescimento da indústria de corrida em 7%, equivalentes a US$ 11,1 bilhões, acompanhado do aumento de 43,5% nas provas em relação ao ano anterior.